
Foi em 2000. Eu estava sozinha em casa, em um sábado à tarde, dormindo. Não estava em um período lá muito feliz, encarando uma segunda separação. Estava morando em um apartamento com Daniel, dando aulas e tentando ser a Malu Mulher de novo. O telefone tocou, atendi ainda sonolenta. Uma voz feminina com sotaque português perguntou se eu era a Vivien. Eu disse que sim, sem saber com quem falava.
Para minha felicidade, rindo, ela disse:
- Não reconhece mais sua amiga do outro lado do oceano?
- Adriaaaaaanna...?
Foi demais. A Dri foi minha amiga de escola, juntas estudamos, fofocamos, badernamos, consertamos o mundo em intermináveis conversas no Caicó ou no Ilustrada, cantamos, confidenciamos coisas.
Eu não via a Dri desde que ela havia ido pra Portugal, anos atrás.
Foi uma risada só, quando tentamos colocar todas as novidades dentro daquele papo no telefone.
- Espera, espera....heim?...olha, o Pitty está perguntando se você ainda é jeitosinha como no tempo da escola..
- (risadas) Fala pra ele que estou fazendo regime, tô sempre fazendo regime agora..
E foi um tal de passa o telefone pra ele, volta o telefone pra ela, aquela baderna de amigos que se querem bem.
A partir dali e graças a internet, continuamos a ter contato. Tivemos ótimos momentos aqui no Brasil, quando ela veio no ano passado.
Agora, para minha surpresa, vejo que Fábio, seu filho mais velho e que hoje mora na Inglaterra, vai se casar ano que vem. E eu o carreguei no colo, literalmente, era um fofo de cabelos angelicais.
Eu sei, sou uma tia coruja. Mas tenho todos os motivos do mundo.
A Dri sempre lembra, como no comentário do post abaixo, que eu e Pitty gostávamos de Legião, diferentemente dela, que nunca nos acompanhava na cantoria de Faroeste Caboclo do bar do Beto, nosso ponto de encontro na frente da escola.
Mas ela já se rendeu ao bom gosto, né, Dri?
Tempo bom, gente boa, lembranças boas.
*****texto publicado anteriormente em agosto de 2008.