27 dezembro 2007

Tradições natalinas e cinéfilas









Eu, minha prima e meu irmão temos uma tradição natalina:todo dia 25, vamos ao cinema. Criamos até uma comunidade pra isso,comunidade bem vazia aliás.Mas esse é o objetivo. NINGUÉM vai ao cinema no dia 25: não há filas,o cinema fica com um ou outro gato pingado,uma delícia.Tudo só nosso.
Como eles escolheram o do ano passado ( Eragon,chato,chato), eu escolhi o deste ano.
E como boa fã incondicional de Garcia Máquez,escolhi O Amor nos Tempos do Cólera.
Só posso dizer que,caso você também adore esse autor,faça um favor pra você mesmo.NÃO veja o filme.Não perca seu tempo,não passe raiva,não veja um texto maravilhoso ser transformado em uma porcaria.
Se você espera ver a sutileza deliciosa e divertida do realismo fantástico,tão bem traduzida em Como água para Chocolate,esqueça.Não li o livro que deu origem ao roteiro,nem conheço o autor,mas reconheço ali muito mais realismo fantástico do que no filme que assisti.
Não há realismo fantástico,não existem as peculiaridades de Garcia Márquez,o livro com certeza não está ali.E não estou dizendo que falta essa ou aquela cena,não,nada disso.Falta a presença dos personagens,de sua magia,do seu caráter sensorial e intenso,falta o cólera,falta o amor,falta tudo.
Segundo li,Garcia Marquez exigiu uma grande porcentagem de atores latinos e que as músicas fossem criadas por Shakira.Mas acho que um diretor norte americano no comando é que foi o erro.Não me tomem por purista,gosto do cinemão,sou uma vendida pro cinema americano,gosto e pronto.
Mas tem coisa que não desce. Aconteceu a mesma coisa com A Casa dosEspíritos, baseado no romance homônimo de Isable Allende.Apesar de contar com atores de calibre indiscutível,não consegue captar a suave loucura que há nesse tipo de literatura.
Saimos frustrados do cinema,segundo minha prima,nossa tradição não se limita a IR ao cinema no dia 25. Tem que ser filme ruim.

25 dezembro 2007

As pessoas que eu fui


O Arnaldo e a Clélia me deram um presente delicioso: um livro do Moacyr Scliar,onde ele faz uma auto biografia literária. Isso; o que ele pensava,sentia ou desejava,pautado por quem ele lia.E assim dá pra perceber as fases ou "as pessoas" que ele foi.
Quando vejo esse clipe mega anos 80 me lembro de uma das das pessoas que fui: pegue esse clipe,misture muita literatura e uma certa militância política.Assim eu fui no final da adolescência.

21 dezembro 2007

"Meu coração é o seu lar."(Cássia Eller)
















Os meus queridos leitores e amigos sabem que é meu hábito fazer declarações de amor ao meu filho aqui.Isso é muito fácil de entender,porque eu nasci pra ser mãe do Daniel. O resto vem depois,mas vem com uma distância tão grande que é até covardia.Gosto de todas as esferas da minha vida,mas sou a mãe do Daniel. E o cara ficou demais: inteligente,bonito,espirituoso,bom papo.
Eu sei,vocês estão me achando A Jocasta, certo?Perfeito,porque é isso mesmo.Aqui no lado,na marcação "Daniel" tem textos sobre a gravidez difícil,tem textos sobre as palhaçadas que ele faz.Quem tiver tempo e vontade,leia.Está aqui no meu blog a minha eterna declaração de amor pra ele.
E pra quem queria ser mãe,ganhar esse filho no dia 23 de dezembro é uma dádiva absurda.Imaginem uma então jovem mãe passando o natal do ano de 1992 com um bebê no colo. Um bebê criado e saído do seu corpo,alimentado pelo seu corpo.
Imaginem.

20 dezembro 2007

O insólito II
















No post anterior,eu comentei como eu e "Charlotte" falávamos dos homens presentes.Meu amigo Arnaldo perguntou se "scanear" alguém dói,minha querida Andréa lembrou que nós,mulheres,somos uma multidão desenfreada.
Como se dizia na época da Revolução francesa:"não se abre o portão a revoltosos,muitos menos a revoltosas".Pois é.Somos muitas.
Minhas primas me sacaneiam,dizem que peguei a "cota" de outras,porque casei duas vezes,"noivei" uma e namorei bastante.Mas digo pra vocês,agora a coisa está mais complicada.Muito mais complicada.
Explico.Os homens estão em menor número, isso é fato.Problema número um. Uma amiga afirmou categoricamente: "os homens se dividem em três categorias, os casados, os gays e os canalhas.E as categorias não são auto excludentes".
Um prima disse que não existem mais homens, segundo ela todos foram abdusidos e os que trafegam por aí são ets,cuja missão é enlouquecer todas as mulheres da Terra.
Porque,meus amigos,esses fulanos falam outra língua.Mesmo.Eu desisti de entender.
Na tal boate,comentava com 'Charlotte" o fato dos homens ficarem esperando sempre uma ação feminina, ficarem com suas bundas paradas até que alguma mulher tome a iniciativa.Minha ídala, Urubua, acha que não há nada demais. Eu também não.
Eu achava o máximo tomar a iniciativa: comecei vários namoros assim, inclusive o meu primeiro casamento.
Mas,meus queridos, vocês não sabem o peso de um "não" pra uma mulher.Dentro de nossa sociedade,ainda machista,um "não" para um homem é apenas um erro de cálculo,um tiro errado. Para uma mulher é devastador.Levei um "não" de um amigo e caracoles,morro de vergonha até hoje.Brinco com ele e finjo - mal - que não me importei tanto.Mas me importei sim.A auto estima vai para o finzinho do sapato e eu comecei a imaginar que milhares de defeitos eu tinha.
De mais a mais,é uma delícia ser cantada.Os homens não sabem que toda mulher gosta disso?Meus queridos é muiiiiito bom, uma boa cantada melhora a auto estima,aumenta a sensualidade e pode garantir muitas outras coisas bem animadinhas.
Meu filho disse que as meninas tomam a iniciativa. E eu vejo isso, ligando, batendo na porta de casa, sorridentes, perguntando por ele.Não vejo mal nisso, mas vejo que ele se acostumou a isso e espera que elas se mexam.Vira rinha de galo, acho.
Amigas da minha idade me ensinam: o problema são os homens da nossa geração, os mais velhos ou os mais jovens são melhores. Segundo elas,os mais velhos ainda tem algumas caracteristicas mais claras, sem jogos complicados de sedução.Os mais jovens cresceram com mães e irmãs dentro de um novo estilo de mulher e não caem naquela armadilha tolinha da competição.Segundo minhas amigas - que namoram mais velhos ou mais jovens - eu deveria investir nesse novo nicho de mercado.
Até posso perceber isso,mas vou continuar aqui,na minha.Me arriscar a outro "não"?Jamais.Sei lá,homens...

11 dezembro 2007

Para a Santa













Eu descobri o blog da Santa no meu contador.Ela vinha aqui,muito da quietinha e lia,quando eu a descobri, ela já tinha me linkado.E eu descobri uma blogueira imperdível,vocês devem ler.
Como ela disse que se imagina papeando comigo e outras blogueiras no melhor estilo Sex and City, eu reconto esse papo-mulherzinha aqui.
Gente,mulher quando está em bando fala coisa séria,fala de cinema,de política,de arte,de filhos.Mas fala de homens e essa sempre é a parte mais divertida.

Agora vamos ver quem me saca por aqui: nesse texto linkado ,quem sou eu?
Estou falado desse texto,povo, não da série em si, nesse papo com quatro amigas papeando. Leia e descubra, tcham tcham tcham tchaaaammm.....;0)

10 dezembro 2007

Para você









Foi muito bom ter falado com você no sábado,foi muito bom ter conseguido dizer que fechei um ciclo. Foi muito bom você ter dito que agora posso começar outro,parece uma mandinga,uma benção,um despreendimento.
Essa nossa história que não foi poderia ter sido linda,mas o pouco que tenho está guardado com carinho.
Foi importante você dizer o quanto me quer bem, o afeto que tem por mim.O quase-amor que senti por você jamais será apagado,porque historiadoras não contam apenas as histórias vencedoras, mas as histórias perdidas,as histórias que poderiam ter sido.
Muitas vezes,com saudades,pensei no tanto que esse quase-amor poderia ter trazido pra nós dois,mas nossa história tomou rumos diferentes,simplesmente isso.
Mas eu não vou esquecer você,nem seu sorriso,nem o jeito com que você me abraçou e me beijou,porque a memória é um tesouro único e a minha está guardada a sete chaves.
Um beijo pra você.

07 dezembro 2007

Carnivália





















Eu estava lendo a Andrea,como faço todo dia,e vejo comentários sobre uma maluca que vai ser madrinha de bateria,essas paradas aí.
Como eu disse na caixa de comentário da Andrea, acho carnaval um saco,uma bosta. Me enfio em casa com milhões de dvds e livros e ninguém me tira dali nem à forceps.
Nem o Reynaldo Gianechinni.Bom,mentira,ele tirava.Ai, ai.
Voltando ao papo,me lembrei de um ano que estava no Rio e fui ver ensaio de escola de samba.Queria ver da Grande Rio,óbvio, porque morei em Caxias. Mas como boa pobretona que sou, claro que fui na Zona Sul,ver gente chiquérrima bêbada. Queridos,nunca percam a oportunidade de ver seu ídolo dando baixaria.
Bom,ídolo meu não tinha.Vi uns globais de segunda linha -pessoas, aquela ex-Ronaldinho, a Suzana Verner,é o ser humano mais lindo do mundo, juro por Deus -
se eu tivesse aquela cara e aquela bunda,passava o dia inteiro no espelho, me mandando beijos.
Enfim, o povo bebe que é uma coisa.E eu me entedio facilmente com as coisas,já disse isso. No começo, até gostei: nunca tinha ido, novidade, sambas antigos, bklablalaba.Pouco tempo depois, eu queria era dormir.Eu queria uma caminha, só isso, e aquele barulho,aquela multidão,eu estava achando tudo um horror.
Eu estava de carona.Cristo, eu escrevi na minha listinha "nunca mais sair de carona com notívagos".Junto com algumas primas, sentei no chão, ao lado da saída vip.Foi um show. Neguinho famoso saia arrastado por amigos, os pezinhos no chão, uma barbaridade. Um deles - qual é o nome mesmo?? - voltava, abraçava o porteiro, beijava, voltava. E eu lá, sentada, me odiando por não ter uma máquina e ganhar uma grana como paparazzi por uma noite.
Minha prima apontava:
- olha só aquele fortão..."bola" todo dia, aposto.Se espetassem um alfinete, fiiiuuuuu.....(imitando uma boa esvaziando)
Quando o resto dos meus primos decidui ir embora,eu já tinha visto metado da Globo passar vomitando. E por que raios eu não tinha uma máquina?
Terminamos a madrugada no Bob´s, ao lado do Carlinhos de Jesus.

05 dezembro 2007

Um post pra mim








Por hora, ouçam.
Mas , afinal, isso eu já contei.
Essas músicas deliciosas são irresistíveis, aliás, nada como música pra te enfiar numa tremenda chuva de lembranças que se embaraçam, se confundem, melhoram ou pioram as pessoas com a distãncia.
Tornam doces os terríveis animais que já cruzaram nosso caminho. Como o animal que a moça da gravura segura, um arminho feroz, que ali, de maneira divertida e irônica, parece um bichinho doméstico.
As lembranças fazem isso com as pessoas, com as histórias e até com as dores.

02 dezembro 2007

O almoço que não houve











Marquei um almoço com alguns amigos hoje, domingão. Eu particularmente gosto muito de gente na minha casa, gosto do barulho, das risadas, da conversa. Gosto de cozinhar pros meus amigos e descobrir gostos específicos pra comprar coisas específicas: lembrar no supermercado de comprar o doce do fulano ou o suco que a sicrana adora. Gosto desses mimos.
Então preparo minha casa como uma casa-noiva: limpo, perfumo, enfeito, coloco flor.
Nesse sábado, fiquei limpado. Eu estava linda, vocês tinham que ver, de havaiana lilás, calça arregaçada, cabelo preso em um coque com lápis. Eu estava uma gata.
Lavei, cantarolando, porque lavar é ritual e ritual precisa de canto. Aí decidi desinfetar com álcool, porque vinha criança e como tenho a Renildes, achei melhor garantir uma coisa desinfetada. Porque, gente, quando meu filho era pequeno, eu era a rainha das coisas esterelizadas, uma paranóica.
Ai, parei, linda com minha vassoura na mão e tive uma idéia brilhante: água fervendo....ah, genial.
Foi um tal de água fervendo, panos e vassouras, limpa vidros e desinfetantes.
Ficou titindo, dava pra comer no chão.
Putz, e a salada? Estava sem carro, não dava pra ir no mercado. Fui até a revistaria-conveniência mais próxima e improvisei coisas pra salada, ficou legal, ficou sim.
Aí comecei a cozinhar, ia repetir o prato que fiz outro dia pra outros amigos: frango ao curry. Então, cozinhei, temperei, coloquei um pouco mais de cúrcuma, experimentei, hum, mais curry, llalalalllá, cantando, bebendo coca-cola e assistindo Senhor dos Anéis na tv.Deixei tudo no jeito, pra dar o toque final na hora de servir, no dia seguinte.
Tudo pronto, peguei um dos livros que estou lendo ( falarei dele em outro post), Malcoml X pulou para minha cama, apaixonado como sempre, li e dormi.
Acordei cedo pra lavar o quintal, lavei toda linda, com aquele visual que já contei. Terminado o servicinho de preso, tomei um super-banho, fiquei toda arrumadinha, cheirosinha e lendo meu jornal.
Passou um tempo, minha amiga me ligou, dizendo que estava vindo.
tic-tac. tic-tac.tic-tac. Nada.Nada.
Tmei mais coca cola pra enganar o estômago, comi uma bisnaguinha, deitei na minha cama com meu livro.Nada ainda, meio-dia, meio dia e meia, uma hora, uma hora e meia...
O telefone toca, minha amiga, toda nervosa, me conta essa:
esqueceu o número da minha casa. Chegou, viu casas iguais, sai batento em todas, nada de Vivien, suou no sol, ouviu choro da filhinha, stress do marido, tentou me ligar, meu celular imprestável não tocou.Séculos depois, suando e cansada, voltou pro carro e pra casa. Aí me ligou.E ai a bosta do meu celular imprestável resolveu tocar.
E a outra amiga que viria, também não apareceu. Foi um complô, ah, juro que foi....rs
Mas tudo bem, vou comer frango ao curry por uma semana.
De mais a mais, se não fossem esses desencontros, como eu escreveria no meu blog?
Ah, queridos, meu endereço vai por email e espero vocês em outro dia.
NO stress, beijos a vocês.