23 janeiro 2007

Recontando III


Ainda sem tempo pra postar. Com vontade, claro, mas sem tempo pra escrever. (Claro que passei aqui, pra ler comentários, ler os blogueiros que visito religiosamente.
Sacumé, compulsão é compulsão.)
Então, a dica agora é ler sobre o Holandês Voador.
Eu até procurei uma imagem que falasse sobre esse navio, já que faço uma brincadeira com o nome. Mas nada de imagens sobre o Holandês Voador.
Então, fica Vemeer, um holandês pintor.

@@@@ atualização @@@@

O Holandês Voador me corrigiu, por email. Ele não mede 1,95m. Mede 2,00m.

Recontando II


Volto para o trabalho hoje e não poderei postar. Bem que eu queria.Queria passar o dia blogando.DELICIA....!
Mas quem passar por aqui hoje, sugiro uma olhadinha aqui nesse meu outro post.
'E por hoje é só pessoal".

21 janeiro 2007

Dieta, dieta


Fiz todas as dietas que vocês puderem imaginar: da sopa, da lua, Atkins, com remédio, sem remédio, Meta Real, Vigilantes, blablabla.
Já fui mais gorda, já fui mais magra. Mas sempre fiz dieta, sempre larguei, sempre comi com culpa.
Novo ano e nova fase: fim de todas essas dietas imbecis e início de uma reeducação alimentar.
Na segunda feira, claro, meu dia predileto e dia internacional dos regimes.

Eu, hoje II


"Foi o melhor dos tempos. Foi o pior dos tempos. A era da sabedoria. A era da tolice. Foi a primavera da esperança. Foi o inverno do desespero. Tínhamos tudo diante de nós. E nada tínhamos diante de nós. Caminhávamos todos rumo ao paraíso. Ou direto para o inferno."
Com essas palavras, Dickens inicia Um Conto de Duas Cidades.Quando eu terminar, comento aqui.
Mas é muito interessante como, em alguns momentos, me identifico fortemente com o que estou lendo. Ou com trechos das obras que estou lendo.
"Foi o melhor dos tempos. Foi o pior dos tempos."

Dica da Tia Vivien V


Eu "encomendei" um post pro meu amigo Arnaldo, outro "neo - campineiro" - como eu e outros linkados aqui, alguém que veio pra região e adotou mesmo.
O post está lá, se chama Dendê.
Se quem passar por aqui ainda não tiver ido dar uma voltinha no Baú de Tranqueiras, não sabe o que perdeu: música, literatura, bom humor e um ótimo texto.
A gente se encontra por lá.

19 janeiro 2007

Dica da Tia Vivien IV


Essa tal de blogosfera é mesmo fascinante. Eu gostaria de sugerir pra quem passar por aqui, dois blogs. Um deles de uma grande amiga que conheço há vinte anos , na época da escola. O outro, de uma amiga que conheci por intemédio desse amigo aqui. Nova e já querida amiga
O que ambas tem em comum? São mulheres maravilhosas, inteligentes, amigas pra valer , com profundidade ímpar.
E eu matraqueei na cabeça de ambas pra fazerem um blog, porque ambas tem muito a dizer.

18 janeiro 2007

Contra o bullying


Eu não sei se os pais tem noção exata do alcance do bullying dentro da escola. Talvez se algum pai ou mãe tivesse passado por isso quando criança - como eu passei - estaria um pouco mais atento.
Não sei em que medida, nós, professores, temos poder pra resolver. Só consigo imaginar que solucionar esse problema deva ser resultado de uma ação coletiva escola - família.
Eu fui uma criança exageradamente tímida e sei as marcas que podem trazer o bullying: mesmo
adultos, aqueles que passaram por isso tem uma menor resistência a rejeição, por exemplo.
Eu estava enganada quando imaginei que esse tipo de atitude: excluir, ridicularizar, infernizar o colega, pudesse ser algo restrito ao universo infanto-juvenil.
Minha experiência em faculdades particulares me mostra que isso se repete com adultos. Pasmem.
Um aluno, interessante, politizado, leitor voraz, sempre me procurava ao final das aulas, pra comentar, contar algo. Uma vez perguntei por que ele não fazia as interferências durante as aulas, já que seriam absolutamente enriquecedoras para a discussão.
Ele nem pestanejou, disse que nunca falava em sala. Que não suportava as trocas de olhares irônicos, que eram terríveis. Disse que ele esperava que o curso fosse um lugar onde ele iria encontrar efervescência de idéias, não repressão.
Outra aluna disse abertamente na sala que sofria bullying. A diferença é que ela dizia que tinha 50 anos, tinha esperado muito pra estudar e não ia permitir que intimidação de alguns restringissem sua ação. Segura de si, ela falava, participava ativamente da aula, sem dar a menor pelota pros outros.
Dentro das escolas isso acontece o dia todo, muitas vezes, com a conivência de alguns professores. Esses alunos continuarão a não tirar dúvidas, a não participar, a ficar sozinhos no intervalo, a levar empurrões na escada. Vão continuar em silêncio, fingindo não existir.
Enquanto a cultura da esperteza continuar, eles vão continuar presos em um inferno diário.

Dica da Tia Vivien III

Pra quem quer uma ótima trilha sonora pra sua dor de cotovelo, vale a pena dar uma olhadinha nessa moça aqui.

17 janeiro 2007

Momento sex and the city II


Quatro amigas na sala, comendo pizza.
'Miranda" tinha vindo chamar "Samantha" para fazer uma caminhada pelo condomínio, como a chuva atrapalhou, ficaram conversando. Logo chegaram "Charlote" e "Carrie". Trazendo pizzas e papeando animadamente.
A conversa foi divertida esse é um pequeno resumo de um ou outro momento.

"Charlote" dizia:
- Eu não sei o que acontece....eu sempre fico pensando "Será que é ele ?" ai, ele faz uma burrada qualquer eu eu penso "Não era Ele.....", mas ai , a gente termina e eu tenho certeza.... "Era Ele!!!!"

** gargalhadas**

"Charlote" continua: - eu sempre quis alguém que se cuidasse sabe, cuidasse da saúde...mas foi um inferno!!!! O tempo todo ele me policiava:"não acrediiiiiito que você vai tomar leite integral......queijo prato????!!!...pipoca???!!!!!". Ai, gente, um inferno.


( Vale a pena explicar que "Charlote" é esbelta, não precisaficar com essa paranóia constante com o peso.)

A noite continuava com mil histórias. "Miranda" dizia que estava pensando em reunir umas histórias e escrever uma peça As amigas gostaram, disseram que seria legal assistir e dizer "olhaaa...aquela sou eu!!!". Lá pelas tantas, "Samantha" começou a contar sobre um curso que faz, periodicamente, relacionado a politica.


E ela contava: - Então, um dia eu dividi o quarto com Fulano ....e eles são super liberais, tipo relacionamento aberto....sabe? Ai ele resolveu ficar andando pelado no quarto.

Uma perguntou: - como assim, pelado, pelado?


"Samantha" explicou, calma: - Pelado.
Ai ele pegava um toalha, daquelas pesadas, sabe? e ele .....blablablabla ....que equilíbrio, heim?


** gargalhadas***

(Carrie) - e não era de mentira??

( Charlote) Se o cara tava pelado.....

( Miranda) quando voce vai convidar esse pessoal pra vir aqui?

( Samantha) ah, nao sei.....acho que aqui em casa é pequeno.

(Miranda) olha só, o cara da toalha pode ficar lá na minha casa.....

**gargalhadas***

( Miranda) Sério.....por que vocês estão rindo? Quero discutir Marx com o fulano...só isso.
Depois a gente vê....(balançando o pano de prato) escuta, menino, vai fazer o troço da toalha pra eu ver...???

( Samantha) - mas pra eles é tudo natural, eu aprendi a não julgar as pessoas, isso foi bom pra mim.

( Miranda) ( pra Samantha) você com essa carinha de menina católica, heim?

( Carrie) - Eles estão no seu orkut?

( Samantha) - Estão, blbalablabalbalabl.

( todas anotam os nomes animadamente)


( Carrie) Vou fuçar no seu orkut.


( Charlote) seu orkut é bom demais....rs....amanhã todo mundo vai fuçar.


*** gargalhadas***


(Miranda) Agora, falando sério, eu não dava conta de um cara tão liberalzinho assim não....sei lá, sou ciumenta pra c***.

( Samantha) Mas eu acho fantástico que eles não tenham hipocrisia, é tudo aberto mesmo.

( Carrie) É ...mas é complicado lidar com isso. Mas que eu queria ver o negócio da toalha, ah, eu queria...

Voltaram a pizza e passaram o resto da noite falando dos últimos filmes assistidos. Mas com o fantasma da toalha assombrando.

16 janeiro 2007

Sobre a diversidade


Foi muito divertido brincar com a enquete que fiz aqui na Casa.
Os amigos que participaram perceberam que eu poderia ser a mulher 3, que ironiza o presente, um livrinho péssimo de auto ajuda. Eu realmente achei que ela foi engraçada, espirituosa, disse pra ela que ia postar a fala.
Acho que esses amigos interpretaram muito bem o que eu desejo pra mim: não serviria pra mim. Pra mim.
Entretanto, a questão era a mulher 5. Ai entra a dificil percepção da alteridade, a dicifil arte de se ver Outro. Se há algo que se aprende ao fazer História é buscar perceber e respeitar essa diversidade. O que é muito complicado.
Acertaram todos que imaginaram que eu não me interessaria por alguém que lesse auto ajuda ou afins. Acertaram porque eu sempre me apaixonei e/ou envolvi com homens por quem eu nutria grande admiração.
Mais uma vez, não falávamos de mim. Falávamos da mulher 5, com outros paradigmas, outros valores. Nem melhores, nem piores, apenas diferentes do meu.
Assim, ainda que eu não me interessasse pelo fulano que estava ligando pra ela, ela estava toda interessada. E acho que deveria ir, deveria se jogar, deveria enfiar o pé no acelerador.
Gostos femininos são os mais variados possíveis, uma amiga minha faz a apologia dos gordos, outra me falava da necessidade de alguém espiritualizado, outra falava que só se envolve com militante.
De qualquer forma, o que acho que é válido pra todas é viver de forma intensa e arrebatadora, sem pestanejar, sem pensar "ligo ou não ligo?", "vou ou não vou?".
Se perguntar pra mim, vou sempre responder. Vai fundo.

"Você que fuma e não traga e que não paga pra ver....vou lhe rogar uma praga ...eu vou é mandar você...pra Tonga da Mironga do Kabuletê" ( Vinícius e Toquinho)


15 janeiro 2007

Dica da Tia Vivien II

Quem passar por aqui hoje, não pode deixar de ler isso aqui. Brilhante.
Pra gente discutir seriamente a deplorável imprensa brasileira.

Momento sex and the city


Mesa com cinco mulheres em Barão Geraldo. Todas conversam, riem.
O celular de uma toca, ela atende discretamente. Diz que vai embora. Rebuliço armado. Dizem pra ela não ir, dizem que ela não deve deixar a mesa só porque o bofe chamou.

mulher 1- quem vota pra ela ficar?

Quase todas levantam a mão. Uma discorda, diz que ela deve ir.

mulher 1- Você acha que ela deve ir..????

mulher 2- Claro. VAI NESSA......nem pensa duas vezes.

mulher 3- Mas ele te trata bem?

mulher 2- Gente, e ela lá tem cara de quem é mal tratada?Fala sério!! ( pra mulher 5) Não dá bola não, vai lá, vira o fulano do avesso e vai trabalhar bem feliz amanhã.

mulher 4- Quando você liga ele vai?


mulher 1 - blabalballbalbalbalbalbalb????

mulher 2- ô mulherada encanada...credo.......deixa a menina ir, pegar o bofe e ser feliz.( rindo)

mulher 3- me deixa perguntar uma coisa, ele te emprestou um livro, certo?

mulher 5- ahã.

mulher 3- qual era?

mulher 5- ah, era um do Roberto Shinyashiki.

mulher 3 - Então fica.


**** gargalhadas*****

Primeira enquete da Casa: dessas mulheres acima, quem sou eu?

14 janeiro 2007

Ode a bobeira


Eu vivo dizendo que sou boba. Porque sou e é melhor que eu mesma já diga isso em alto e bom som.
Mas eu adoro ser boba. No sentido de me colocar diametralmente contra a esperteza, contra o ato de tripudiar e/ou enganar outros. Nós, os bobos, não fazemos isso por dois motivos veementes: não sabemos e não queremos aprender a ser espertos.
Porque ainda que você não tenha habilidade natural, ainda pode aprender algo, ou pelo menos, tentar ser mais malandro.
Eu não quero. Quero sentir a dor e a delícia de me dar bem ou me ferrar de verde e amarelo, mas sendo intensamente verdadeira em cada vírgula.
Outro dia, um amigo muito querido me aconselhou a me proteger mais, a entrar de forma mais sutil nas relações. Eu não quero. Quem me conhece sabe que repito à exaustão uma expressão: não piso no freio na minha vida. E não quero começar agora.
Evidentemente isso tem um preço, o preço de meter a cara no poste. O preço de achar que talvez, só talvez, devesse ter sido emocionalmente mais cuidadosa.
Mas esse pensamento me ocorre durante um minuto. Depois vai embora e eu sigo sabendo que essa sou eu, óbvia e boba.

Recontando


Esse foi o primeiro post aqui da minha Casa, como hoje não estou meio assim assim pra escrever, trago essa historinha de volta.

10 janeiro 2007

Um olhar sobre a cidade


Eu estava andando pelo Mercadão de Campinas. Acho que não ia lá há anos, anos mesmo.
Eu fiquei um tempão por lá, coletando histórias. Porque as histórias pulavam enlouquecidas em cada pessoa, em cada tempero, em cada língua das muitas que são faladas por ali.
Me diverti com uma brincadeira que tenho com meu irmão - na qual ele é infinitamente melhor do que eu - que consiste em criar um personagem pra cada pessoa..depois falo melhor sobre isso.
Mas eu me admirei comigo mesma em ignorar por tanto tempo aquele mundo todo. Coisas muito específicas, como as barracas só de temperos - as minhas favoritas - ou as que devem servir pra matar a saudades, como as de chimarrão, rapadura, outras coisa que eu acabo nem sabendo o gosto.
Muitos olhinhos puxados e aquelas línguas exóticas e incompreensíveis, muitos sotaques diferentes, muitos tipos de tudo: de frutas, de línguas, de gente.
Muita pobreza contida, muita velhice, muita paquera, muito trabalho, muito tudo. Fiquei inebriada de gente.
Como eu andei com muitos problemas no final do ano, acho que só esses dias tive consciência de que um novo ano começou, estou me abrindo pra ele e isso está sendo prazeroso.
Parei pra comprar flores em uma banca. Na minha casa sempre tem flor, foi uma das coisas que prometi pra mim mesma quando me mudei. E eu simplesmente adoro flores.
Um rapaz demorou pra escolher umas flores que mandaria, fiquei ali, colhendo aquela história.
Me lembrei de uma história que já contei aqui.
Imaginando que talvez fosse a primeira vez que ele mandasse, a primeira vez que ela iria receber esse presente que é sempre tão delicado, tão gostoso.
As tais flores seriam pra uma moça em uma loja, imaginei a festa que fariam suas amigas, imaginei a carinha de feliz da menina e tudo me pareceu tão singelo, tão comovente.
Tudo me parecia tão vivo, tão colorido.
Percebi que estava mesmo saída do poço estranho que entrei em dezembro, onde, com o perdão do clichê, eu estava vendo tudo cinza.
Eu combinei comigo mesma de ir sozinha passear no Mercadão, saboreando cada história.

08 janeiro 2007

O Mala


Essa história tem já uns meses e eu juro que é verdade. Tenho testemunha.
Estava no Franz com M., minha prima que digo que é minha filha, que eu gostaria que fosse mesmo.
Estou lá alegre da minha vida, conversando, tomando café e ouvindo a música, que lá é sempre muito boa. Vejo um cara bonitão, mas bonitão mesmo, do estilo que parece cheiroso só de olhar, sabe como é que é? Meio passadinho dos 50, mas beeem bonitão. E o fulano me olhando insistentemente.
Aqui é preciso que eu diga que sou insegura, e sou mesmo. Fico toda embananada, acho que estou com o cabelo engraçado ou com algo no rosto. E o bonitão olhando. Sorrindo. Ai, Meu Deus.
E o bonitão levanta e anda na minha direção. Ai, Meu Deeeeeeeeeuuuuussss....!!!!
- Você é a Sandra?
( Hum...que péssimo)
- Não, sou a Vivien.
- Ah, me desculpe.....muito prazer, sou o G.
Voltou pra mesa, continuei conversando com minha prima. O tal G., lá ainda sorrindo, todo gostosão. Tempo depois, voltou:
- Posso sentar com você?
( E por que não?)
- Pode sim.
E foi aí que eu tive alguns dos momentos mais ridículos da minha vida. Eu juro que tentei iniciar uma conversa, como todo mundo, banalidades, cinema, livros, política, música. Sei lá. Nada ia pra frente. O Tal G. me disse quantos metros de jardim ele tinha.
E eu com isso???
Falou dos jardineiros. Dos jardineiros. Eu escutei historinhas engraçadinhas de jardineiros. Eu odeio, odeio esse tipo de coisa.
Olha, juro, falou dos carros que tinha.
O problema não era ele ter ou não , isso ou aquilo. O problema era ser esse o tema da conversa. Todo o tempo. Tá me achando com cara de maria gasolina??? faça-me o favor....
Podia falar do trabalho, dos filhos, eu ia gostar de ouvir.
- De que família você é?
( Montana!!!!!..ih, estou vendo muito Scarface....)
- Meu sobrenome? - já totalmente entediada - é Tal.
- Não conheço.
( oh, céus....)
- Você está vendo Fulano, é da família tal...e beltrano....da tal. Eu tenho uma memória ótima, me lembro até dos aniversários...
( noooosssaa....parabéns...!!!!)
M. , minha prima, que me conhece bem, começou a me chutar discretamente. Eu juro que me sinto culpada, me sinto responsável , sei lá. Acho que não posso ficar julgando tão rápido.
Mas nunca ouvi uma conersa tão ruim em tão pouco tempo. Que Mala.
- Eu tenho mesa cativa em Tal lugar....você não quer ir lá na quinta?
- Acho que não faz muito meu estilo....acho que não. Mas obrigada pelo convite.
- Olha, toma meu cartão, se mudar de idéia, me liga?
- Seu eu mudar , ligo.

Saimos rapidamente, muito mais cedo do que costumo sair, mas sem outra opção. Pois o fulano não ia desmalazar tão cedo.
Fui embora muito irritada.Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece.
Não é que eu queira um ornitorrinco....mas ....fala sério!

06 janeiro 2007

Frases que me fizeram rir muito ontem


De um Ex:

- Queria tanto ser a "meia" da 'Renildes"....


Do meu filho:

- Eu entendi porque você diz que não consegue morar com ninguém, só comigo. É que você é meio...difícil de lidar. Mas eu sei lidar com você.


Do garçom quando fui pagar a conta do bar:

- ( rindo) quatro coca-colas..???!!!! O que é iiiiiissssoooo, moça???


Da Tati no bar, depois da minha descrição de um homem interessante:

- Vivien, você não quer um homem, quer um ornitorrinco.


04 janeiro 2007

Sobre a natureza dos gatos


Pois é, Renildes está apaixonada. Está maluca pelo Malcom X, meu lindo gato preto. Mas Renildes não entendeu ainda que esse romance impossível já nasceu fadado ao fracasso, desde a primeira ronronada desse gato sacana.
Porque ele é gato e essa é a natureza dos gatos. Ele simplesmente não compreende a euforia estabanada dela, que ao vê-lo na sala, corre, torpeça, cai, de língua de fora, risonha.
Eles até que brincam bastante, até mais do que eu supus ser ele capaz, mas sempre menos do que ela quer. Ela mordisca a orelha dele, ele dá patadinhas suaves nela. Um tempão.
Até que ele enjooa, aí, não tem choro , nem vela. Não adianta ela apelar , segurando-o com a pata.
Ele pula pela janela baixinha tão rápido que só resta a Renildes fazer aquela cara de pidona e bater com a patinha no vidro, uma ,duas, muitas, muitas vezes.
Ele deita no jardim e lambe a pata. A gente aconselha:
- se manca, Renildes..... se manca...
-Renildes, vem pra cá, nem adianta que agora ele não vai entrar.
Mas ela continua na janela, batendo com a patinha.
Depois de um tempo, ela deixa a janela e vai brincar com o paliativo que encontrou: um sucedâneo de Malcom X, uma velha meia preta do Daniel, que ela morde, abraça, brinca.
- Não é o Malcom, bobona....rs.....te deram o pirulito e tiraram, né, menina?
Ela olha pra mim, olha pra janela e morde a tal meia. Coitada da Renildes...não entendeu que essa é a natureza dos gatos.
E Malcom X continua no jardim, lambendo as patas, sem dar a mínima.
Gatos.....



**** post publicado anteriormente em fins de 2006.

02 janeiro 2007

Recado pro meu anjo na guarda


Eu tenho altos papos noturnos com meu anjo na guarda. Ele parece o Beckham e sempre está tomando um martini. Não riam....sei lá porque, o tal anjo vive com um martinizinho na mão, maior charme, baby.
Eu converso com ele, conto o que rolou de errado, tomo algumas satisfações, faço alguns pedidos. Depois disso, sonho, sonho tanto que acordo meio tontona. Tenho sonhos delirantes, loucos e às vezes....premonitórios. Qualquer dia ganho na mega sena. Tenho que aprender a jogar primeiro, mas isso é outra história.
Ouvi dizer por ai que anjo é meio burro, assim, você precisa ser muito claro nos pedidos.
Pois é...as duas datas que mais gosto no ano são: meu aniversário e o ano novo. Sempre foi assim.Durante uns anos, meu aniversário foi cada vez mais chato.
Eu encarnava uma polyannazinha e dizia pra mim e pro anjo lindão...ah, até que foi legal.
Teve um ano que eu resolvi encarar a verdade: tinha sido uma droga.
Olha, anjo, foi uma porcaria. Detestei. Quero um aniversário melhor ano que vem.
Bom, nada como a organização mental.......rs.....meus aniversários realmente melhoraram, e muito.
Quanto ao ano novo...nossa.
Eu sempre adorei, adorei essa data. Sempre fiz mil mandingas loucas, joguei flor, acendi velas, fiz pedidos, dancei a noite toda, comprei roupa branca, tomei todas. Foi no ano novo que fiquei noiva aos 15 anos ( glup), que decidi casar aos 21( com outro),que passei em Paraty achando que era a mulher mas feliz do mundo, que decidi tomar fanta pro resto da vida, que decidi um monte de coisas imblogáveis.Adoro ano novo.
Nesse ano novo não viajei, não comprei roupa branca, não cozinhei, não joguei flor, não pulei onda.
Fiz um brinde com Daniel à meia noite e vi uns fogos, depois, voltei e vi dvd.
Eu e Daniel merecemos um ano novo melhor e esse foi o primeiro e o último desses. Eu me recuso a fazer isso de novo, eu me comprometo a não fazer isso de novo.
Eu vou viajar, jogar flor, acender, vela, pular onda, beijar na boca e ser feliz pra caramba.
Eu espero muito desse ano, eu quero muito desse ano.
Não vou ficar com polyanice, não vou mesmo, se for uma porcaria.....eu vou reclamar mesmo, porque quero, me esforço e mereço para que seja o melhor.
Ouviu, anjo?
Pode ir se mexendo ai, tenho uma lista grande de coisas importantes que desejo pra esse ano.
Que venha 2007.

30 dezembro 2006

Solidão em Cem Anos


Eu terminei o livro ontem e fui pegar Cem Anos de Solidão pra reler. Mexi um pouco nos meus livros até lembrar que tinha dado de presente em um sábado feliz pro mesmo Namorado que tinha me dado Viver pra Contar.Ele estava fuçando nos meus livros - adoro isso, aliás - e ficou lá paquerando o livro que eu falava tanto.
Apesar de ele também gostar de García Márquez, não tinha lido esse.
- Leva, é seu agora.
Pra mim foi importante dar aquele livro, porque era o mesmo que eu comprei com 15 anos e que reli tantas e tantas vezes, até o ano passado.
Parece que os livros dados e recebidos de surpresa fizeram parte dessa história. Entre outros que dei e ganhei, me lembro , em especial do Ensaio Sobre A Cegueira e Ensaio Sobre a Lucidez, de Saramago. O primeiro já tinha lido e delirado, o segundo eu estava desejando.
Ganhei os dois e fiz tal estardalhaço , ele riu tanto, que entendi quando dizia que me fazia essas surpresas só pra ver minha reação.
Engraçado como parece que o García Márquez pontuou esse relacionamento que nasceu quase por descuido e terminou conturbadamente, quase um ano depois.
Logo nas primeiras manhãs, numa conversa sem muito nexo, eu disse que se aquilo que estavamos vivendo tivesse um título, seria ....Crônica de uma Morte Anunciada.
E foi.

27 dezembro 2006

Seleção de mestrado ou Um dia de Cão


Primeiro mando o projeto. Sofro horrores pra escrever, acho errado, acho mal feito, faço de novo, acho pior. O Melhor Amigo lê, comenta, sugere.
Frou lê e faz aquele tipo de observações que só ela pode, porque une profundidade com humor, atenção e faz sempre você ver com uma clareza ímpar o que precisa ser mudado e o que está bom.Nunca vi melhor professora.
Passo na primeira etapa.
ok.Prova.
Parecia um " vestibular de velhos". Nós, os velhinhos. Três andares de gente fazendo prova, não tinha pensado em tal concorrência.
Medo.Medo.Medo.Medo Não vou fazer, não vou fazer.....aaaahhhhhhhhh.....( cena da galinha em Fuga das Galinhas....rs)
Quase no surto, engato um papo com a moça ao lado. Simpática, ela conta sobre seus alunos.
Falar sobre alunos sempre me anima, escuto, acalmo.
Chega a prova. OK. Dá pra fazer...aqui uso Thompson, aqui o Sacks e enfio um ou outro autor, acho que dá.
ok.
ops.
Cadê o ar?
Cadê o ar que estava aqui nos meus pulmôes agora ha pouco???
Levanto e vou ao banheiro, um homem me barra a entrada:
- ei, ei...onde vc vai? - diz, rindo.
ok, ok, banheiro errado. Ele faz uma piada qualquer, não sei, sorrio de volta.
Banheiro, água, água no rosto.
Vai que é tua , Vivinha.
Faço a prova e saio antes dos outros, não porque estivesse tranquila, mas porque o corpo todo doia : da sombrancelha ao dedinho.
Passo.
Entrevista.
Chego uma hora antes, tomo uma coca- cola, fico vagando.
De repente, do nada, vejo a Dica.
- vim aqui pra te dar uma força.
Do nada, de graça, so pra dar uma força. Com amigos assim eu consigo qualquer coisa...
Outros candidatos esperam ser chamados.Uma diz que ja fez entrevista duas vezes e reprovou.Diz que estar ali nao significa nada, nada.
Dica, que me conhece bem, percebe que estou a um passo do pânico, me puxa de lado:
- não entra nesse papo...são concorrentes, estão querendo desestruturar...concorrennnnteeeesss!!! Você vai passar.
Quando entro pra entrevista, por uma mágica, estou calma como nunca. As quatro professoras me fitam, falo do projeto, respondo as perguntas, absurdamente dona da situação.
Parece que o anjo do Wim Wenders esta falando no meu ouvido, como falava com os velhinhos no Asas do Desejo. To certa que tinha um anjão lá comigo ( gosto de pensar que ele parece o Beckham....mas isso faz parte das minhas loucuras)
De repente, falar ali não era mais uma tortura, mas um grande prazer.
Ao final, uma das professoras diz:
- percebo no teu olhar e na tua fala, como seu projeto é apaixonante.
Eu só posso sorrir, apaixonante é com certeza, a palavra que mais gosto.
Passei.

25 dezembro 2006

Minhas Pessoas


Esse ano foi de muitas mudanças, mas foi principalmente , o ano das minhas Casas. A Casa que moro e que comprei e a Casa da Mãe Joana, blog que planejo fazer há três anos e que nunca tinha tido coragem.Bom, chegou uma hora que tive e fiz.
Com a ajuda do meu amigo e colega de trabalho , Tarcísio, que implica comigo e diz que , na sala dos professores, só quero ficar blogando. E ele está certo, só quero ficar escrevendo mesmo.
E lendo muito, pessoas como Bruno, cuja carreira acompanho há algum tempo, Aleksandra, com seus textos primorosos, Lipe, meu "primo" baiano, Tati, minha gurua, que reencontrei depois de mais de uma década, Rafael, de quem eu acho que nunca vou ganhar uma discussão, Anna, minha primeira querida amiga nessa tal blogosfera, Cyn que foi amizade na primeira leitura, Jan, que tem amor até no nome, Arnaldo , que com sua adorável Clélia, sempre tem um comentário pra lá de interessante pra fazer e Guga, que entre outras qualidades, é o homem mais cool que já conheci.
As coisas que ganhei e perdi nesse ano foram todas importantes pra mim, algumas eu aceitei: aceitei ganhar e aceitei perder. Só uma eu não aceitei perder e não aceito, mas isso é assunto meu e é assunto imblogável.
Nesse meu cultivo de amigos queridos, estão os amigos com quem trabalhei, amigos com quem estudei, amigos do rgp e amigos do blog.Estou feliz por tê-los em minha vida, cada qual com seu espaço e sua intensidade peculiar, mas todos com sua importância.
Não sei o que 2007 aguarda pra todos nós, só o que posso fazer é esperar que seja bom, que seja intenso, que seja grande.
Não posso e não quero dizer o que desejo pra mim nesse ano. Já disse pra quem é de direito.
Já disse.

23 dezembro 2006

Dezembro


Faz muito tempo que isso não acontece comigo, entrar em um bar e ter conhecidos em várias mesas. Foi assim minha sexta feira, quando saí de cabeça quente do trabalho - com problemas práticos que não podem ser discutidos aqui - e fui pro Pantanal, em Barão Geraldo.
Eu tinha combinado com alguns outros professores e fiquei sentada um tempo com eles. Mas também tinha falado com o Arnaldo e a Clélia e acabei me sentando um pouco com eles lá. Adorei, tínhamos papeado por blog e email e sei que coloquei mais duas pessoas especiais no meu rol de amigos queridos, com certeza.
Ha algum tempo, Arnaldo comentou aqui na minha Casa que ele e a Clélia achavam que tinham me visto no Deck, mas ficaram constrangidos em perguntar. Ele disse que "você é a vivien? não. ah, desculpe foi engano" só serve no telefone...rs
A idéia era tietar essa maluca, o que é sempre um bom programa. Na hora que cheguei, estava rolando uma das músicas dela que mais gosto, o que já achei um bom presságio.Tudo eu acho "bom presságio", também...então não sei se conta.
Houve alguns desencontros também. Tarcísio, aquele tratante, conseguiu uma carona pra sua cidade natal e se despediu de mim ali no trabalho mesmo. Trataaaante.
O Bruno eu consegui perder no bar...ele disse que perder alguém na 13 de maio até que vai, mas em um bar? Pois é. Coisa de final de ano. Mas nem vou te chamar de tratante, tá, Bruno?
Além de todas essas pessoas, chegou também um dos meus melhores amigos. Claro que houve uma discussãozinha básica, porque W. adora discutir comigo. Tô dizendo que meus amigos são todos birutas. W. ainda colocou no orkut que adora discutir comigo, porque discutir comigo é muito legal.
Deixa ele ver a caxiense baixar aqui com força total, deixa só.....
De qualquer forma, eu e meu amigo temos o hábito de trocar conselhos sentimentais. Não sei de onde tiramos essa idéia de que um pode ajudar o outro, mas parece o roto aconselhando o rasgado, hilário, mas lindo. Eu acho fantástico como pessoas bacanas ficam na minha vida, mesmo que não tenhamos mais contato rotineiro, como amigos com quem estudei ou trabalhei.
De qualquer forma, foi um bom 22 de dezembro.
Esse ano foi engraçado, um monte de coisas incríveis, como comprar a casa, mudar de emprego, fazer o blog, conhecer pessoas maravilhosas. E um monte de problemas que acabaram se amontoando nesse finalzinho de dezembro. Um dos meus amigos, um perfeito filósofo, me garantiu..."fica fria, tudo passa, até uva passa"....vejam vocês as piadas infames que tenho que ouvir...
Provavelmente , hoje, uma das coisas que mais me interessa é escrever aqui. Se eu soubesse que escrever era tão prazeroso, com certeza, teria começado antes.
Ontem, relendo aquele lindo romance auto-biográfico do Gabriel Garciz Márquez, parei em uma parte interessante. Ele disse que uma imagem o perseguiu durante anos, até que ele a exorcizou em um conto.
Talvez isso efetivamente funcione: escrever pra exorcizar, Viver pra Contar.

21 dezembro 2006

Dica da Tia Vivien

Queridos, quem passar por aqui hoje, vá ver o que essa maluca escreveu. Se isso não fizer você rir até chorar, você tá morto.

20 dezembro 2006

Final feliz


Soube que a Fulana se mudou: viajou com um personal de 1.95m pra Israel e foi morar em um kibutz. Dizem que tiveram uma briga homérica sobre os territórios ocupados e ela quebrou um ou dois pratos na cabeça dele.
Parece que depois Fulana passou um tempo em Paris com um escultor que falava latim. Bom, não entendi ao certo se ele falava latim, mas duas palavras parece que ele sabia à perfeição.
Mas Fulana se desentendeu com o escultor, arrumou sua mala e se mudou. Disse que ia tentar os pintores...
Viajou sem rumo uns meses, trabalhando aqui e ali. Pintou o cabelo de vermelho, tatuou um símbolo da cabala na nuca e mudou o nome pra Sarah.
Hoje dirige uma galeria de arte alternativa e mora com seus três namorados no Soho.

19 dezembro 2006

Tragicomédia


Três na sala. Fulana, Sicrana e Beltrano.
Fulana deitada no sofá, descabelada, com cara de bunda.
Sicrana, com o telefone na mão:
- Então, tô ligando lá na farmácia....eles entregam o floral aqui mesmo.Você vai ver, floral é bacana, porreta, tiro e queda.
Fulana:
- ...hum...
Beltrano:
- Você deveria tomar empatiens.
Fulana, abrindo um olho só:
- Pra quê que serve...?
- ah...é bom pra impaciência. Assim como você está, o bom mesmo é rescue.
Fulana pensou que cara deveria estar pra ele dizer "assim como você está". Tentou ajeitar o cabelo, pensou em sentar, mas desistiu, ficou deitada, com cara de bunda.
Sicrana ri:
- Rescue é uma beleza....beira o fantástico - fazendo gesto de quem pega uma corda - resgata, sabe? Você quer ser resgatada?
Fulana, com riso nervoso:
- Alguém me tire daqui...
Sicrana:
- você está com uma cara melhorzinha.....está mais pra Jekill...antes estava Hyde....
Beltrano:
- o ruim de floral é que dá pesadelo pra caramba.
Fulana:
- o quê??? Além de tudo vou ter pesadelo??
Sicrana, conciliadora:
- Não ....não é assim.Bom, depois de um tempo, você sabe, floral coloca os bichos pra fora.
Fulana, de olhos arregalados:
- ãh???? Eu tô f***. Colocar os bichos pra fora?!
Sicrana:
- E aquele que eu te dei pra dormir, foi bom?
- Vixe maria.
- Eu te liguei , você dormiu rápido.
- Cheguei, tomei e apaguei.
- E acordou melhor? ( animada)
- Não.....( riso nervoso)
- Olha que amiga que sou...te dei um daqueles que não tomo nunca.
- Aqueles que a dra. X "miguela"?
- É.
- Amiga mesmo
.
Beltrano ainda diz que Fulana deve tomar Rescue. Sicrana e Beltrano discutem sobre florais. Fulana engole em seco, ainda vai ter que trabalhar.
Os jilós também trabalham.

Ainda sobre nomes


Eu estava lendo a Anna - uma das primeiras blogueiras que li fielmente e a primeira que conheci pessoalmente - e o assunto "nome" está lá também.
Anna fala sobre a sua escolha para o nome da filha. Um lindo nome, aliás: Clara.
Quando fiquei grávida, não demorei muito pra escolher o nome. Eu pensava em algo com el, como Gabriel, Rafael. O significado deles me atraia, assim como a sonoridade.
Depois de um tempo, pensamos em Caio: pra mim, Caio é nome de homem bonito.
- prazer, Caio.
- hummmm.....
Como, na época, o trato seria que se fosse menino - como eu queria - eu teria o poder de escolha, fiquei em dúvida entre Caio e Daniel.
Conversando com meu tio Beto, falei pra ele da minha dúvida:
- Ah, os dois nomes são lindos....Caio significa alegria e acho o máximo alguém se chamar alegria. Mas Daniel significa "Deus é meu juiz", e isso é forte demais....ah, não sei.
- Vivinha, quando você imagina o neném......com você imagina?
- ah.....eu sempre penso em um garotinho de tênis ....penso que estou esticando meus braços e falando "Daniel, vem com a mamãe."
- Então, ele já escolheu. Ele se chama Daniel.
Engraçado como algumas frases podem ser marcantes pra mim. Talvez meu tio nem se lembre dessa história, mas eu nunca a esqueci. E ele se chama Daniel.
E fico pensando se esse nome pode influenciar sua vida, ser o Daniel na Cova dos Leões, ser forte , mais forte que eu. Ele tem que ser mais forte do que eu.
Forte o suficiente pra vencer leões.
O dia que eu peguei o resultado, o dia que soube que estava grávida, foi um dos dias mais felizes da minha vida. Gritei, pulei, pulei, fazendo um estardalhaço dentro do laboratório, pessoas vieram me dar parabéns, a Amiga que estava comigo entrou na pilha também.
Joguei fora meu último maço de cigarro. Tem um maço na minha bolsa agora, mas estou guardando pra alguém.
Saí me sentindo mãe. Desejei ser mãe desde que me conheço por gente, tudo está abaixo disso, nada se compara.
Foi a única vez , em toda minha vida, que não senti solidão.
Durante toda a minha gravidez, nunca senti um pingo de solidão.
E foi grávida que fui em passetada contra o Collor, que apresentei trabalho na UFF, que chorei desmilinguida em muitos filmes e até.....propaganda.
Meu ex marido sacaneava:
- minha mulher tá louca...chora na propaganda da maçã brasileira......
Se tudo já "bate" com intensidade, quando estava grávida, era operesco.

18 dezembro 2006

Jocasta e édipo (II)


- Eu não vou fazer aula de Educação física.
- Nem vem, tem que fazer.
- Por quê?
- Porque é super importante, ajuda nas relações, na cooperação....
- Ajuda nada, é competitivo, não tem nada cooperativo.
- Mas é importante fazer um esporte.
- Eu faço tênis, já tá bom.
- Mas o esporte é importante, toda essa coisa de equipe....os gregos paravam tudo por causa das Olimpíadas...
- E os astecas paravam tudo pra fazer sacrifício humano, isso não quer dizer que eu vou matar alguém...
- Os médicos sempre falam sobre a importância do esporte da saúde...
- Mas os médicos lá no Juquery também não davam choques, faziam aqueles tratamentos malucos que você me disse? Então, grande bosta.
- Nem, vem, Daniel: tem que fazer e pronto. Tá na grade.
- Nossa, que argumento, heim? Se todo mundo aceitasse tudo na escola, a gente estava até hoje ajoelhando no milho, você disse isso!
- tá bom, desisto. Você ganhou.
- Eu sei. Eu vou fazer a aula, só queria mostrar que ganho de você nos argumentos.
Depois vocês não entendem porque só gosto de homem complicado.

A Senhora do Lago e o Monstro do Lago Ness


No post anterior, a minha querida Aleksandra Pereira me deu a boa dica: Vivien ou Viviane do Lago, a Senhora do Lago, a detentora da Espada.
Eu vi algumas versões de Brumas de Avalon, gostei em especial da Angélica Houston como A senhora do Lago. Com todas as suas idissíncrasias por vezes condenáveis.Mas com a firmeza de propósito acima de tudo.
Demorei anos pra ler as Brumas de Avalon, sempre torci o nariz para a trilogia. Mas confesso que gostei.Toda essa panacéia sobre poder feminino, sobre magia celta, autoritarismo cristão, culturas que são oprimidas, esquecidas e tomadas mesmo pelas brumas da literatura e da História são fascinantes.
O tempo passando para todos os personagens e os amores que vem, vão, que animam, que enlouquecem, que destroem, que devastam.
Tudo isso envolto na idéia de um poder feminino que acho incrível. Que eu gostaria de ter e ou sentir. Talvez eu seja fruto dessa cultura que massacrou o culto pagão da Deusa, e tenha em mim, apesar dos protestos interiores, resquícios de um machismo emocional . Talvez.
Com certeza, ainda me falta o poder da Senhora do Lago, poder de misturar bondade com crueldade.
Nesses momentos, penso em outro personagem. O Monstro do Lago Ness. Escondido, monstruoso, solitário e único. Fruto da imaginação de muitos, resultado do medo de outros tantos.
Eu tenho medo do Monstro do Lago Ness. Tenho medo de todo sentimento que pode ficar escondido sob um lago escuro e pode aparecer sem que eu o tenha chamado de pronto, que pode aparecer, me assustar e se esconder novamente naquelas águas geladas que eu tenho medo de entrar.

15 dezembro 2006

E o Pedro Caroço?


Eu estava na casa da minha Amiga, era madrugada e ela me ajudava a separar as - literalmente - centenas de provas que eu ainda teria que corrigir. Estava lá pra poder "alugar" o micro, já que sou uma mulher-sem-computador.Como
costume, depois de horas de trabalho forçado, as pessoas surtam, e nós somos feras em surtar.
Daniel já estava dormindo a sono solto, na frente da tv e a nossa conversa girava em torno de banalidades, em um momento, Amiga começa :
- Tem um monte de gente que diz que agora se faz música porcaria, mas tinha tanto lixo quando a gente era criança, adolescente....né?
- nossa, menudo...."não se reprimaaa...."...eu odiava aquilo.
- eu também! tuuuudo boiola, eu olhava e pensava : "que bundinha é aquela? que moleque- menina...mais menina que eu, credo!"

- risadas
- risadas
- tinha muito lixo mesmo, lembra disso, lembra daquilo?
- e aqulo? blabalabl....
- risadas
- "ele tá de olho na bottttiiiiiique dela...."
- risadas
- sabe o que eu não lembro? Não lembro o que o Pedro Caroço fez....
-?????
- sabe? (cantando desafinada) "Pedro Caroço....nananannanana......ele tá de olho na boutiiiiiique dela!"
-( rindo sem fôlego)...eu não me lembrava....de nenhum....Pedro Caroço...
- Não acredito...tinha aquele cara que cantava, lembra? com bigodinho e dançava assim....
O Pedro Caroço tinha feito alguma coisa...mas eu não lembro....
- ( engasgando) você sabe que vou colocar no blog, né? não é promessa...é ameaça!!!

*******

Outra Amiga me deixou super contente: me disse que a "culpa" da sua tese era minha. Eu não sabia, mas eu tinha falado tanto sobre um tema X, que ela decidiu optar por ele no doutorado. Uia, que chiquerrima.Só não consigo mexer uma linha na minha dissertação, mas tudo bem....
Fiz ela jurar que me daria um lindo agradecimento. Adoro agradecimento de tese, ai, adoro. Principalmente quando é pra mim, lógico.
( É isso é pra VOCÊ mesmo, Amigo que Não Comenta, nunca vou te perdoar aquele agradecimento xulé que você fez pra mim!....hahahah)
Bom, essa amiiga me garantiu também que seu sonho de consumo era dar aulas em um orfanato. - por que, fulana?
- pra nuuuuuunca mais aguentar reunião de pais!!!
Só quem teve que fazer cara de ipê roxo pra pai e mãe maluco entende.
Porque eles brigam na sala de reunião, brigam entre eles, levantam a voz, contam minúcias. Os doidos, claro.
Eu posso dizer que tive sorte, fiquei até amiga de algumas pessoas, pra valer mesmo. Quando aparece gente interessante, é um prato cheio.

***********
Amigo Leitor Desse Blog Que Nunca Comenta, me afirmou:
- você reclama que tem muita prova pra corrigir: prova é que nem coelho, se deixar junto procria...você tem que separar macho de fêmea....

12 dezembro 2006

Uma serenata para tia Nadir


Há alguns anos, quando li A Casa da água, do Antônio Olinto, achei muito tocante como eles se despediam dos mortos na Nigéria. Se a pessoa que tivesse morrido fosse velha, tivesse tido uma boa vida, eles faziam uma festa. Comiam, bebiam, enchiam o cabeção, contando histórias da pessoa, relembrando, homenageando com a memória de todas as aventuras que a vida manda.
Só choravam se a morte tivesse sido de um jovem, tivesse sido de forma violenta.
Se fosse o final da vida, inevitável final de uma vida frutífera, comemoravam com uma serenata.
Minha tia-avó Nadir, morreu. Depois de uma vida linda, com filhos, netos, bisnetos, amigos.
Absolutamente saudável, lúcida e brincalhona até o último segundo.
Eu não a via muito, ela morava em Presidente Venceslau e eu a via muito esporadicamente.Na última vez que conversamos, ela me disse que tinha ido ao médico, ver o coração que andava falhando. Ela disse que falou pro médico:
- Olha, doutor, se eu tiver que morrer, tudo bem, né? Tive mesmo uma boa vida. Mas se der pra eu continuar viva, ah, eu prefiro....
Lembro que eu rolei de rir com isso, mas achei fantástico.
Pra alguém como eu, com uma pressa horrível de viver, com medo patológico da morte, foi uma frase que bateu com força total.
Tia Nadir era irmã do meu avô Gabriel, ou Belo, como todos o chamavam. E era Belo mesmo, com seus olhos de Chico Buarque. Era meu avô filho de fazendeiro decadente, filho que de sinhozinho passou a ser pé de chinelo, íntegro como poucos, poeta, violeiro, pra quem eu não era Vivinha, era sempre filhinha.
Meu avô também não está aqui, parece que agora, quase ninguém está e isso dói.
Posso falar dele e contar suas histórias, mas não consigo ouvir nenhuma das músicas que ele tocava sem chorar. Simplesmente não consigo.
Quando Daniel era pequeno, estávamos vendo uma peça com personagens do Maurício de Souza. Em um determinado momento, o Chico Bento começou a entoar Luar do Sertão. O Chico Bento cantava no palco e eu chorava na platéia.
Meu vô Belo também mereceria uma serenata. Também teve uma vida linda, dura, mas linda. Lotado de filhos, netos e bisnetos que eram todos loucos por ele.
Eu quero fazer uma serenata pra eles, uma serenata de palavras, de amor e de saudades.

11 dezembro 2006

Histórias de alunos


Acho fantástico que meus alunos viajem a trabalho. O máximo que viajei a trabalho foi para o Rio e pra Curitiba, mas esse povo vai pros EUA, Espanha, França. Até pra China, creiam. Provavelmente que nunca vá pra China, então, gosto de ouvir os causos, ver as fotos, perguntar muito. Alguns trazem jornais, revistas, pra mim, outros trazem postais, todos trazem histórias.
Cabe dizer que meus alunos tem entre 25 e 40 e muitos anos, são trabalhadores e não tem histórias de vida que propiciem viagens assim.
A maior parte começou a trabalhar no início da adolescência e vê na faculdade a possibilidade da realização de um sonho coletivo, familiar. Junte isso com as viagens que fazem e temos aí o motivo de orgulho da família.
E eu confesso que , prá mim, são motivo de orgulho também.
Apesar da trajetória pragmática - talvez por causa dela - alguns tem grandes lacunas culturais. E é aí que eu entro, ou tento, pelo menos. E quando sinto que minha interferência deu algum tipo de resultado, vibro, vibro mesmo.


***********

Quando entrego as provas finais, reservo um tempo para o atendimento individual, prá conversar sobre o que estava bacana e sobre o que deve ser melhorado ou mudado.
Atendi um aluno que estava me dando pouca ou nenhuma atenção. Ele estava sentado ao meu lado, mas observava a namorada todo o tempo. Eles não se desgrudam na aula, seus olhares esfomeados denunciam que eles preferiam realmente estar em outro lugar.É uma graça.
- você não está nem me ouvindo, né?
- ........(sorriso)
- você está apaixonado, né, D.?
- Não, professora - sem parar de olhar pra ela, sorrindo como só algumas pessoas conseguem - eu tô amando.
Uma hora eu morro do coração.

Ainda brincando com música


Eu vi essa brincadeira lá no Zander e decidi fazer. É assim, você escolhe uma banda e responde a umas perguntas usando títulos de músicas. Vamos nessa.

Minha banda escolhida é: Barão Vermelho

1. Você é homem ou mulher? Flores do mal.
2. Descreva-se: pedra, flor, espinho
3. O que as pessoas acham de você? Exagerado.
4. Como descreveria seu último relacionamento amoroso?
o inferno é aqui.
5. Descreva sua atual relação com seu namorado ou pretendente:
Como um furacao
7. O que pensa a respeito do amor?
fúria e folia
8. Como é sua vida?/
Pro dia nascer feliz.
9. O que pediria se pudesse ter apenas um desejo?
Amor, meu grande amor
10. Escreva uma frase sábia:
o tempo não pára

Agora se despeça:

Todo Amor Que Houver Nessa Vida
Barão Vermelho Composição: Cazuza / Frejat

Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós, na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia
E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente nem vive
Transformar o tédio em melodia...
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum venenoanti-monotonia...
E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio
O mel e a ferida
E o corpo inteiro feito um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente, não
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria...
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia
E algum veneno anti-monotonia...

Passo pra quem quiser fazer.

A outra face da lua



Tatiana Rocha - Sou Tudo Em Mim

"Sim, Há uma Bela Adormecida, tem Cinderela , tem Princesa
Tem a donzela em apuros dentro de mim pra te encantar
Mas, também tema bruxa na vassoura
Tem a madrasta muitcho loca sempre cruel
dentro de mim pra compensar
Sim, tem tudo em mim, tem tudo em mim
Basta você escolher, que personagem chamar
Sim, sou tudo em mim
Basta você escolher com quem vai contracenar
Sim, sou tudo mim
Sim, a Chapeuzinho está perdida, a Rapunzel ficou careca
Branca de Neve tá fazendo uma festinha particular
Sim, fui lá no céu, tinha uma festa
Caí de cara na lagoa, tô numa boa
Esse meu sapo sabe beijar...
Sim, sou tudo em mim, sou tudo em mim
Basta você escolher, que personagem chamar
Sim, também sou seu grilo falante, sou seu espelho, sua amada
Sou seu anjinho de asinha, fada madrina prá te ajudar
Sim, sou seu dragão de bafo quente
Soua a maçã envenenada, sou uma velha encarquilhada
Sou sua roca de fiar
Sim, tem tudo em mim, tem tudo em mim
Basta você escolher, que personagem chamar
Sim, sou tudo em mim
Basta você escolher com quem vai contracenar"

A Mesa dos Músicos


Ontem dui almoçar em Joaquim Egídeo, ou Joaquim, como se diz aqui na minha terra. ( Prá quem não é de Campinas: um distrito pequeno, bucólico e tranquilo até dizer chega. Adorável)
Fui almoçar com um Amigo em um restaurante que gosto muito, comida gostosa, serviço simpático. Mas pra minha supresa, e boa surpresa, além disso, ontem estava rolando música.
Primeiro, quando cheguei com meu Amigo, havia dois cantores: voz deliciosa, repertório bacana.
Mas houve algo que eu adoro presenciar, na grande mesa familiar desses músicos havia uma espécie de "dança das cadeiras" musical, assim, aos poucos, praticamente todos da mesa foram até o palco dar uma canja.
Fiquei pensando como a música atrai as mais diversas tribos, como os coroas motoqueiros que pediam alguma específica, aplaudiam e até davam uma dançadinha animada.
Em uma das canjas, quem subiu no palco foi uma família: pai, mãe e filho adolescente.E isso transformou a música em algo mais interessante, mais bonito. Porque havia algo que apertava o tal laço familiar, algo em comum entre eles, o mesmo objeto de paixão.
Só sei que eu estava achando tudo lindo, especial e único. ´
Provavelmente influenciada pelo meu Amigo, que deu a tudo uma cor diferente. Única.

04 dezembro 2006

um canteiro


Pra entender como foi bom sair no sábado, preciso contar um pouco como era Campinas no final de 80. Em um bairro chamado Cambuí - que ainda abriga bares e restaurantes da cidade -
funcionava o que nós, adolescentes da época, chamávamos de Setor.
O Setor era uma parte desse bairro onde se aglutinavam os bares mais legais, divididos tribalmente e pra onde ia toda aquela turma de secundaristas e universitários, querendo beber ( "beber todas", como dizíamos) , escutar mpb e jogar conversa fora.
O bar mais delicioso do Setor era , sem dúvida, o Ilustrada.
E era pra lá, que nós, marchávamos intrépidos ,depois da aula e depois de umas cervejas.
Era uma época onde eu não combinava de sair com ninguém, porque sabia onde tal e tal grupo de amigos estaria, era simplesmente chegar lá.
No Ilustrada, duas jovens cantoras eram nossa "ídalas": Tati e Carô.
E era assim: vai sair pra ver tatiicarô hoje?
Anos se passaram e perdi essas cantoras de vista. Graças as águas da internet, reencontrei Tati, agora blogueira ( e que blogueira!) e , depois de vários desencontros, consegui vê-la cantar no Deck . ( Pra quem não é daqui: um delicioso bar em Souzas, pequeno, agradável, em cima do rio, com comida ótima, música melhor ainda e atendimento de primeira)
Ver a Tati cantando não foi nostálgico: para além de lembrar com saudade dos idos 80, está a nova descoberta de tê-la como cronista e como amiga, o que resignifica tudo.
E ela está, com certeza, dentro do canteiro de amigos que cultivo com cuidado e carinho.
Pra ouvir a Tati comigo, estava A. uma amiga com quem trabalhei há alguns anos e companheira de unicamp e E., um amigo da época de escola, meu amigo há quase vinte anos.
Gosto e faço questão de manter contato com aqueles que escolho: desde que me mudei pra Campinas, por onde passei, escolhi alguns pro meu canteiro e esses são cuidadosamente cultivados: não me permito perder o contato.Quero -os na minha vida.
Então, depois de muitos anos, ouvi a Tati, cantarolei junto, comprei cd - que recebi com uma lindíssima dedicatória - tietei mesmo, sem medo de ser feliz.
Porque eu quero viver em um mundo em que eu possa demonstrar que gosto, como gosto , de quem gosto, sem rodeios ou pudores.
Se o mundo não é assim, dane-se, o meu mundo é. O meu canteiro também.

01 dezembro 2006

I want to be lost with Jack



Hoje passei na locadora pra devolver uns filmes e me deparei com a segunda temporada de Lost, que ainda não vi.

Enlouquecida, surtada e babando, peguei todos. Estou aqui no trabalho contando os minutos pra chegar em casa e me acabar de ver muito, muito, muito Lost.

Eu demorei pra começar, tinha visto de relance , em uma ou outra zapeada e pra mim era um filme chato, babaca, eu não sabia porque tanta gente comentava sobre uma série que falava de pessoas perdidas em uma ilha.

Por acaso, vi um episódio. E pirei. Imediatamente. Acho a série genial, curiosa, inteligente. Gosto dos personagens, gosto da trama e gosto, em especial, da estrutura narrativa, em flash backs alternados. Você precisa montar a história como um louco quebra cabeça e vai reinterpretando os personagens a partir de informações que são dadas paulatinamente, de forma não linear.

Além disso, tem o Jack, que já me valeria por tudo. Fala sério. As mulheres que curtem os chatérrimos bad boys que me perdoem, mas eles sempre, sempre me entediam.

Os Jacks da vida nunca me entediam.

28 novembro 2006

Leitura Interrompida


A Lou Salomé e a Jan falaram sobre os livros que não gostaram, não terminaram, etc.
Aqui vão os meus.
Já terminei livros que não gostei, já engoli várias coisas pra ter a certeza que não digeria aquilo.
O que eu listo aqui não vem com anti-bula, não prego que não seja lido, apenas comecei a ler e detestei, por vários motivos.
Vamos lá.
Hilda Hilst, nem sei quantos comecei, só sei que parei e decidi nunca tentar decodificar: quem tenta desesperadamente ser tão hermético já me causa uma certa antipatia.Não desce.
Victor Hugo. Esse me deu dor de cabeça. Meu namorado na época adorava e queria me convencer (???????) que eu iria gostar. Não adiantou eu argumentar que eu lia desde os sete anos praticamente de forma initerrupta, ou seja, eu sei do que gosto ou não. E não gosto de Victor Hugo. E não gosto que insistam.
Um livro chamado Angus, de um fulano chamado Orlando Paes. Ok, se você olhar a capa, de gosto prá lá de duvidoso, já vê que é porcaria...mas tinha todo aquele clima de rpg, coisa e tal...tentei. E desisti em desespero.
Kant, Só vou dizer uma coisa: Deus que me livre.
Paulo Coelho, olha, as pessoas falavam tão mal que fiquei curiosa, adoro discordar dos críticos. Mas dessa vez não consegui: trivial, óbvio e pequeno.

O conto da Raquel ou O Belo Adormecido Da Engenharia


Esse pequeno conto foi escrito por minha querida amiga Raquel Stoiani como presente de dia dos namorados para seu marido Cristiano. Na verdade, me senti identificada com ela em vários momentos e como gosto muito de uma boa história de amor com final feliz, aqui vai.
Com vocês, Raquel.

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"Era uma vez...
“Era uma vez”? Sim,“Era uma vez”! Afinal, essa não é a expressão usual pela qual começam os tradicionais contos de fada, aqueles com direito a príncipe e tudo o mais? Pois então, “Era uma vez, em um distante reino”... Mas, “péra aí”, era uma vez, mas não em um reino... Aliás, quando o Brasil era reino, lá pelos idos do século XIX, Campinas nem deveria existir direito, quanto mais a Unicamp! Continuando: “Era uma vez, na Unicamp...”. Hum... Até aqui, tudo bem, mas não havia uma princesa. Havia, sim, uma garota sonhadora que, na falta de alguém para amar, amava a História e que, na falta de príncipes encantados montados em um cavalo, se contentava em admirar a foto de algum príncipe de carne e osso que aparecia vestindo jeans nas páginas das revistas francesas que ela costumava comprar.
Havia pouco tempo que eu estava em Campinas, para onde tinha me mudado com minha família e onde cursava História. Ali fiz muitas amizades no primeiro ano de faculdade. Algumas delas foram ficando pelo meio do caminho ao longo do curso, outras se mostraram realmente verdadeiras e duram até hoje, passados dez anos. Costumo dizer que são mais que amigos, são irmãos e irmãs cujo sangue que nos une é a paixão pela História. E foi no meio desses amigos que descobri que também era gente: que sabia dançar, que sabia divertir os outros, que era até bonita! Foi no meio deles, entre a preparação de um seminário que virava um barulhento bate-papo e a falta a uma aula que era substituída por uma cerveja e amendoins na cantina da faculdade, que o “patinho feio” se tornou um cisne. Descobri até que era capaz de seduzir! Mas era uma perda de tempo: os príncipes sempre viravam sapo depois do primeiro beijo!
Os bailes, quer dizer, as festas na faculdade eram muitas. Foi então que um dia, esperando o início de uma dessas festas, já cansada de beijar sapos, conheci alguém. “Até que enfim”! Não, quer dizer, este era o nome da festa, assim sugestivamente chamada por ser a última festa do início do semestre no campus.
Fada madrinha? Ah, sim, não se pode deixar de dar o crédito a aquela que, na época, era minha melhor amiga. Afinal, foi ela, que estava comigo antes do início da festa, quem reconheceu e cumprimentou um rapaz que ela se lembrava ter conhecido no cursinho. Ele, por sua vez, apresentou um amigo. E, na hora, o que mais chamou minha atenção foi a diferença entre aqueles dois rapazes. Diferença não só física, porque um era loiro, de olhos claros e o outro moreno, de olhos bem escuros, mas a diferença de temperamento, de tom de voz, de gesticulação. Eram diferentes como água e vinho, mas amizade tem dessas coisas. Eles se juntaram à nossa turma na festa. A noite voou, a festa foi ótima! Nós ainda nos encontraríamos algumas vezes, pela universidade. Mas havia um pequeno probleminha: eles sempre estavam juntos, não se desgrudavam. Era praticamente impossível conversar com o mais quieto deles, o rapaz moreno, de olhos escuros e jeito calmo, que sempre era meio eclipsado pelo amigo, mais extrovertido e conversador do que ele. E hoje penso se não foi justamente seu silêncio o que mais me seduziu.
Algum tempo se passaria até eu reencontrar este rapaz moreno e ouvir sua voz calma. Novo semestre. Estava eu almoçando, em companhia de um amigo, no “bandeijão”, o refeitório da universidade, quando alguém tampou meus olhos. Desta vez ele estava sozinho! Eu, então pedi que ele me esperasse na cantina do meu instituto, pois assim que eu acabasse de almoçar iria encontrá-lo lá. Para minha surpresa ele disse que sim! Ele saiu e a primeira coisa que eu resmunguei para meu amigo foi: “Porque vocês, homens, adoram mentir, hein? Aposto que quando chegar na cantina não vou encontrar nem a sombra dele...”. Mas, para minha extrema surpresa, lá estava ele, com sombra e tudo, sentadinho me esperando. E foi aí que comecei a me apaixonar.
Uma pena que a Cinderela ou a Branca de Neve não contassem com a ajuda de um computador. Sim, porque para mim, ele foi fundamental! Corri à secretaria do meu instituto, onde conhecia os funcionários, e não sei com que desculpa consegui, com alguns dados dele, puxar seu histórico e sua grade de aulas. Além de descobrir as horas e os lugares de aula dele, eu ainda descobri que ele havia estudado no Colégio Militar de Brasília! Eu mal podia acreditar: tínhamos a mesma idade (ele era apenas vinte dias mais velho do que eu) e tínhamos vivido na mesma cidade durante a adolescência (e provavelmente tínhamos freqüentado os mesmos lugares). Além do mais, ele havia sido aquilo que eu considerava na minha adolescência a perfeita reencarnação do príncipe encantado: um “reco” do Colégio Militar (assim se costumava chamar os rapazes que estudavam ali e sempre tinham que ter o cabelo bem curto). Não, eu mal podia imaginá-lo de uniforme, usando aquela charmosa boina vermelha. E de farda de gala, então? Mas essa mesma imaginação que me deleitava se voltava contra mim: “Será que ele tinha uma namorada? Ela poderia ser de Brasília. Ou quem sabe ele gosta de alguém?”.
Criei coragem! Não, não é o que vocês estão pensando. Na realidade, antes de me declarar a ele, eu me declarei ao amigo dele. Quero dizer, disse ao amigo dele o que estava sentindo e pedi sua ajuda. Ele muito gentilmente disse que faria o impossível para que nós nos “esbarrássemos”, assim, por um acaso, pela faculdade. Fiquei sabendo até que ele era como o Garfield, adorava uma lasanha (posteriormente descobri que ele também detesta segundas-feiras, porque nelas, coincidentemente ou não, ele sente fortes dores de cabeça). Mas nunca vou me esquecer do que ouvi, por último, do amigo dele: “Por favor, esteja bem certa dos seus sentimentos. Eu não gostaria de ver meu amigo sofrer”. “Ai, que responsabilidade!”, pensei eu.
Deixei um pouco de lado os contos de fada e resolvi partir para leituras mais agressivas. Que tal Maquiavel? Não havia sido ele quem escrevera... O Príncipe?! Perfeito! Pois se, segundo a sua teoria, os fins justificam os meios, e se meu “fim” era um “happy end” com meu príncipe, porque não lançar mão de alguns truques? Aí deu de tudo, desde deduzir pelo horário dele que ele iria jantar no “bandeijão” (porque ele teria aula à noite) e ficar plantada na saída para simular um encontro casual, até planejar festa para ver se ele aparecia. Contudo, eu me esforçava e o máximo que recebia era o tratamento que ele dispensaria a qualquer amiga. Minhas táticas maquiavélicas pareciam não estar funcionando...
Como tudo isso terminou, ou melhor, como começou? Com um pedido de desculpas e uma caixa de “Ferrero Rocher”, que sempre que vejo na prateleira do supermercado me lembra do dia em que decidi ir a casa dele, em um sábado, próximo da hora do almoço. Confesso que minha intenção era apenas entregar a caixa de bombons e uma carta na qual me desculpava por, dias antes, ter sido “meio grossa”. Segundo meus planos, eu tinha certeza de que um dos rapazes que dividiam a casa com ele iria atender a porta, dizendo algo como “Ele não está” e eu apenas deixaria os bombons e a carta. Caso ele estivesse eu não pediria para chamá-lo porque estava tão envergonhada por ter sido grosseira que, na realidade, estava sem coragem de pedir desculpas ao vivo. Eu não queria encontrá-lo. Se a primeira parte do meu plano deu certo (sim, um dos rapazes havia atendido a porta), o resto foi por água abaixo. Quando o rapaz pediu um momento, antes de me responder se era a casa certa e se o fulano estava, e sem mais explicações saiu, me deixando ali plantada, com uma cara de boba segurando aquela caixa, eu pensei: “O que eu estou fazendo aqui?”. Mal tive tempo de concluir meu pensamento e surgiu diante de mim uma figura totalmente despenteada, com a cara toda amassada e jeito de que acabava de ser sacudido da cama. Até hoje ele se envergonha quando se lembra dessa aparição que para mim foi tão bela quanto uma obra de arte, não sei, como um Davi, de Michelangelo. Ele não sabe também dizer porque àquela hora ele ainda estava dormindo. Quem sabe não foi um conto de Bela Adormecida às avessas? Mas o “Belo Adormecido” estava bem acordado quando recebeu o beijo! Depois desse beijo, outros viriam, assim como também um pedido de namoro e depois um pedido de casamento. Ano que vem este beijo completará seu décimo aniversário...
Talvez, eu pudesse concluir dizendo “E eles se casaram e viveram felizes para sempre”, revisitando, mais uma vez, os jargões dos contos de fada. Mas, não. Porque esta é a frase que indica o fim do conto e, para mim, ele não acabou, pois se constrói a cada dia entre uma bruxa malvada e uma maçã envenenada que você tem que engolir, entre a perigosa tarefa de se matar um dragão e uma roca na qual se espeta o dedo, como também na simplicidade de acordar todos os dias ao lado de quem você escolheu para compartilhar sonhos e pesadelos e no feitiço inexplicável de dizer e ouvir um “Eu te amo”.

23 novembro 2006

Provas


Quando me divorciei, eu ainda corrigia vestibular.Agora já estou salva desse trabalho de preso, terrível, cansativo e estressante.
Claro que é uma honra participar desse evento,ainda mais sendo vestibular Unicamp, mas o preço pago é alto, não dá.
Nesse caso, eu tive a brilhante idéia de ler a A Peste.
(Agora me diz, quem, em sã consciência, no meio de uma separação, lê Camus e corrige vestibular? ah, fala sério.)
Era mais ou menos assim " espera ai um minuto que vou cortar os pulsos e já volto. Com faca cega, de pão."
A amiga que fazia dupla de correção comigo estava com o pai doente, por isso, também andava esquisita, como eu.
A gente tinha um bizarro ritual, todo dia, como quem pergunta "tomou café" ou algo assim, a gente perguntava " e ai, chorou hoje?"
E a outra respondia, natural, sem expressão nenhuma., amorfa: 'Ah, não...deixei pra chorar à noite" .ou..."sim, dei uma choradinha básica de manhã".
O stress era tão profundo que havia se trivializado: a gente falava dele como quem fala de batatas coradas.
As horas eram passadas na correção initerrupta da mesma, mesma, meeeessma questão. Caixas e mais caixas, com respostas maravilhosas, respostas idiotas, respostas engraçadas , respostas curiosas.
Hoje em dia existe toda uma estrutura, horário de almoço,de entrada, de saída.
Na época não. A gente entrava, sentava e ...mandava ver.
Quando estava verde de fome sai e comia algo. Voltava e continuava em uma pressão formidável.'Gente, olha o prazo...a gente não pode estourar o prazo...ainda faltam sei la quantas caixas!!!"
Nesse ano, em função disso, a gente parou o vestibular.
Só duas bancas - não me lembro as disciplinas - pelegamente continuaram. A gente parou, sentou e disse que não voltava nem a pau.
A gente conseguiu umas pequenas melhoras nas condições de trabalho, coisa que foi melhorada no decorrer dos anos.Mas que causou um auê...ih, causou.
Algumas coisas aconteciam sempre: o povo da Matemática cantava Ave Maria as seis da tarde, com direito a performance.
Lá pelas tantas alguém surtava, chorava, queria ir embora. Algumas vezes ia mesmo e os coordenadores encaixavam alguém da reserva.
Algumas vezes surgiam pelejas em torno dessa ou daquela resposta, a coisa demorava mais. Ainda que corrigindo a quatro mãos, às vezes era preciso chamar a coordenação. ( uma responsabilidade grande, lidar com o sonho daqueles garotos.)
Sobrevivi a essa e outras correções ( a essa e outras separações também) e fico pensando o que me fazia continuar, exatamente o que me motivava. A grana? O desafio?
Não sei ao certo, o fato é que hoje não faço mais isso.Não corrijo vestibular, muito menos lendo A Peste, claro.

22 novembro 2006

A mais nova integrante da família


Faz mais ou menos uma semana, eu estava na Pet Shop de costume, comprando ração pra Sookie, a gatinha do Daniel.
Conversando com V, a dona da loja, soube que ela tinha feito mais um de seus resgates. ( nota: V., veterinária apaixonada por animais, adota cachorros largados, arrebentados e machucados. Ela simplesmente não pode ver, pára o carro e pega o bichinho, em sua chácara moram 33 desgarrados! Outro dia pegou um que tinha sido queimado vivo com óleo. Colocou nele o nome de Chicão, porque fez promessa pra São Francisco pra ele ficar bom...)
Era uma cadelinha vira lata, pequenininha, choramingona, que tinha sido abandonada em um trevo muito movimentado.Largada no meio do intenso tráfego de caminhões, pra morrer mesmo.
Eu confesso que nunca fui muito afeita a cachorros, sempre tive gatos e sempre gostei da independência dos felinos. Mas olhei pra cadelinha e foi amor a primeira vista. Falei um segundo com Daniel, que já estava carregando-a e batizando com o breguíssimo nome de ...''Renildes".
(Pois é, eu tenho uma cachorra que se chama "Renildes"....rs..o que combina com sua carinha de fome, diga-se de passagem.)
Renildes chegou em casa com tanto medo que não andava. Não pode me ver com vassoura ou rodo na mão, se esconde atrás do sofá e chora, mostrando pra gente que apanhou muito. Quem consegue surrar uma cachorrinha filhote? Coisa doida...
Ela é tão bobinha, que levou já meia dúzia de tapas na cara bem dados pela Sookie, que , muito ciumenta, disputa território. Ao invés de latir ou reagir, corre e se esconde, pequenina e medrosa.
E fica lá, encolhida, morrendo de medo da gata.
Aos poucos percebeu que a casa é dela, não se cansa de pular no meu colo, no Daniel, sempre muito cheia de lambidas e risadinhas caninas.
Ainda não sai de casa, apenas ontem, quando fui molhar umas plantas, arriscou uns passinhos fora da sala, sorrateiramente. Voltou correndo, tremendo e pulou no sofá.
Bem vinda , Renildes, a mais nova integrante da família!

21 novembro 2006

Um dia cinza



Roda viva
Chico Buarque

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

Domingo


Saimos aqui de Campinas antes das nove horas, no domingo. Eu, Daniel e outros professores aqui da faculdade, entre eles Tarcisio - que está linkado aqui.
A programação foi: exposição de arte grega na Faap, almoço no Mercadão e tarde no Museu de Língua Portuguesa.E foi ótimo.
A exposição está bacana, a despeito de algumas críticas que se posicionaram contra a "ambientação" das peças, eu particularmente gostei desse esquema de elaborar um pseudo-cenário: na exposição dos guerreiros chineses isso ficou muito bacana e no Brasil 500 anos, simplesmente maravilhoso.
No caso DESTA exposição, no meu entender, se criou um clima de valorização das peças. Daniel discordou, achou brega.
O almoço no Mercadão foi, claro, aquele hiper sandubão de mortadela, muito, muito gostoso mesmo. O único problema foi a pimenta, minha inseparável companheira, que só chegou junto com a conta.
Fiquei perdida naquela imensidão de temperos, queijos, frutas exóticas. Uma mistura de tudo, uma tradução de São Paulo pros sentidos.
O Museu de Língua Portuguesa foi fantástico: a concepção da interatividade é muito sedutora, a possibilidade lúdica das atividades - em especial no Beco das Palavras, onde é possível, literalmente brincar com as palavras - torna desconhecidos parceiros: as pessoas acabam por se ajudar dentro das atividades, rindo juntas, comentando, descontraídas.
Essa nova compreensão do que pode vir a ser um Museu, onde o visitante pode interagir com as peças e informações é algo que me deixa muito feliz.
Ainda vou escrever um projeto pra fazer uma atividade mesclando RPG, Live Action e algum museu bacana...preciso sentar e pensar. Já namoro essa idéia há tempos.
Foi um domingo delicioso e a possibilidade de passa-lo junto com meu filho, meus amigos e meus alunos, deixou ainda melhor.

13 novembro 2006

Encontro ex- alunos unicamp



Nesse sábado, participei do I Encontro de ex alunos da Unicamp, que comemora 40 anos.

Ainda vou contar mais sobre isso, mas ai vai uma prévia:

* Foi incrível ver tantas gerações juntas, tinha gente de 68, 74, 85, 93...uma coisa doida. Tinha gente com família, tinha gerações de estudantes ( A E. , formada em Ciências Sociais (75), tem dois filhos também formados pela Unicamp e já

leva neta, pra "acostumar com os ares de lá").

* Foi a primeira vez na vida que vi Bandeijão ser aplaudido...sério: pra quem nao encara uma filinha básica de Bandeijão há anos, tudo é festa. Quando um dos organizadores disse que o churrasco comemorativo seria lá, alegria geral e muitas palmas....rs

Nós na fila do Bandeijão:

( eu, a Raquel, o Cristiano e mais um povo)

( Raquel - toda linda, de vestido, salto alto, vestida pra matar)

- Tô realizando meu sonho....rsrs....descer a plataforma do Bandeijão de salto alto....

( Cristiano - procurando ) - ué, cadê as tias? (* funcionárias que servem as bandeijas)....pô, sem elas nem tem graça....ah, olha lá a tia-chefe!!!

( Vivien - rindo) - vocês sabem que vou escrever tudo isso lá no meu blog, né?

( Cristiano ) - agora conversar com vc é assim...."tudo o que vc disser poderá ser usado contra vc no meu blog!!!!" ...um perigo!!!..rs

( Vivien) - Quero falar aquilo que vc disse antes, Raquel...sobre os homenageados....

( Raquel) - ah, homenagearam os "bandeirantes",...que vieram de facão desbravar a unicamp...rsrs

**********( papo mulherzinha , só eu e Raquel)****************

( Raquel) - vc conheceu Fulano, Sicrano, Beltrano..?

( Vivien) - esse sim...esse não...balbalablabablab.....

( Raquel) - eu não ia muito com a cara do Fulano...muito sarcástico, muito irônico.

( Vivien ) - eu sempre gostei dele, era meu amigo. Ô Raquel, vc ainda não aprendeu que homem quando faz isso é cena pura??? magiiina, tudo bebezao....rsrsr

( Raquel) - ele era muito mulherengo.

( Vivien- engasgada de rir) - Fulano??????....ta maluca? só papo, não pegava nada...nem sapato,nem gripe...rsrsr...

( Raquel ) -É mesmo?

( Vivien) - Tô dizendo pra vc, só cena.

( Raquel) - Isso comprova minha teoria "medieval".....quanto maior a muralha, menor o castelo.

( gargalhadas )

********************* na Engenharia Mecânica *******************

Por lá foi bacana, depois que saimos do Ginásio, onde foi a recepção aos participantes, fomos pros institutos. Passamos na Mecânica porque o Cris é de lá.

Havia uma apresentação bem bacana , informal, as listas com os integrantes desde mil novecentos e guaraná com rolha estavam lá, um cd com fotos de muitas gerações: trabalhos, festas, projetos....muito bacana. Gostei.

**************** No IFHC********************************

Meu instituto, com sua habitual e insuportável mania de ser blasé ( tem coisa mais babaca do que achar tudo babaca???) , não organizou nada. Revi algumas pessoas, sentamos , rimos e papeamos. Combinamos de tentar organizar algo pro ano que vem, já que esse encontro parece que vai entrar nas atividades anuais.

Eu acho que esse resgate da Memória, para além da nostalgia, tem uma importância histórica, importância na própria construção da nossa própria identidade e da universidade.

Rever e achar idiota isso ou aquilo tem um poder terapêutico!

Foi bom, gostei e me emocionei ao observar o blog do evento, as fotos antigas, a mudança das pessoas, tudo isso. Mexeu comigo e adorei isso.

@@@@@@@@@ ATUALIZAÇÃO @@@@@@@@@@@@

Escrever um blog é algo curioso, alguns amigos permitem que cite seus nomes, como é o caso da Raquel, por exemplo. Em geral, pra evitar problemas , eu coloco a inicial.

Eu tenho um amigo que me proibiu de falar dele e mesmo assim pergunta se nesse ou naquele texto estou falando dele, não C., não estou falando de vc.

Tenho um ex que me deu uma bronca, mas nem ligo e vou escrever sobre ele de novo...

No caso DESTE texto...alguns amigos me escreveram, se encaixando e se imaginando como sendo o objeto do papo "mulherzinha". Como eu disse pra quem me escreveu: estou falando de outra pessoa, ok? No neuras.

Principalmente vc, D., jamais me referiria assim sobre vc, fica frio!!!!!!!!

@@@@@@@@@ Atualização @@@@@@@

09 novembro 2006

Ainda Sandman.....


Acho que o fascinante do sonho é que tudo é absolutamente possível ali.
No post anterior, eu falei dos sonhos lúdicos..ops...lúcidos...risos, onde existe a consciência de que se está sonhando.
Nunca li nada sobre isso, o máximo que vi foi uma comunidade no orkut, ou seja, nada.
Acho que o que me atrai nesse tipo de sonho é o poder que se tem e a ausência de consequências: assim....é possível falar e fazer qualquer coisa, sem a preocupação com o que vai acontecer depois. Preocupação essa que rege a vida da gente cotidianamente.
O mundo onírico é a possibilidade de se lançar ao desconhecido sem medo nenhum.
Que delícia.

08 novembro 2006

Mister Sandman, help...


Simplesmente não consigo dormir.
Sempre tive longas e boas horas de sonho, um incrível universo onírico - não é à toa que Sandman é meu personagem favorito dentre os incríveis de Neil Gaiman . E eu tinha até um troço que - me disseram - se chama Sonho Lúcido( que , em linhas gerais, é o fato de você ter consciência que está sonhando...viagem total), mas agora, não durmo.
Demoro pra pegar no sono, acordo toda hora, não tenho mais sonhos lúcidos e quase nem lembro dos sonhos.
Eu que tinha histórias hollywoodianas pra contar.....com homens virando dragões e outras coisas assim...
Mas ontem foi ainda pior: o sono foi pra outro lugar que não a minha mente.
E os gatinhos da Sookie resolveram fazer um baile funk em cima da minha cama. OK. Filhotinhos são lindos, mas de madrugada, com as horas indo embora e eu sabendo que tinha que pular da cama às seis...? tortura.
Resultado, estou com sono agora. Estou com uma enorme pilha de provas pra corrigir, o que também aumenta meu sono, claro.
Mas tudo bem, hoje vou dormir como uma pedra - uma pedra que sonha, óbvio - e depois posto o sonho. Mister Sandman...help....

06 novembro 2006

o "happening"


Há vinte anos eu fazia teatro amador. Essa foi minha primeira coisa "inconfessável" dita aqui no blog,no meu primeiro post. "Inconfessável" porque teatro amador é de amargar mesmo.
Uma das coisas que a gente adorava fazer era happening, ou seja, uma cena em lugar aberto, pra "interagir" com o público, "estudar as reações" e outras papagaiadas que a gente repetia.
Traduzindo em miúdos, a gente criava uma situação em público e mandava ver, o povo não sabia que era teatro ( e era?) e acaba se intrometendo. Tenho que admitir que era divertido.
Mas não era por diversão, era com toda seriedade de quem está fazendo laboratório. Porque a gente ia mudar o mundo, vocês sabem....
Volta e meia um comprava sal de frutas, enfiava na boca e caia babando no chão....as pessoas paravam ( ou não), ajudavam ( ou não), riam ( ou não) e a gente pilhava, observada, palpitava. Depois levantava e ia embora.
Uma das vezes, alguém quis fazer algo mais ousado (?). A cena seria uma mulher ciumenta surtando com outra. OK.
Foram formadas as duplas: o casal da surtada e o casal da que faria a outra surtar. Eu estava no último casal.
Isso aconteceu em fins de 80, na frente do City bar. Olha que mico fantástico...
A gente - eu e meu "namorado" no happening - chegou e cumprimentou o outro casal, eu fui mais efusiva e a tal "namorada" simulava descontentamento, cruzava e descruzava os braços, bufava, bem discreta...rsrs
Não me lembro em qual momento ela começou a gritar comigo. Seu papel era daquelas mulheres mandoninhas, dedo em riste, insuportáveis, sacumé?
Também não sei quem começou, mas em segundos eu estava dando bolsadas na cabeça da infeliz e ela me chutando.,....tudo furiosamente, pois a gente achava - na nossa pouca ou nenhuma leitura acurada - que o método stanislawisky era isso, "entraaaaar" no personagem.
Eu fiquei com uma marca na perna por semanas, pois nessa época - em uma outra vida portanto...- meu uniforme era mini saia e tênis e era isso que eu usava quando a surtada me acertou.
Os outros do grupo colocavam pilha, alguns engrossavam a turma clássica do deixa-disso, tinha de tudo. Saí de cena e o "namorado" da que fazia papel de mandoninha - que tinha um ego bem interessante...daqueles que chegam alguns minutos antes da pessoa- resolveu aparecer.
Vai vendo.
Como a briga tinha dado ibope, ele não quis ficar pra trás, berrou, quase afogou a fulana na fonte, aumentando o barraco.
No final, quando o grupo mostrou que era encenação, quase voou uma garrafa da mão de um bêbado que estava ali, participativo no limite.
O mais curioso disso tudo, é que era realmente levado à sério, não era molecagem....era uma forma de "arte revolucionária" (??????) que iria mudar o panorama medíocre que existia...
A gente discutia com uma suposta propriedade, autores que a gente lia com a testa, quando lia.
Como um jovem pode ser pedantemente burro...! E como é divertido ver isso depois.

01 novembro 2006

....E é assim que sou....


Exagerado
Cazuza
Composição: Cazuza / Ezequiel Neves / Leoni

Amor da minha vida
Daqui até a eternidade
Nossos destinos foram traçados
Na maternidade
Paixão cruel desenfreada
Te trago mil rosas roubadas
Pra desculpar minhas mentiras
Minhas mancadas
Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado
Eu nunca mais vou respirar
Se você não me notar
Eu posso até morrer de fome
Se você não me amar
E por você eu largo tudo
Vou mendigar, roubar, matar
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais
Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado
E por você eu largo tudo
Carreira, dinheiro, canudo
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais
Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado
Jogado aos teus pés
Com mil rosas roubadas
Exagerado
Eu adoro um amor inventado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado