Mostrando postagens com marcador anos 80. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador anos 80. Mostrar todas as postagens

24 agosto 2011

Um espelho, spray errado e muitos retoques










Eu acho que já disse aqui, mas minha mãe é uma mulher de múltiplos talentos: é pedagoga, trabalhou em direção de escola até se aposentar, fez design de interiores e sempre inventou coisas, reformas, coisa e tal.
Quando eu era adolescente ela garimpou peças de mobiliário antigo, repaginou pintando de verde, mandou fazer cortinas, almofadas, colocou quadrinhos retrô com fotos minhas e fez um quarto dos sonhos.
Pena que na época, não havia o hábito de tirar tantas fotos, ainda mais do interior das casas.
Bom, depois de navegar indefinidamente pelos decór blogs e ficar toda metida a novidadeira, resgatei o espelho da velha penteadeira - que hoje está na sala de tv da minha mãe, de outra cor, como aparador - e decidi colocar no banheiro da minha casa.
E 'bora pintar.
Como sou uma caloura do DIY, inscrevi meu pai no dia "ajude a Vivinha a ser feliz" e coloquei nosso faz-tudo para trabalhar. Ele lixou e passou uma camada de pintura. Comprei um spray da Colorgin e achamos que estava estranho. Eu não pude descer no quintal, por conta da escada, portanto, vi com meus óculos ruins e de longe. Pareceu ruim...mas não vi que estava....(cara de ódio) metálico.
Assim, comprei outra lata desta tinta horrorosa. Hoje vi de perto e quase surtei:estava metálico, brilhante, bregarosíssimo.
Sai com meu pai em busca de outra tinta, depois de consultar a Fernanda Reali, que deu boas dicas.
Descobri uma coisa: em lojas de tinta eles falam outra língua. Ninguém entende quando você fala "sem brilho" e parece que uma cor trivial com o verde é algo tão exótico quanto roxo ( quando pedi roxo, praticamente me chamaram de doida. Juro que não entendi, vejo todo dia por ai,fala sério)
O caso foi mandar fazer uma mistura que - espero - chegue perto do que busco, um verde azulado lindo de morrer.
Torçam por mim, a tarde será decisiva.


Em tempo: caracoles, fazer bijoux é extremamente terapêutico! Fiz cinco colares, dois mexedores de suco, um chaveiro daqueles mega e dois "colares" de garrafa, para umas garrafas que ficarão no banheiro, com óleos perfumados.

12 agosto 2011

Momento Nostalgia

Era 1988, certo?
Cara, como a vida muda....pra melhor.;0)




07 maio 2011

Bizarre Love Triangle


Costumo sair pouco à noite. Pouco mesmo, se fosse portuguesa, diria "quando o rei faz anos", porque é mesmo assim.
Entretanto, a despeito dessa rotina de noites caseiras, fui na Apô sexta feira,dia de flash back, ui. Claro que quem tem mais de quarenta sabe que a casa existia na década de 80 e bombava. E claro que quem me conhece sabe que eu não ia, porque tinha como política de vida não frequentar lugares patricinhescos e mauricinhescos.
O fato é que a casa reabriu há alguns anos e reagrupa pessoas que querem dançar, curtir uma certa nostalgia básica, papear, tal e coisa. E eu vou. A casa mudou, eu mudei, todo mundo mudou e pronto.
Eu super indico, sai uma baladinha beeem interessante: se você chegar cedo, pode curtir um jantar japa - na faixa - no restaurante, beber algo e conversar. A pista só lota depois das onze e fica cheio o suficiente; nem tão vazio que pareça decadência, nem tão cheio que você se desespere, fica na medida.
Povo mais jovem, corra, lá nós - os velhinhos e velhacos - comandamos.;0)
Mas o caso é que eu gosto, gosto sim, indubitavelmente, mas é inegável que eu não me integro. Interessante, isso. Consigo me conecatar com algumas pessoas, mas me joga em um grupo, seja ele qual for e as pessoas se transformam em personagens. Não me identifico com elas, acabou olhando-as com curiosidade e distanciamento.
Ali personagens memoráveis, como a moça que tal qual o Daniel do BBB11, dançou a noite toda agarrada a um - não era coqueiro, hehe - pedaço do corrimão da escada. Vi também um cinquentão com cara de recém divorciado, no melhor estilo "tô an pista" e pensei que a última saída com a esposa deveria ter sido uma barulhenta churrascaria no dia das mães. Aí se separa e sai pra dançar, coisa que deve ter negado pra mulher. Bom, por ai vai, vou viajando nos personagens.
Qualquer hora conto mais.Por hora ,indico, na outra sexta não vou...pois é lançamento do cd da Tais e eu não quero perder, mas depois, pode contar comigo, a gente se vê por lá. Beijos, queridos.

03 outubro 2010

Sexta Musical - The Smiths

"Você pode tirar uma garota dos anos 80, mas não pode tirar os anos 80 de uma garota"
(Nigella)




***publicado originalmente em janeiro.

07 junho 2010

o beijo que não era de klimt


Eu já contei por ai, entre um coment e outro, mas agora vou assumir.
Eu fiz teatro na adolescência. Pronto, falei. Tô vermelha, gente.
Porque adoro teatro, adoro mesmo. Acho que uma boa peça é sempre uma experiência única, mas teatro amador é o ó do borogodó.
Os ensaios vão sempre virando uma coisa que mescla sessão de descarrego com terapia em grupo. E levado a sério, muito a sério.
Eu tinha 16 anos e queria mudar o mundo, como muita gente aos 16 anos.Mas hoje, com 38, não posso deixar de lembrar divertida dos exercícios. Já que é pra chutar o pau da barraca, vamos lá.
Uma vez, em um curso, o "diretor" pediu que todo mundo levasse um lençol na aula seguinte. Levei. Aí ele me manda essa: era pra todo mundo vestir o lençol (note : SÓ O LENÇOL) e sair pulando pela rua, em uma versão tupiniquim das bacantes.
Fala sério.
Coloquei o lençol em cima da camiseta e do jeans. Horrorizados, os outros olhavam pra mim e pra umas outras três alunas ( que também estavam vestidas sob o lençol) penalizados diante de nossa - nas palavras deles...- "travação e repressão".
(Ok, vai ser desinibido, sem repressão e andar pelado de lençol na rua, vai fundo, dou a maior força. Mas eu passo, obrigada.) Além de tudo, acreditem ou não, o tal exercício foi filmado e apareceu no jornal local, com close aqui em mim....imagina so se eu estivesse "desreprimida"?
(Antes reprimida ridícula vestida do que "desreprimida" ridícula pelada na rua. Eu achava e ainda acho.)
Em um dos exercícios, o grupo com o qual eu trabalharia tinha uma "super desreprimida"; veio dela a idéia brilhante:
"vamos tirar a roupa? eEsse povo do curso tá muito frio".
Claro que argumentei que ninguém ia ficar frio com o nosso grupo ridículo e pelado, mas que seria uma estratégia simples, barata, fácil. Tola, na verdade.
" Assim todo mundo presta atenção, grande droga."
Convenci os outros ( afinal, seria mais uma vez excluída e taxada de reprimida...mas esse mico eu não pagava nem a pau) e a gente fez uma outra coisa qualquer.
Ridicula, claro. Mas vestidos.
Em outro exercício , o "diretor" se concentrava ao ler um texto e a gente, em cima do palco, de olhos fechados
(porque teatro amador brega pra diabo tem que ser feito de olhos fechados) tentava interpretar o tal texto filosófico.....com gestos.
Preciso dizer mais alguma coisa?



******primeiro texto publicado neste blog, em 2006.

25 dezembro 2009

Feliz Ano Novo

Queridos amigos leitores, desejo a uma deliciosa passagem de ano, cheia de supertições, brindes, risadas e beijos.
Definitivamente, o reveillon é meu dia favorito no ano: o dia de todas, todas as possibilidades.
Sei que 2010 reserva coisas maravilhosas.
De presente para vocês, tentei colocar uma cena que adoro, um revival dos anos 80, uma cena que eu sempre vejo quando preciso melhorar de humor. E melhora, sempre melhora.
Mas como nem sempre as coisas saem como a gente planeja, a incorporação foi proibida.
Não há problema, deixo para vocês a cena final de Cinema Paradiso, que já me comoveu tanto e deve ter comovido vocês também
A gente se vê no ano que vem, "no ano que vem, em Jerusalém", como cantavam os judeus quando ainda sonhavam com a sua terra Prometida.
Sonho com uma vida prometida, vou por aí buscá-la.
Beijos e feliz 2010.




24 novembro 2009

Você chorou?



O filme é de 73, mas obviamente só o assisti uma década depois. Em uma era jurássica onde eu fazia teatro amador e poucas pessoas tinham vídeo cassete, combinei com duas amigas do meu grupo de fazermos uma sessão de filmes. Os escolhidos, depois de muitos debates, foram os muitos românticos, do estilo bem mulherzinha mesmo.
Era 84 ou 85, acho. Eu, Tatinha e Magali, três "atrizes" dedicadíssimas, escolhemos esse filme, fizemos um monte de porcarias pra comer e ficamos falando
( um pouco mal, um pouco bem) dos nossos namorados e dos nossos incríveis futuros.
No meio do tal filme, cochilei. Acordei depois e insisti que elas recolocassem a fita ( a fita, olha isso..rs), para que eu assistisse o final do filme.
Caracoles: aquele carinho triste que ela faz no cabelo ( liiiindo) dele foi o suficiente, chorei cachoeiras de sofrimento adolescente, diante do riso das minhas amigas.
E como boa adolescente maluca, coloquei a cena de novo e me debulhei...de novo.
A história, um tanto óbvia, é bonitinha: o garotão WASP e a menina-judia-politizada, começam com briguinhas e se apaixonam, blábláblá.
Algumas cenas são antológicas, como quando ele a visita e ela exulta e dorme ao seu lado ou quando existe o choque cultural com os amigos, etc.
Mas o final, ah, o final. Acho que choraria mesmo se visse hoje.
Sou uma romãntica inveterada, vocês me entendem.

07 novembro 2009

Achtung!




Eu vi alguns vídeos no youtube. Aliás, é o que estou fazendo agora.
Muitos me emocionaram, mas, esse, em particular, me comoveu. Procurei o título da música, a letra, mas não achei.
Na época das imagens, eu estudava alemão, mas esse língua linda e complexa está longe do meu cotidiano e acabo me lembrando de muito pouco.
Jogo na sorte, se for coerente, deve seguir a imagem.
Não vejo a Queda do Muro de Berlin como o triunfo do Capitalismo ou coisa que o valha. Vejo a Queda como um dos momentos marcantes em que o Autoritarismo e o cerceamento das liberdades individuais foram derrotados.
Pelo que vi e li, jovens com menos de 20 anos não sentem o peso da Alemanha dividida, mas quem viu isso acontecer, sabe o que significa ver as imagens que aparecem aqui.
Eu era uma caloura em um curso de História, no tempo da queda do Muro e da quebra de muitos paradigmas.

08 julho 2009

Será que fizemos as perguntas certas?

Conversando com algumas pessoas, percebi que uma fala se repetia: a culpa da imprensa em relação a degradação pública de Michael Jackson. Fiquei pensando sobre isso.
Concordo sim, sem dúvida, mas comecei a relativizar.
Quando meus amigos diziam "os jornalistas fizeram isso e aquilo", não consigo me furtar de pensar que os jornalistas, salvo raras exceções, são funcionários como outros, ou seja, cumprem ordens e fim. Quem imagina uma grande liberdade de ação descarta o poder do capital do dono dos meios de comunicação, cujo desejo é, em última instância, lucro e mais lucro.
Noticia ruim vende bem, escândalo vende mais ainda. Alguns chutam o pau da barraca, como os famosos tablóides ingleses, chulos e fantasiosos. Outros jogam uma ou outra m*** sobre uma celebridade e esperam o resultado.
Amy Winehouse vende mais com notícias dos shows ou quando corre de soutien pela rua?
Fico me perguntando se todas as reportagens que vimos sobre as sucessivas e loucas transfornações de MJ fizeram todas as perguntas possíveis.
Porque eu sei que ele se transformou, sei que se escondia com máscara, mas não sei se foi investigado se a família o questionava sobre isso, não sei se foi investigado se um médico trasnfigurar uma pessoa à exaustão era ético.
Se ele pirou em público, além de fofocar sobre isso, o que exatamente foi perguntado?
Porque eu nem vou dar pitaco sobre seu branqueamento. O que sei eu sobre o que significa ser negro dentro de uma sociedade WASP? Será que essa massificação de um tipo de beleza foi expressa apenas por seu pai maluco?
Se eu não consigo assumir meu cabelo cacheado e faço escova, se preciso disso pra me sentir melhor, o que eu posso dizer sobre outras transformações?
Posso apenas verificar que MJ perdeu o senso de limite e que, efetivamente, não conseguia se enxergar.
Mas se o jornalista faz o que o patrão manda e se o patrão quer lucro a qualquer preço...quem deu esse lucro?
Enquanto continuarmos consumindo a decadência das pessoas, nem só a imprensa marrom vai suprir nossa sanha, mas a imprensa "convencional" vai fazer o mesmo.
No vídeo abaixo, cenas do último ensaio.


(Me enganei ou ouvi trechos do famoso discurso "I Have a dream" do reverendo Martin Luther King ao fundo? Vejam e me contem.)




27 junho 2009

O dia que os marcianos invadiram a Terra ( com atualizações)












Na quinta feira eu estava na faculdade para aplicar prova substitutiva, entregar atas, essas coisas.
Na sala dos professores, estava lendo o twitter, quando vi que Michael Jackson estava hospitalizado. Não demorou muito para ler a triste notícia de sua morte.
Eu fiquei atônita, virei para os professores e disse, ainda com cara de muro sem pintar:
- Gente, Michael Jackson morreu.
- ãh?
- sério? quando?
- De que?
- Vou ligar pro meu marido
.
Uma das professoras resumiu o que muita gente pensava:
- Nossa, que baque...ele estava em uma outra escala pra mim, uma esfera de pessoas que não morriam.
Um professor chegou atrasado e palpitou:
- Ouvi na CBN que ainda não está confirmado...
Infelizmente estava e tudo ficou estranho mesmo. Pintou um dejavù: me lembrei de quanto chorei na morte de Elvis, quando ainda era criança e me lembrei de como fiquei incrédula quando do momento do ataque às torres gêmeas.
A sensação mesclou essas experiências: se por um lado eu fiquei triste, por outro fiquei completamente chocada, como se algo completamente estranho - como uma invasão alienígena - tivesse acontecido.
Na noite de sexta e durante o dia de ontem, revi à exaustão inúmeros clipes dele. Sempre maravilhosos, intensos, dotados de uma força ímpar e de uma estética curiosa.
Zapear a tv e vê-lo em todos os canais reforçava a idéia insólita dos marcianos invadindo a Terra. Tudo parecia um filme hollywoodiano, era irreal, era ruim.
Foi impossível não chorar.
Meu pouco conhecimento de black music não me autoriza a discutir sua obra, vou me limitar a dizer que curti muito nos anos 80 e em parte dos 90.
Acho que ele acabou por personificar uma incoerência produzida por uma sociedade incoerente e racista: sua música, sua dança, tudo tinha uma pegada totalmente black, enquanto que ele se transfigurou naquela triste caricatura branca.
Se transformou naquela figura frágil, envolta em uma mítica doentia de Peter Pan, solitário e sucumbindo a escândalos. Longe de ser visto como o artista de talento absurdo que foi, aparecia na imprensa por conta das bizarrices, sobre as quais falava com aquela voz de castrati.
Eu só sei que cresci cantando e dançando MJ. Só digo que realmente fiquei muito triste.
Só digo para vocês que na quinta-feira, esse fato me fez lembrar que a vida é ridiculamente curta.
'Bora aproveitar.


**** Eu pensei muito antes de escolher o vídeo para colocar aqui, porque afinal, são muitos os clipes clássicos de MJ.
Enfim, escolhi a apresentação de 1983, onde ele faz o moonwalk em público pela primeira vez. Acontece no final da apresentação, depois de 3min39, vejam como o público grita, é demais.;0)



13 maio 2009

O dia que eu não estava na lista










Acho que eu já disse aqui, tenho um fraco por professor. R. foi um amálgama de professor, namorado e amigo. Atualmente é leitor eventual dessa Casa, apesar da distância.

Ele foi quem me apresentou a alguns autores que nunca tinha lido, quem me estimulou a discutir e -segundo ele -foi a motivação pra eu fazer História.
Mas isso é egocentrismo dele.
O fato é que eu adorava suas aulas, isso é verdade.

Na época do Colégio, eu, R., Dri, seu então namorado e atual marido , Pitty, e outros amigos saíamos da aula e fazíamos um pit stop no bar da frente. Estudávamos à noite e sexta feira era obrigatoriamente dia de beber e jogar conversa fora.

Olhando agora, mais velha e infinitamente mais careta, acho um absurdo grande parte das coisas. Bebíamos por lá e íamos a pé até uma parte do Cambuí, cheia de bares, apelidada carinhosamente de Setor. Isso em uma era pré diluviana em que se podia andar a pé em Campinas, durante a noite.

Na sexta feira, era dia de ver Tati e Carô no Ilustrada, o bar mais bacana da época.

Me lembro de uma noite , andando ao lado da prefeitura, quando um garoto de rua desceu correndo, disparado e apavorado, fugindo de dois jovens.

O garoto agarrou as pernas de R., talvez percebendo, de alguma forma, que poderia ser protegido por ele.

R.segurou o garoto, falou calmamente com os perseguidores - que haviam sido assaltados pelo menino - e resolveu tudo. Mas com uma firmeza, um olho no olho, que não deixava espaço pra discordar. Os caras foram embora, o garoto foi salvo. E eu só pensava : "uau..."

Acostumada aos colegas histriônicos, aquele controle todo da situação era cinematográfico pra mim.

Na época, me encontrava com meu amor eterno da época lá no Setor, ele saia da agência e ia direto pra lá. Tinha ciúmes de R., coisa que só fui entender mais tarde. Antes que eu mesma notasse, ele já tinha notado meu interesse. Se é que dá pra entender isso.
Após o fim do relacionamento com esse namorado, houve algo muito bacana com R.
Como eu estava saindo de um relacionamento que havia me ocupado toda a adolescência e eu estava muito "mudééérninha", vivemos uma coisa esquisita no melhor estilo "relacionamento aberto".Eu achava o máximo na época, mas de forma alguma repetiria a dose hoje em dia.
Já disse, sou infinitamente mais careta.
Quando eu decidi terminar com ele, continuamos muito amigos.Tínhamos um gostoso ritual, cada vez que ele vinha pra Campinas:sair pra almoçar, conversar o dia todo, se despedir sem angústia. Era bom.
Depois, ficamos muito tempo sem nos ver.

Há alguns anos, nos reencontramos em São Paulo, ele vinha pra cá e combinamos de nos ver por lá.Um final de semana pra matar a saudade.
Já fazia alguns anos que não nos víamos. Foi bom e foi ruim. Acho que eu fui esperando o professor e ele foi esperando a aluna e "eles" não foram.Confesso que foi estranho.

Em um determinado momento, desse final de semana de remember, R. começou a relembrar as mulheres que passaram por sua vida. Sei lá porque. Fulana, Beltrana...todas lindas e inteligentes, blablabla.E eu ouvindo.

Mas ele me pulou. Eu estava deitada no sofá e pensei: "porra, ele me pulou".

Não corrigi, nem brinquei com isso. Só pensei que não estava na lista.Foi tão frustrante, me senti como se ele tivesse roubado algo que era "direito" meu, direito a parte de sua história. Talvez eu devesse ter dado um pedala bem dado, exigindo meus direitos, "ô meu filho, você está na minha lista, c***!"

Um dia ainda escrevo pra ele e digo isso. Ou deixo ele ler aqui.



**** publicado originalmente em 13/04/07.

17 julho 2008

Dançando na chuva

















Muito raramente saio para dançar aqui em Campinas. Primeiro, porque tenho aflição de lugar cheio, depois porque simplesmente deteeeesto música eletrônica, que com raras exceções, predominam na noite. Gosto do Barril da Máfia, por exemplo, onde sempre tem uma boa banda com black music e o clima é bem bacana. Mas o outro problema é que acabo me sentindo a tia do lugar, praticamente tenho vontade de sentar todo mundo e começar a dar aulas. Eu sei, um horror.
O caso é que alguns amigos descobriram um lugar ótimo, onde há um dia de flash back - sim ,queridos, a tia aqui curte um flash back, fazer o quê..- e por esses dias, fomos experimentar.
Eu gostei. Me diverti horrores, dancei, fofoquei, encontrei outros amigos por lá - os tios de Campinas agora tem endereço certo, pelo visto.
O engraçado é que quando eu era adolescente não saia pra esse tipo de lugar, não por desgostar da música ou implicar com multidões, mas simplesmente porque eu era um esboço de revolucionária com tênis furado e unhas sem esmalte. Já disse e repito, a perua que habita em mim não conhece essa garota anos 80...
Mas como dizem que as células se renovam a cada sete anos, creio que os anos que me separam da antiga Vivinha construiram uma outra, que ainda olha com carinho pra essa garota do passado, mas definitivamente, ama a mulher do presente.
Beijocas, queridos e vamos dançar.

25 abril 2008

O fim de uma era






Ontem passei no Cambuí e vi que o Caicó não existe mais.O Caicó era o último bar de uma outra era,um período onde os jovens da cidade iam pro "setor",um lugar onde os bares se agrupavam e "todo mundo" ia.Porque em um determinado momento da vida,seus amigos são "todo mundo",são um mundo.
Naquele pedaço,meu bar predileto era o Ilustrada.Era lá que,há vinte anos,eu ia ver a Tati e a Carô cantarem seu delicioso repertório.Era pra lá que eu ia sem combinar,porque sabia que ia encontrar meus amigos.Mas isso era em outro século.Literalmente.O Ilustrada era uma casa antiga,com muita mpb,visitada por qualquer pessoa bacana que viesse na cidade.Virou um estacionamento.Por uma questão de princípios,nunca parei ali.Seria uma heresia.
O Olhar 43 era um outro bar que eu gostava,o Natural eu detestava,só ia quando R.vinha pra Campinas...ele fazia questão de ir naquele criadouro de porra-loucas e eu o acompanhava.Esse bar também fechou.
O Caicó mudou de estilo,ficou sem cara,sem identidade,seu fim foi morrer mesmo.
Mas eu fiquei triste.Tinha visto a reportagem do Bruno falando sobre o outro bar,mas por algum motivo,apesar de ler que era no lugar do Caicó,ainda não tinha sentido a ficha cair.Achei que ele sempre estaria ali,eu acho.
Para muita gente,pode ser apenas um bar que fechou.Pra mim e pra outros...é o fim de uma era.Foi lá que fui papear com Tar e outros amigos professores,contando pra eles como era o bar há anos.Foi lá que minha amiga jogou uma idiota escada abaixo.Foi lá que comecei a namorar meu ex-marido.Era pra lá que eu,Dri,R. e nossos amigos,íamos nas sextas feiras,filosofar sobre a vida,planejar um futuro que parecia tão longínquo.Impossível pensar no Caicó sem pensar nas pessoas importantes pra mim,sejam eles amigos,namorados - mesmo os que deram mancada,mesmo aqueles que nem entraram efetivamente na minha vida.Mas me lembra principalmente aqueles com quem tive longos e intensos relacionamentos.Todos os namorados realmente importantes,foram comigo no Caicó.Se nunca pisou ali comigo,foi um ninguém na minha história.
Ver que não sobrou nenhum bar do setor - apenas o clássico city bar,que eu não vou - ver que todos os lugares onde coisa bacanas aconteceram,me deixou estranha.
Já disse para os amigos que fazer 40 anos está pirando minha cabeça.Realmente gostei de fazer trinta,mas quarenta,hum,sei não.Aquela coisa clássica de fazer um balanço na vida pode ser algo bem estranho a essa altura do campeonato.
Me despedir do setor,me despedir de espaços nessa cidade,fazem parte de um ritual de passagem difícil,como são todos os rituais de passagem.
Não se iludam,não sou saudosista.Sério.Mas acabar com parte da minha história foi demais pra mim.

04 março 2008

Clipes 2/4










Acho que se eu preciso escolher quatro clips,é impossível não escolher algo da Madonna.A mulher estava na gênese dessa linguagem e vem se reinventando ( vocês sabem que eu estou tomada pelo "espírito dos clichês" nesses tempos,sorry)sempre com sucesso. Passei a década de 80 detestanto a Madonna.Achava fútil,boba,odiava os filmes babacas( isso ainda odeio),ignorava a música. Talvez eu tenha comeado a curtir sua produção a partir desse clip.Adoro a pequena e sagaz história,adoro a música,adoro a sensualidade meio mística,essas coisas de Madonna. Atualmente,sou fã de carteirinha,acreditando piamente que é impossível falar em produção artística contemporânea,sem falar dela,que para mim representa uma forma muito idiossincrática de feminismo.

25 dezembro 2007

As pessoas que eu fui


O Arnaldo e a Clélia me deram um presente delicioso: um livro do Moacyr Scliar,onde ele faz uma auto biografia literária. Isso; o que ele pensava,sentia ou desejava,pautado por quem ele lia.E assim dá pra perceber as fases ou "as pessoas" que ele foi.
Quando vejo esse clipe mega anos 80 me lembro de uma das das pessoas que fui: pegue esse clipe,misture muita literatura e uma certa militância política.Assim eu fui no final da adolescência.

05 dezembro 2007

Um post pra mim








Por hora, ouçam.
Mas , afinal, isso eu já contei.
Essas músicas deliciosas são irresistíveis, aliás, nada como música pra te enfiar numa tremenda chuva de lembranças que se embaraçam, se confundem, melhoram ou pioram as pessoas com a distãncia.
Tornam doces os terríveis animais que já cruzaram nosso caminho. Como o animal que a moça da gravura segura, um arminho feroz, que ali, de maneira divertida e irônica, parece um bichinho doméstico.
As lembranças fazem isso com as pessoas, com as histórias e até com as dores.

22 novembro 2007

Velhos amores






Meu amigo Tarcísio diz que sou "muito anos 80". Acertou em cheio, sou mesmo.
Essa história aqui, aconteceu nos fins dos 80.
Pra quem estava lá, eu pergunto, era bom,não era?