31 janeiro 2007

Possibilidades ?


A minha amiga Alek me disse que , ultimamente, repete uma espécie de mantra que aprendeu com no blog no Inagaki : " a vida é boa e cheia de possibilidades".
Hum.
Eu jurto que tô tentando, Alek....mas , pela primeira vez na minha vida, tô duvidando disso.
Em vários momentos, quando uma faceta da vida ia meio mal, eu ia a reboque em todos os prazeres que a vida profissional me dava, e sempre, sempre dava.
Oh, baby, essa parte está uma bela catástrofe e , pela primeira vez, penso , com seriedade em mudar de área.
Mudar de área com 38 anos? Depois tantos anos como professora, depois de um mestrado calcado na experiência e nas propostas de novas formas de educação? Pois é, nada animador.
Há poucos posts, eu disse , brincando, que queria ser blogueira.
O que acho que quero é retomar a paixão que sempre tive pelo trabalho e que, aparentemente, me deixou. Nesse momento, me sinto perdida aí, nas escadas enlouquecidas do Erscher.
Alguém me tire daqui.

28 janeiro 2007

Post número 100


Faz tempo que quero escrever um blog. Desde que comecei a ler, há três anos. Comecei a ler porque um amigo criou um e insistiu para que eu lesse, através dele conheci outros e outros...o caminho normal dos leiores bloguísticos.
Fiquei fiel leitora de alguns, abandonei outros tantos, revi uns outros: gente que eu achava idiota, acabei achando o máximo...e vice-versa.
Fiz amigos incríveis, boa parte deles pessoalmente, outros ainda só por essa comunicação interessante que é a blogosfera.
Não me canso de dizer que aqui é que tenho lido algumas dos melhores textos que tenho acesso, seja em relação a discussão política ou falando sobre música ou as deliciosas crônicas que encontro todo dia, nos blogs que frequento com assiduidade.
Também já disse várias vezes que tudo vira blog pra mim e tenho vontade de escrever sobre tudo: muita coisa eu não faço, por medo, pudor ou as duas coisas misturadas. Mas que tenho vontade, tenho.
Muitos comentários me fazem rir, me comovem, me irritam e isso é fantástico. Toda essa interação que se tem, transformando o "blogar" em algo coletivo e mutante. Acho que a intertextualidade presente a todo momento é uma das coisas que me seduz.
Eu gosto de cuidar do meu blog: gosto de escrever, gosto de pensar nas imagens que vou colocar aqui, gosto de ler as pessoas que linkei e fuçar nos outros, descobrindo outros escritores.
A idéia de poder escrever sobre qualquer coisa, sem compromisso, sem pauta, sem censura - só a minha interna - é muito instigante pra mim.
Acho que é uma forma de olhar para o Outro e buscar entendê-lo, olhar pra mim mesma e escrever sobre o que penso e sinto. Em uma descoberta constante e , às vezes, dolorosa.
Nem sempre olhar profundamente no espelho é fácil. Exatamente por isso, é fascinante.
Eu descobri o que quero ser quando eu crescer: quero ser blogueira.

Dica da Tia Vivien VI


Queridos amigos, olha que personagem mais lindinha essa amiga do Dudu.Essas minhas xarás são ótimas...
Leiam.

A outra semana


A secretária da médica com quem faço acupuntura me ligou: eu tenho
duas sessões já pagas, que não fiz.
Posso ir lá essa semana.
Quase tive um treco.
VIBREI. A clínica onde eu faço - ou melhor, fazia...- é meu paraíso particular. Na sala onde eu fico toda cheia de agulhinhas espetantes, tem uma luz suave, uma música meio hipnótica e um jardim de inverno com uma aguinha que me deixa moooole , só de pensar que vou ouvir.
Eu achei esse tipo de tratamente realmente interessante, senti rapidamente os efeitos, em vários aspectos.
A médica com quem fiz era extremamente ortodoxa e se "rendeu" a essa técnica há anos, depois de muita pesquisa e observação.
Ela já sabe que alguns pontos são muito dolorosos pra mim, faço manha mesmo, não adianta.
Mas , uma vez devidamente "agulhada", durmo.Durmo mesmo, sonho, elas me acordam. E saio pronta pra absolutamente qualquer coisa.
Essa tradição oriental é de tal forma sutil e profunda, que nem me atrevo em tentar compreendê-la. Talvez não compreendê-la também tenha um toque mágico. E eu gosto disso.

26 janeiro 2007

Mas eu sou .....


.......a Vivien.

Eu queria ser....


.......bruxa.

Onde...?


Eu sempre fui cheia de idéias. Sou tão workaholic que quando comecei a trabalhar em na escola X, anotava todas as sugestões que tinha - pra curso extra -curricular, grupos de pesquisa, clube de rpg, oficinas de hq.... Uma vez fui chamada , de repente, pra uma reunião, onde as pessoas deveriam dar sugestões.
Eu tinha um monte , todas anotadas, refletidas. Muitas foram aceitas, muitas foram elogiadas e ganhei um espaço bem bacana junto a direção. Dai em diante, sempre que precisavam de algo: discurso, organização de atividades,organização de grêmio, demonstração de aulas, textos, blabalbalba....me chamavam.
Agora estou em fase de profundas mudanças. Mudanças de trabalho, de área, de coisas que contarei aqui, caso dê certo.
Mas , onde estão minhas idéias?
Onde está a tal criatividade , aquilo que sempre me orgulhei?
Sei lá. Na minha cabeça é que não está.

..................................


Esse ano começou tão engraçado.Fiz amigos maravilhosos e melhorei muito o humor.Acho que já saí mais do que a soma das saídas do semestre passado inteiro.
Mas está tudo tão incerto. Incertezas no trabalho, que me deixam preocupada, já que a vida de mãe divorciada é pesada. Incertezas de tantas coisas , tudo fluido, tudo fluido.
Comecei o ano com saudades e ainda estou. Saudades que não vou matar, porque não tem jeito. A vida é assim mesmo: tem coisas que tem jeito, tem coisas que não. Essa "coisa" não tem, eu que me vire com minhas saudades. E ainda dê um jeito de procurar novos trabalhos e novas possibilidades.
Tô carregando essa saudade como se fosse uma sacola, eu vou e ela vai, uma hora nem noto mais.Mas, por hora, ainda pesa.

25 janeiro 2007

Eu, eu e outra eu


Tenho vários apelidos. Começo como Vivien. Se a pessoa se torna um pouco mais próxima, já me promove a Vivi ou Vi. Eu gosto. Sempre tive uma queda por apelidos.Principalmene os esquisitinhos. Meu primeiro marido me chamava de Careta, porque sou mesmo , careta total.
O segundo marido me chamava de Fadinha. Pode rir, porque começou com uma ironia e acabou pegando. Algumas primas me chamam de Vinha. Em tio me chamava de Tivics, Vika e outras coisas esdrúxulas.
Mas eu gosto mesmo, é de ser chamada de Vivinha.Meu apelido familiar, apelido que eu sou chamda por poucos e muito queridos amigos. Apelido que fui chamada por homens que gostei muito, muito mesmo. E ainda gosto, aliás.
Apelido de criança que acho que , de alguma forma, entra em contato com a parte mais íntima da minha personalidade.

24 janeiro 2007

Ainda sobra minha viagem


Eu disse no post anterior que tive uma gravidez tranquila. E tive mesmo.Estava no último ano da graduacão, participando de um projeto de pesquisa sobre Anarquismo, toda feliz.
Fui em passeata anti Collor, apresentei trabalho, senti desejo de comer miojo, muito miojo, vi filme, chorei em muitos, li muito, chorei de novo. Os nervos totalmente à flor da pele.
Assistia as aulas com muito sono, conversava com a barriga "vamos na cantina comer mousse, neném?".
No dia anterior ao parto, comecei a sentir contracões ja bastante fortes.Passei a noite em claro, acordei meu então marido de manhã, já morta de dor.Fomos pro hospital e nada. Dor, dor. Devo dizer que sou muito, muito exagerada. Tudo é muito. Gosto muito, odeio muito, desejo muito....e quando sinto dor, sinto muita dor.
E fiz um escândalo daqueles. Porque aquela dor dos infernos merecia.
Grudava o coitado que passasse do meu lado, e com olhos injetados, suplicava algo pra dor.
Algo pra dor, pelamordedeus!!!!!!!
Fiquei o dia todo assim porque Daniel depois das sete da noite.
Eu tinha a estranha teoria que , se ficasse sozinha, sem marido ou mãe, eu seguraria a onda.Tola teoria.
Um residente assumiu o papel de anjo da guarda, ficou segurando minha mão e se emocionou: "nasceu...nasceu!!!", todo feliz. Tinha o sugestivo nome de Eugênio ( "bem nascido") e riu quando eu disse que tinha visto seu RA. Ele era de 89, logo tinhamos entrado no mesmo vestibular.
Lembro que ele brincou comigo
- Sei...voce me viu e pensou, alguem traga um médico de verdade...!!!!
Como o parto foi muito difícil,correram com o Daniel para prestar os primeiros cuidados.Eu ainda nao sabia, mas ele tinha nascido com o apgar ( teste aplicado aos recem nascidos) muito baixo.
Como minha avó dizia, a dor foi esquecida rapidamente,.
Nunca senti algo assim. Olhando o bebê que tinha sido gerado no meu corpo, me senti a mais forte, a mais poderosa das mulheres. Eu mudei aquele dia e mudei pra sempre.
Nunca imaginei que um amor daqueles pudesse existir, um amor total, sem limites.
Nos dias mais dolorosos, é nesse amor que busco abrigo.


A minha viagem


Eu me lembro exatamente do dia que fui pegar o resultado do teste de gravidez, em 1992. Já contei isso aqui. Fui com uma amiga e quando li, gritei e pulei tanto, que as pessoas do laboratório vieram dar parabéns. Foi um dos dias mais felizes da minha vida.
Aqui cabe dizer que tenho lúpus e que a gravidez seria de risco. Assim, todo mundo, mas tooodo mundo mesmo, ficou muito preocupado. Eu os entendo. Mas queria que alguém ficasse feliz comigo, porque eu tinha sonhado com isso a vida toda.
Eu sempre desejei ser mãe. Acima de qualquer coisa, queria e quero ser mãe. Tudo está abaixo disso. E , naquele momento, era a possibilidade de realizar um sonho.
Naquela época, eu cantava "trem do pantanal" pro Daniel, cantei a gravidez toda e me emocionava muito com a tal música.
Por incrível que pareça, só no ano passado, percebi o que batia nessa música.Percebi que a viagem era mesmo só minha e que não consegui dividi-la com ninguém.
Não tive mimos de grávida, não dividi isso com meu então marido. Por opção dele.
Eu estava ótima: me sentia bonita, feliz, não tomava nada de remédio, tive parto normal e cuidei daquele bebezinho como se eu tivesse feito isso a vida toda. Mesmo nunca tendo carregado um bebe tão pequeno.
Não creio em instinto materno inato, concordo com E. Badinter, acho que é culturalmente construido. Mas suponho que algumas pessoas devam ter alguns desses instintos. Eu tenho.
Cantando "trem do pantanal", eu segui com a gravidez que tanto desejei. Em uma viagem muito peculiar, íntima e única.


trem do pantanal - almit sater

Enquanto este velho trem atravessa o pantanal
As estrelas do cruzeiro fazem um sinal
De que este é o melhor caminho
Pra quem é como eu, mais um fugitivo da guerra
Enquanto este velho trem atravessa o pantanal
O povo lá em casa espera que eu mande um postal
Dizendo que eu estou muito bem vivo
Rumo a Santa Cruz de La Sierra
Enquanto este velho trem atravessa o pantanal
Só meu coração esta batendo desigual
Ele agora sabe que o medo viaja também
Sobre todos os trilhos da terra
Rumo a Santa Cruz de La Sierra

23 janeiro 2007

Recontando III


Ainda sem tempo pra postar. Com vontade, claro, mas sem tempo pra escrever. (Claro que passei aqui, pra ler comentários, ler os blogueiros que visito religiosamente.
Sacumé, compulsão é compulsão.)
Então, a dica agora é ler sobre o Holandês Voador.
Eu até procurei uma imagem que falasse sobre esse navio, já que faço uma brincadeira com o nome. Mas nada de imagens sobre o Holandês Voador.
Então, fica Vemeer, um holandês pintor.

@@@@ atualização @@@@

O Holandês Voador me corrigiu, por email. Ele não mede 1,95m. Mede 2,00m.

Recontando II


Volto para o trabalho hoje e não poderei postar. Bem que eu queria.Queria passar o dia blogando.DELICIA....!
Mas quem passar por aqui hoje, sugiro uma olhadinha aqui nesse meu outro post.
'E por hoje é só pessoal".

21 janeiro 2007

Dieta, dieta


Fiz todas as dietas que vocês puderem imaginar: da sopa, da lua, Atkins, com remédio, sem remédio, Meta Real, Vigilantes, blablabla.
Já fui mais gorda, já fui mais magra. Mas sempre fiz dieta, sempre larguei, sempre comi com culpa.
Novo ano e nova fase: fim de todas essas dietas imbecis e início de uma reeducação alimentar.
Na segunda feira, claro, meu dia predileto e dia internacional dos regimes.

Eu, hoje II


"Foi o melhor dos tempos. Foi o pior dos tempos. A era da sabedoria. A era da tolice. Foi a primavera da esperança. Foi o inverno do desespero. Tínhamos tudo diante de nós. E nada tínhamos diante de nós. Caminhávamos todos rumo ao paraíso. Ou direto para o inferno."
Com essas palavras, Dickens inicia Um Conto de Duas Cidades.Quando eu terminar, comento aqui.
Mas é muito interessante como, em alguns momentos, me identifico fortemente com o que estou lendo. Ou com trechos das obras que estou lendo.
"Foi o melhor dos tempos. Foi o pior dos tempos."

Dica da Tia Vivien V


Eu "encomendei" um post pro meu amigo Arnaldo, outro "neo - campineiro" - como eu e outros linkados aqui, alguém que veio pra região e adotou mesmo.
O post está lá, se chama Dendê.
Se quem passar por aqui ainda não tiver ido dar uma voltinha no Baú de Tranqueiras, não sabe o que perdeu: música, literatura, bom humor e um ótimo texto.
A gente se encontra por lá.

19 janeiro 2007

Dica da Tia Vivien IV


Essa tal de blogosfera é mesmo fascinante. Eu gostaria de sugerir pra quem passar por aqui, dois blogs. Um deles de uma grande amiga que conheço há vinte anos , na época da escola. O outro, de uma amiga que conheci por intemédio desse amigo aqui. Nova e já querida amiga
O que ambas tem em comum? São mulheres maravilhosas, inteligentes, amigas pra valer , com profundidade ímpar.
E eu matraqueei na cabeça de ambas pra fazerem um blog, porque ambas tem muito a dizer.

18 janeiro 2007

Contra o bullying


Eu não sei se os pais tem noção exata do alcance do bullying dentro da escola. Talvez se algum pai ou mãe tivesse passado por isso quando criança - como eu passei - estaria um pouco mais atento.
Não sei em que medida, nós, professores, temos poder pra resolver. Só consigo imaginar que solucionar esse problema deva ser resultado de uma ação coletiva escola - família.
Eu fui uma criança exageradamente tímida e sei as marcas que podem trazer o bullying: mesmo
adultos, aqueles que passaram por isso tem uma menor resistência a rejeição, por exemplo.
Eu estava enganada quando imaginei que esse tipo de atitude: excluir, ridicularizar, infernizar o colega, pudesse ser algo restrito ao universo infanto-juvenil.
Minha experiência em faculdades particulares me mostra que isso se repete com adultos. Pasmem.
Um aluno, interessante, politizado, leitor voraz, sempre me procurava ao final das aulas, pra comentar, contar algo. Uma vez perguntei por que ele não fazia as interferências durante as aulas, já que seriam absolutamente enriquecedoras para a discussão.
Ele nem pestanejou, disse que nunca falava em sala. Que não suportava as trocas de olhares irônicos, que eram terríveis. Disse que ele esperava que o curso fosse um lugar onde ele iria encontrar efervescência de idéias, não repressão.
Outra aluna disse abertamente na sala que sofria bullying. A diferença é que ela dizia que tinha 50 anos, tinha esperado muito pra estudar e não ia permitir que intimidação de alguns restringissem sua ação. Segura de si, ela falava, participava ativamente da aula, sem dar a menor pelota pros outros.
Dentro das escolas isso acontece o dia todo, muitas vezes, com a conivência de alguns professores. Esses alunos continuarão a não tirar dúvidas, a não participar, a ficar sozinhos no intervalo, a levar empurrões na escada. Vão continuar em silêncio, fingindo não existir.
Enquanto a cultura da esperteza continuar, eles vão continuar presos em um inferno diário.

Dica da Tia Vivien III

Pra quem quer uma ótima trilha sonora pra sua dor de cotovelo, vale a pena dar uma olhadinha nessa moça aqui.

17 janeiro 2007

Momento sex and the city II


Quatro amigas na sala, comendo pizza.
'Miranda" tinha vindo chamar "Samantha" para fazer uma caminhada pelo condomínio, como a chuva atrapalhou, ficaram conversando. Logo chegaram "Charlote" e "Carrie". Trazendo pizzas e papeando animadamente.
A conversa foi divertida esse é um pequeno resumo de um ou outro momento.

"Charlote" dizia:
- Eu não sei o que acontece....eu sempre fico pensando "Será que é ele ?" ai, ele faz uma burrada qualquer eu eu penso "Não era Ele.....", mas ai , a gente termina e eu tenho certeza.... "Era Ele!!!!"

** gargalhadas**

"Charlote" continua: - eu sempre quis alguém que se cuidasse sabe, cuidasse da saúde...mas foi um inferno!!!! O tempo todo ele me policiava:"não acrediiiiiito que você vai tomar leite integral......queijo prato????!!!...pipoca???!!!!!". Ai, gente, um inferno.


( Vale a pena explicar que "Charlote" é esbelta, não precisaficar com essa paranóia constante com o peso.)

A noite continuava com mil histórias. "Miranda" dizia que estava pensando em reunir umas histórias e escrever uma peça As amigas gostaram, disseram que seria legal assistir e dizer "olhaaa...aquela sou eu!!!". Lá pelas tantas, "Samantha" começou a contar sobre um curso que faz, periodicamente, relacionado a politica.


E ela contava: - Então, um dia eu dividi o quarto com Fulano ....e eles são super liberais, tipo relacionamento aberto....sabe? Ai ele resolveu ficar andando pelado no quarto.

Uma perguntou: - como assim, pelado, pelado?


"Samantha" explicou, calma: - Pelado.
Ai ele pegava um toalha, daquelas pesadas, sabe? e ele .....blablablabla ....que equilíbrio, heim?


** gargalhadas***

(Carrie) - e não era de mentira??

( Charlote) Se o cara tava pelado.....

( Miranda) quando voce vai convidar esse pessoal pra vir aqui?

( Samantha) ah, nao sei.....acho que aqui em casa é pequeno.

(Miranda) olha só, o cara da toalha pode ficar lá na minha casa.....

**gargalhadas***

( Miranda) Sério.....por que vocês estão rindo? Quero discutir Marx com o fulano...só isso.
Depois a gente vê....(balançando o pano de prato) escuta, menino, vai fazer o troço da toalha pra eu ver...???

( Samantha) - mas pra eles é tudo natural, eu aprendi a não julgar as pessoas, isso foi bom pra mim.

( Miranda) ( pra Samantha) você com essa carinha de menina católica, heim?

( Carrie) - Eles estão no seu orkut?

( Samantha) - Estão, blbalablabalbalabl.

( todas anotam os nomes animadamente)


( Carrie) Vou fuçar no seu orkut.


( Charlote) seu orkut é bom demais....rs....amanhã todo mundo vai fuçar.


*** gargalhadas***


(Miranda) Agora, falando sério, eu não dava conta de um cara tão liberalzinho assim não....sei lá, sou ciumenta pra c***.

( Samantha) Mas eu acho fantástico que eles não tenham hipocrisia, é tudo aberto mesmo.

( Carrie) É ...mas é complicado lidar com isso. Mas que eu queria ver o negócio da toalha, ah, eu queria...

Voltaram a pizza e passaram o resto da noite falando dos últimos filmes assistidos. Mas com o fantasma da toalha assombrando.

16 janeiro 2007

Sobre a diversidade


Foi muito divertido brincar com a enquete que fiz aqui na Casa.
Os amigos que participaram perceberam que eu poderia ser a mulher 3, que ironiza o presente, um livrinho péssimo de auto ajuda. Eu realmente achei que ela foi engraçada, espirituosa, disse pra ela que ia postar a fala.
Acho que esses amigos interpretaram muito bem o que eu desejo pra mim: não serviria pra mim. Pra mim.
Entretanto, a questão era a mulher 5. Ai entra a dificil percepção da alteridade, a dicifil arte de se ver Outro. Se há algo que se aprende ao fazer História é buscar perceber e respeitar essa diversidade. O que é muito complicado.
Acertaram todos que imaginaram que eu não me interessaria por alguém que lesse auto ajuda ou afins. Acertaram porque eu sempre me apaixonei e/ou envolvi com homens por quem eu nutria grande admiração.
Mais uma vez, não falávamos de mim. Falávamos da mulher 5, com outros paradigmas, outros valores. Nem melhores, nem piores, apenas diferentes do meu.
Assim, ainda que eu não me interessasse pelo fulano que estava ligando pra ela, ela estava toda interessada. E acho que deveria ir, deveria se jogar, deveria enfiar o pé no acelerador.
Gostos femininos são os mais variados possíveis, uma amiga minha faz a apologia dos gordos, outra me falava da necessidade de alguém espiritualizado, outra falava que só se envolve com militante.
De qualquer forma, o que acho que é válido pra todas é viver de forma intensa e arrebatadora, sem pestanejar, sem pensar "ligo ou não ligo?", "vou ou não vou?".
Se perguntar pra mim, vou sempre responder. Vai fundo.

"Você que fuma e não traga e que não paga pra ver....vou lhe rogar uma praga ...eu vou é mandar você...pra Tonga da Mironga do Kabuletê" ( Vinícius e Toquinho)


15 janeiro 2007

Dica da Tia Vivien II

Quem passar por aqui hoje, não pode deixar de ler isso aqui. Brilhante.
Pra gente discutir seriamente a deplorável imprensa brasileira.

Momento sex and the city


Mesa com cinco mulheres em Barão Geraldo. Todas conversam, riem.
O celular de uma toca, ela atende discretamente. Diz que vai embora. Rebuliço armado. Dizem pra ela não ir, dizem que ela não deve deixar a mesa só porque o bofe chamou.

mulher 1- quem vota pra ela ficar?

Quase todas levantam a mão. Uma discorda, diz que ela deve ir.

mulher 1- Você acha que ela deve ir..????

mulher 2- Claro. VAI NESSA......nem pensa duas vezes.

mulher 3- Mas ele te trata bem?

mulher 2- Gente, e ela lá tem cara de quem é mal tratada?Fala sério!! ( pra mulher 5) Não dá bola não, vai lá, vira o fulano do avesso e vai trabalhar bem feliz amanhã.

mulher 4- Quando você liga ele vai?


mulher 1 - blabalballbalbalbalbalbalb????

mulher 2- ô mulherada encanada...credo.......deixa a menina ir, pegar o bofe e ser feliz.( rindo)

mulher 3- me deixa perguntar uma coisa, ele te emprestou um livro, certo?

mulher 5- ahã.

mulher 3- qual era?

mulher 5- ah, era um do Roberto Shinyashiki.

mulher 3 - Então fica.


**** gargalhadas*****

Primeira enquete da Casa: dessas mulheres acima, quem sou eu?

14 janeiro 2007

Ode a bobeira


Eu vivo dizendo que sou boba. Porque sou e é melhor que eu mesma já diga isso em alto e bom som.
Mas eu adoro ser boba. No sentido de me colocar diametralmente contra a esperteza, contra o ato de tripudiar e/ou enganar outros. Nós, os bobos, não fazemos isso por dois motivos veementes: não sabemos e não queremos aprender a ser espertos.
Porque ainda que você não tenha habilidade natural, ainda pode aprender algo, ou pelo menos, tentar ser mais malandro.
Eu não quero. Quero sentir a dor e a delícia de me dar bem ou me ferrar de verde e amarelo, mas sendo intensamente verdadeira em cada vírgula.
Outro dia, um amigo muito querido me aconselhou a me proteger mais, a entrar de forma mais sutil nas relações. Eu não quero. Quem me conhece sabe que repito à exaustão uma expressão: não piso no freio na minha vida. E não quero começar agora.
Evidentemente isso tem um preço, o preço de meter a cara no poste. O preço de achar que talvez, só talvez, devesse ter sido emocionalmente mais cuidadosa.
Mas esse pensamento me ocorre durante um minuto. Depois vai embora e eu sigo sabendo que essa sou eu, óbvia e boba.

Recontando


Esse foi o primeiro post aqui da minha Casa, como hoje não estou meio assim assim pra escrever, trago essa historinha de volta.

10 janeiro 2007

Um olhar sobre a cidade


Eu estava andando pelo Mercadão de Campinas. Acho que não ia lá há anos, anos mesmo.
Eu fiquei um tempão por lá, coletando histórias. Porque as histórias pulavam enlouquecidas em cada pessoa, em cada tempero, em cada língua das muitas que são faladas por ali.
Me diverti com uma brincadeira que tenho com meu irmão - na qual ele é infinitamente melhor do que eu - que consiste em criar um personagem pra cada pessoa..depois falo melhor sobre isso.
Mas eu me admirei comigo mesma em ignorar por tanto tempo aquele mundo todo. Coisas muito específicas, como as barracas só de temperos - as minhas favoritas - ou as que devem servir pra matar a saudades, como as de chimarrão, rapadura, outras coisa que eu acabo nem sabendo o gosto.
Muitos olhinhos puxados e aquelas línguas exóticas e incompreensíveis, muitos sotaques diferentes, muitos tipos de tudo: de frutas, de línguas, de gente.
Muita pobreza contida, muita velhice, muita paquera, muito trabalho, muito tudo. Fiquei inebriada de gente.
Como eu andei com muitos problemas no final do ano, acho que só esses dias tive consciência de que um novo ano começou, estou me abrindo pra ele e isso está sendo prazeroso.
Parei pra comprar flores em uma banca. Na minha casa sempre tem flor, foi uma das coisas que prometi pra mim mesma quando me mudei. E eu simplesmente adoro flores.
Um rapaz demorou pra escolher umas flores que mandaria, fiquei ali, colhendo aquela história.
Me lembrei de uma história que já contei aqui.
Imaginando que talvez fosse a primeira vez que ele mandasse, a primeira vez que ela iria receber esse presente que é sempre tão delicado, tão gostoso.
As tais flores seriam pra uma moça em uma loja, imaginei a festa que fariam suas amigas, imaginei a carinha de feliz da menina e tudo me pareceu tão singelo, tão comovente.
Tudo me parecia tão vivo, tão colorido.
Percebi que estava mesmo saída do poço estranho que entrei em dezembro, onde, com o perdão do clichê, eu estava vendo tudo cinza.
Eu combinei comigo mesma de ir sozinha passear no Mercadão, saboreando cada história.

08 janeiro 2007

O Mala


Essa história tem já uns meses e eu juro que é verdade. Tenho testemunha.
Estava no Franz com M., minha prima que digo que é minha filha, que eu gostaria que fosse mesmo.
Estou lá alegre da minha vida, conversando, tomando café e ouvindo a música, que lá é sempre muito boa. Vejo um cara bonitão, mas bonitão mesmo, do estilo que parece cheiroso só de olhar, sabe como é que é? Meio passadinho dos 50, mas beeem bonitão. E o fulano me olhando insistentemente.
Aqui é preciso que eu diga que sou insegura, e sou mesmo. Fico toda embananada, acho que estou com o cabelo engraçado ou com algo no rosto. E o bonitão olhando. Sorrindo. Ai, Meu Deus.
E o bonitão levanta e anda na minha direção. Ai, Meu Deeeeeeeeeuuuuussss....!!!!
- Você é a Sandra?
( Hum...que péssimo)
- Não, sou a Vivien.
- Ah, me desculpe.....muito prazer, sou o G.
Voltou pra mesa, continuei conversando com minha prima. O tal G., lá ainda sorrindo, todo gostosão. Tempo depois, voltou:
- Posso sentar com você?
( E por que não?)
- Pode sim.
E foi aí que eu tive alguns dos momentos mais ridículos da minha vida. Eu juro que tentei iniciar uma conversa, como todo mundo, banalidades, cinema, livros, política, música. Sei lá. Nada ia pra frente. O Tal G. me disse quantos metros de jardim ele tinha.
E eu com isso???
Falou dos jardineiros. Dos jardineiros. Eu escutei historinhas engraçadinhas de jardineiros. Eu odeio, odeio esse tipo de coisa.
Olha, juro, falou dos carros que tinha.
O problema não era ele ter ou não , isso ou aquilo. O problema era ser esse o tema da conversa. Todo o tempo. Tá me achando com cara de maria gasolina??? faça-me o favor....
Podia falar do trabalho, dos filhos, eu ia gostar de ouvir.
- De que família você é?
( Montana!!!!!..ih, estou vendo muito Scarface....)
- Meu sobrenome? - já totalmente entediada - é Tal.
- Não conheço.
( oh, céus....)
- Você está vendo Fulano, é da família tal...e beltrano....da tal. Eu tenho uma memória ótima, me lembro até dos aniversários...
( noooosssaa....parabéns...!!!!)
M. , minha prima, que me conhece bem, começou a me chutar discretamente. Eu juro que me sinto culpada, me sinto responsável , sei lá. Acho que não posso ficar julgando tão rápido.
Mas nunca ouvi uma conersa tão ruim em tão pouco tempo. Que Mala.
- Eu tenho mesa cativa em Tal lugar....você não quer ir lá na quinta?
- Acho que não faz muito meu estilo....acho que não. Mas obrigada pelo convite.
- Olha, toma meu cartão, se mudar de idéia, me liga?
- Seu eu mudar , ligo.

Saimos rapidamente, muito mais cedo do que costumo sair, mas sem outra opção. Pois o fulano não ia desmalazar tão cedo.
Fui embora muito irritada.Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece.
Não é que eu queira um ornitorrinco....mas ....fala sério!

06 janeiro 2007

Frases que me fizeram rir muito ontem


De um Ex:

- Queria tanto ser a "meia" da 'Renildes"....


Do meu filho:

- Eu entendi porque você diz que não consegue morar com ninguém, só comigo. É que você é meio...difícil de lidar. Mas eu sei lidar com você.


Do garçom quando fui pagar a conta do bar:

- ( rindo) quatro coca-colas..???!!!! O que é iiiiiissssoooo, moça???


Da Tati no bar, depois da minha descrição de um homem interessante:

- Vivien, você não quer um homem, quer um ornitorrinco.


04 janeiro 2007

Sobre a natureza dos gatos


Pois é, Renildes está apaixonada. Está maluca pelo Malcom X, meu lindo gato preto. Mas Renildes não entendeu ainda que esse romance impossível já nasceu fadado ao fracasso, desde a primeira ronronada desse gato sacana.
Porque ele é gato e essa é a natureza dos gatos. Ele simplesmente não compreende a euforia estabanada dela, que ao vê-lo na sala, corre, torpeça, cai, de língua de fora, risonha.
Eles até que brincam bastante, até mais do que eu supus ser ele capaz, mas sempre menos do que ela quer. Ela mordisca a orelha dele, ele dá patadinhas suaves nela. Um tempão.
Até que ele enjooa, aí, não tem choro , nem vela. Não adianta ela apelar , segurando-o com a pata.
Ele pula pela janela baixinha tão rápido que só resta a Renildes fazer aquela cara de pidona e bater com a patinha no vidro, uma ,duas, muitas, muitas vezes.
Ele deita no jardim e lambe a pata. A gente aconselha:
- se manca, Renildes..... se manca...
-Renildes, vem pra cá, nem adianta que agora ele não vai entrar.
Mas ela continua na janela, batendo com a patinha.
Depois de um tempo, ela deixa a janela e vai brincar com o paliativo que encontrou: um sucedâneo de Malcom X, uma velha meia preta do Daniel, que ela morde, abraça, brinca.
- Não é o Malcom, bobona....rs.....te deram o pirulito e tiraram, né, menina?
Ela olha pra mim, olha pra janela e morde a tal meia. Coitada da Renildes...não entendeu que essa é a natureza dos gatos.
E Malcom X continua no jardim, lambendo as patas, sem dar a mínima.
Gatos.....



**** post publicado anteriormente em fins de 2006.

02 janeiro 2007

Recado pro meu anjo na guarda


Eu tenho altos papos noturnos com meu anjo na guarda. Ele parece o Beckham e sempre está tomando um martini. Não riam....sei lá porque, o tal anjo vive com um martinizinho na mão, maior charme, baby.
Eu converso com ele, conto o que rolou de errado, tomo algumas satisfações, faço alguns pedidos. Depois disso, sonho, sonho tanto que acordo meio tontona. Tenho sonhos delirantes, loucos e às vezes....premonitórios. Qualquer dia ganho na mega sena. Tenho que aprender a jogar primeiro, mas isso é outra história.
Ouvi dizer por ai que anjo é meio burro, assim, você precisa ser muito claro nos pedidos.
Pois é...as duas datas que mais gosto no ano são: meu aniversário e o ano novo. Sempre foi assim.Durante uns anos, meu aniversário foi cada vez mais chato.
Eu encarnava uma polyannazinha e dizia pra mim e pro anjo lindão...ah, até que foi legal.
Teve um ano que eu resolvi encarar a verdade: tinha sido uma droga.
Olha, anjo, foi uma porcaria. Detestei. Quero um aniversário melhor ano que vem.
Bom, nada como a organização mental.......rs.....meus aniversários realmente melhoraram, e muito.
Quanto ao ano novo...nossa.
Eu sempre adorei, adorei essa data. Sempre fiz mil mandingas loucas, joguei flor, acendi velas, fiz pedidos, dancei a noite toda, comprei roupa branca, tomei todas. Foi no ano novo que fiquei noiva aos 15 anos ( glup), que decidi casar aos 21( com outro),que passei em Paraty achando que era a mulher mas feliz do mundo, que decidi tomar fanta pro resto da vida, que decidi um monte de coisas imblogáveis.Adoro ano novo.
Nesse ano novo não viajei, não comprei roupa branca, não cozinhei, não joguei flor, não pulei onda.
Fiz um brinde com Daniel à meia noite e vi uns fogos, depois, voltei e vi dvd.
Eu e Daniel merecemos um ano novo melhor e esse foi o primeiro e o último desses. Eu me recuso a fazer isso de novo, eu me comprometo a não fazer isso de novo.
Eu vou viajar, jogar flor, acender, vela, pular onda, beijar na boca e ser feliz pra caramba.
Eu espero muito desse ano, eu quero muito desse ano.
Não vou ficar com polyanice, não vou mesmo, se for uma porcaria.....eu vou reclamar mesmo, porque quero, me esforço e mereço para que seja o melhor.
Ouviu, anjo?
Pode ir se mexendo ai, tenho uma lista grande de coisas importantes que desejo pra esse ano.
Que venha 2007.