Mostrando postagens com marcador academia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador academia. Mostrar todas as postagens

25 abril 2010

Café Filosófico




Um dos lugares que gosto de ir em Campinas é no centro cultural da cpfl. Pra quem ainda não foi, fica a dica: uma programação que cobre a semana toda, com palestras, filmes, peças teatrais.
Eu gosto, em especial, da programação de sexta, do tal Café Filosófico. ( Se você não é da região, pode acompanhar a programação pela web ou ver a reapresentação pela Cultura, aos domingos, vale a pena)
O lugar é agradável: antes do Café abrir, você pode fazer hora em um lounge gostoso, com dezenas de revistas sobre Cultura e História, brasileiras e estrangeiras, um luxo.
Depois que o acesso é liberado, é só entrar e esperar. Mas isso dentro de um bar/restaurante gostoso, onde você pode petiscar alguma coisa ou jantar mesmo. Eu sugiro o creme de palmito ( perfeito) ou uma porçãozinha saborosa com beringela, tomate seco e sardella.
Dá pra conversar, beber, comer. Às sete começa a apresentação. É inegável o bom gosto, eles convidam professores interessantíssimos no naipe de Olgária Matos e Renato Janine Ribeiro - ambos são, inclusive, curadores de séries.
Nessa sexta, fui ver Yves de La Taille. Ele chegou com seu visual de homem-do-saco e falou lindamente.




















Sua fala foi sobre a questão da relação moral que existe na educação. Ele inicia sua fala dizendo que Camus, ao preencher uma ficha, ainda criança, escreve que sua mãe é doméstica e se envergonha. Rapidamente, se envergonha de sua vergonha, tendo em vista que sua relação e respeito pela mãe deveria ser maior do que seu problema em ter ou não dinheiro.
A partir daí, começa sua fala, perguntando quantas crianças teria a segunda vergonha citada, atualmente.
Compara duas relações metafóricas com a vida: o peregrino e o turista. Carregando propositalmente nas tintas, apresenta alguém que se insere em culturas, que valoriza o processo de caminhada e outro que exige rapidez e deseja ser servido.
"O peregrino deseja experiências na sua trajetória, o turista quer berimbaus".
Insistindo na relação consumista, superficial e "clientelista" ( na falta de uma expressão adequada) do sujeito com a vida e a sociedade, fala sobre o tédio, suicídio e a fragilidade nas relações.
Ao argumentar que a sociedade atual se preserva da dor ou da ameaça de dor, que necessita de ações, diversões e prazer constantes - eu não conseguia parar de penar em Admirável Mundo Novo - afirma:" Romeu e Julieta seriam impensáveis hoje"
Eu gostei. Não vou me alongar aqui, volto a falar sobre isso depois, mas gostei da abordagem e concordo em grande parte.
Como já disse aqui, discordo da errônea nostalgia por um passado idílico familiar, mas ele não faz isso. Um ou outro que levantou e perguntou fez, mas ele não.
Eu tive vontade de perguntar, mas me intimidei diante da câmera e fiquei quieta com minha coca-cola. Talvez outro dia, talvez outro dia.
















Comprei o livro e ele tem uma estrutura simples, simples: uma conversa entre ele o o Cortella. É uma leitura mais arejada, mais palatável, não me parece ter o rigor e a profundidade de uma obra acadêmica, mas me pareceu bastante interessante. Parece cumprir seu propósito. Mas isso eu conto quando resenhar.
Sexta estarei lá de novo, pra ver Sérgio Rizzo falando sobre a representação da família no cinema.
Bora?

21 janeiro 2010

Langsdorff, o fantasma







Se não levo um livro, só posso mesmo partir para as revistas da sala de espera, quando vou ao médico. Li uma, folheei outra,quando achei uma Metrópole - uma revista dominical que vem anexada ao Correio Popular - fui imediatamente ler o texto de Eustáquio Gomes, que é, tradicionalmente, a primeira coisa que leio nessa revista.
O texto, ótimo como sempre, tinha o seguinte título :"A Maldição de Langsdorff".
Eustáquio falava sobre uma pesquisa organizada pela Unicamp sobre a Expedição Langsdorff, organizada por esse genial cientista alemão que veio para o Brasil no século XIX, representando a Rússia em uma ambiciosa viagem de pesquisa.
Pois é, junto com ele vieram Taunay, Rugendas, Hercule Florence, entre outros.
A viagem foi incrível, cortando o Brasil, passando por minha região, estudando plantas, animais, pessoas, hábitos. Anotando, desenhando, estudando cada detalhe. O lance é que houve afogamentos, mortes, loucura. Além de um outro integrante que enlouqueceu durante a viagem, Lansdorff - cientista, poliglota, intelectual - perdeu a razão com cinquenta e poucos anos, no meio do Brasil, no meio da pesquisa. Nunca mais recuperaria a sanidade.
Eustáquio comenta que o primeiro organizador da pesquisa, posteriormente comandada por Danúsio no Centro de Memória, faleceu.
Por que estou contando isso para vocês?
Rapaz, porque eu também participei da pesquisa. Eu trabalhava com microfilmes de manuscritos dele, em português ( ele havia feito anotações me português, alemão, russo e francês). Fui auxiliar de pesquisa do prof.Plínio, que faleceu ainda durante o projeto. Apavorada como sou, lia a brincadeira de Eustáquio e já pensava "pronto, ferrou tudo, Langsdorff miserável.."
Mas tudo vai dar certo, pé de pato mangalô, certo?
Pô, Lansdorff, não me assombre....

****post publicado originalmente em maio de 2008.

20 dezembro 2009

A cultura da ironia ou Sou Bom demais pra ser educado

























Na semana passada acompanhei uma amiga advogada em uma audiência trabalhista. Já pedi para ver outras, porque aquilo que achei punk, ela me disse ser absolutamente light, então, quero ver até onde vai o troço.
O caso é simples: o processo estava sendo finalizado e só um ponto devia ficar claro para o juiz, se o demandante tinha ou não vínculo empregatício com o demandado.
Assim, a tal audiência foi rápida, mas houve tempo suficiente para a juíza dar meia dúzia de petelecos verbais nos advogados. E nem houve predileção: levaram ambos.
O ponto a que quero chegar é absolutamente simples, uma dúvida prosaica: por que algumas pessoas, investidas de poder, acreditam que sua atitude tem mais peso, mais credibilidade se vier acrescida de uma patada?
Porque, vamos combinar, tudo que a juíza falou, poderia ser dito de forma polida. Por algum raciocínio tortuoso, vejo que algumas situações são culturalmente associadas a tiradas irônicas, ou melhor, usando meu passado caxiense: são situações que vem com um belo coice.
Em todas as defesas de tese que vi, isso se repetiu. Os professores que arguiam o candidato pareciam acreditar que suas observações deveriam vir embaladas em ironias escrotas. E o candidato lá, com cara de nada, respondendo a tudo como se não estivesse com o fígado em petição de miséria.
Se a mesma observação poderia ser feita sem aquele teatro arrogante, por que fazê-lo?
E esse tipo de atitude acaba naturalizada, a ponto do jovem juiz repetir essa atitude pouco tempo depois de empossado, a ponto do jovem professor se chacoalhar todo entre sorrisinhos debochados para demonstrar como seu interlocutor é tolo.
Ai, gente, esses egos supersônicos me cansam.

12 setembro 2008

A plebe rude






Não é difícil dizer porque me fascinei tão rapidamente pelo movimento Anarquista.
Porque esses militantes, ainda no início do século passado, já compreendiam as mulheres como cidadãs, como pessoas que podiam estudar e produzir.
Havia espaço pra intelectuais como Berta Luz ou Maria Lacerda de Moura ( essa última, escrevendo livros com títulos como "Amai-vos e não vos multipliqueis" ou "Fascismo – filho dileto da Igreja e do Capital ") usando pedagogia Ferrer e se destacando como professora e anarquista.
O incrível nesses caras é que dentro de uma estrutura escolar violenta, autoritária, dogmática e cerceadora, eles criaram escolas mistas, onde os alunos podiam frequentar laboratórios, debater e - maravilha das maravilhas - eliminaram as avaliações com notas.
As avaliações deveriam servir para que o aluno percebesse suas falhas, seus limites, não para que fossem excluídos e/ou que houvesse uma competição feroz, ou pior ainda, que fossem vítimas de vinganças de professores hostis.
Claro que agora, com todos os alunos enlatados na concepção de que é necessário haver nota, fica difícil nadar contra a maré. Estudar sem esse tipo de avaliação requer uma autonomia, uma independência que os alunos poucas vezes são estimulados a ter.
Meu primo, professor da faculdade de medicina em uma univerdidade federal concorridíssima, diz que tem ímpetos de matar a criatura, quando um aluno pergunta:
" isso cai na prova?"
Preferia queimar todas as provas, buscando um aluno que estudasse por outros motivos, como queriam meus anarquistas.
Há alguns anos, pensei em escrever um trabalho comparando a concepção de imprensa que eles tinham, com a veiculada na chamada imprensa burguesa. Porque os libertários tinham a certeza de que a imprensa era um meio de divulgação de idéias, que era uma ferramenta. Nunca tentaram entrar no teatrinho da "imparcialidade".
Não escrevi esse trabalho, mas participei de duas pesquisas que incluiam os ácratas e isso me deu a oportunidade de ficar horas no Arquivo Edgard Leuenroth, lendo sofregamente jornais como A Plebe, O amigo do Povo, A Batalha, entre tantos outros.
Melhor do que isso, impossível.
Bom, há algo melhor sim. melhor seria se essa perspectiva anarquista, esse estímulo a autonomia, a cooperação, a ação do coletivo, fosse desenvolvida por todos. Mas eu confesso que já não espero mais isso.

06 julho 2008

A Plebe Rude






Não é difícil dizer porque me fascinei tão rapidamente pelo movimento anarquista.
Porque esses militantes, ainda no início do século passado, já compreendiam as mulheres como cidadãs, como pessoas que podiam estudar e produzir.
A experiência de ler os vários jornais anarquistas foi uma porta aberta logo no primeiro ano da graduação, onde não só aprendi as delícias de me perder horas em arquivos antigos, como as delícias de um movimento revolucionário até a última gota, como foi o dos libertários.
O incrível nesses caras é que dentro de uma estrutura escolar violenta, autoritária, dogmática e cerceadora, eles criaram escolas mistas, onde os alunos podiam frequentar laboratórios, debater e - maravilha das maravilhas - não havia avaliações, não havia classificações com notas.
As avaliações deveriam servir para que o aluno percebesse suas falhas, seus limites, não para que fossem excluídos ou que houvesse competição feroz, ou pior ainda, que fossem vítimas de vinganças de professores hostis.
Claro que agora, com todos os alunos enlatados na concepção de que é necessário haver nota, fica praticamente impossível nadar contra a maré. Estudar sem esse tipo de avaliação requer uma autonomia, uma independência, elementos que os alunos poucas vezes são estimulados a ter atualmente.
Há alguns anos, pensei em escrever um trabaho comparando a concepção de imprensa que eles tinham, com a veiculada na chamada imprensa burguesa.
Não escrevi esse trabalho, mas participei de duas pesquisas que incluiam os ácratas e isso me deu a oportunidade de ficar horas no Arquivo Edgard Leuenroth, lendo sofregamente jornais como A Plebe, O Amigo do Povo, A Barricada, A Luta Livre, entre tantos outros.
Fiquei familiarizada com eles, um círculo não tão grande, mas incrivelmente ativo, que usava a imprensa como arma, mas não se limitava a ela. Os anarquistas usavam os sindicatos e os centros culturais, demonstrando a compreensão do poder que a cultura tem sobre o coletivo.
Talvez eu tenha me convencido, naquela época, que uma sociedade sem Estado seria possível. Hoje, certamente, essa idéia não me toma. Mas penso como esse ideário pode ser modificador dentro da sociedade, no sentido de perceber o indivíduo como autônomo, como sujeito de sua própria História ( me perdoem pelo clichê necessário..)
Mas só posso dizer que toda a influência deles, em minha vida, foi enorme. E estar com eles, durante aquele tempo, ali no Arquivo, foi deliciosamente inesquecível.
Melhor do que isso, impossível.

26 junho 2008

Viajantes no Brasil








Eu estava pensando na tal maldição Langsdorff outro dia. Eustáquio me garantiu que ela acabou, está encerrrada.
Gosto de ler os viajantes do século XVIII, Gosto de ver as pinturas descritivas, cheia de detalhes do cotidiano ( como em Debret) ou da flora ( como em Rugendas), qualquer um que leia meu blog sabe o quanto eu gosto da força das imagens e esses dois, ora bolas, já foram tema de mil teses e vão continuar sendo.
Ler viajantes tem aquele apelo irresistível de perceber o novo pelos olhos de outros, de perceber a dificuldade da compreensão da alteridade. E tem seus momentos de humor, ora pipocas,como Spix e Martius acreditando que caranguejo era uma espécie de de inseto ( um piolho gigante? que nojo) e coisas do gênero.
No caso de Langsdorff, minha preferência é clara: além dele ser de uma inteligência ímpar e uma história que beira ao realismo fantástico ( enlouquecer, à pé, no meio do Brasil é um exemplo disso), tive o provilégio de trabalhar com microfilmes de papéis escritos de próprio punho por esse alemão genial.
O fato de ler um material desses, ver a letra do fulano, perceber peculiaridades dessa aventura, me faz pensar que a realidade é - muitas vezes - tão ou mais incrível do que a fantasia.

15 maio 2008

Convite








Queridos leitores, o assunto "blogs" sempre me interessou, desde que descobri esse universo, há cinco anos, primeiro como leitora, depois como blogueira.
O bacana é ver como existem inúmeros pesquisadores - alguns linkados aqui ao lado - que desenvolvem trabalhos sobre esse tema.
Como eu já disse várias vezes, concordo com quem acha que essa democratização da informação e da criação é uma revolução sem igual.
Para quem, como eu, se interessa por esse tema, tenho um convite.
Meu querido amigo, professor, blogueiro e "pai" desse blog, Tarcísio Torres, vai defender sua dissertação de mestrado no mês que vem. Eu não vou perder, e você, vai?

Título do trabalho: "Blogs e as ferramentas de publicação pessoal no processo de construção de subjetividades" (mestrado). Candidato: Tarcisio Torres Silva. Orientador: professor Hermes Renato Hildebrand. Dia 20 de junho de 2008, às 14 horas, na sala 3 do prédio de pós-graduação do Instituto de Artes - UNICAMP

09 maio 2007

39 músicas (14) ( com atualizações)


Eu poderia colocar Exagerado, porque me traduz à perfeição. Mas vou falar novamente sobre essa música.

Mas como ando falando com vocês sobre minha pressa em viver e em meu medo patológico de morrer - compartilho isso com o Lord, ele sabe como é ruim.

Mas tem algo algo bom nessa pressa, porque essa sensação de que "ainda estão rolando os dados" me faz arriscar sempre e todo dia.

Essa semana mandei um monte de emails mal criados, lavei a alma, pois estava engolindo milhões de sapos. Estudar e trabalhar não pode, não deve ser uma sucessão de sapos engolidos.

Assim, regorgitei tudo. Eca.

Foi tão delicioso fazer isso, me senti pronta pra tudo.

Ah, gente,tenho pressa, tenho pressa, o tempo não pára. Ouçam comigo.

*********atualizações*************

Os emails eram meio mal educados mesmo, confesso. Mas , em minha defesa, digo que eram em resposta a emails muito autoritários e prepotentes, que já me irritavam há algum tempo. Um tempo enorme em que fiquei calada, bancando a boa moça.O resultado disso foi que acabei me prejudicando, ou seja, arrumei mais um problema prá minha cabeça.
Só sei uma coisa, o mundo acadêmico não pode ser essa tirania, não pode ser essas tremenda fogueira de vaidades, não pode ser esse festival de mediocridade.Já faz tempo que estou quieta, fazendo papo de sogra, olhar de paisagem. Cansei. Só sei uma coisa, não sou o Zagallo, mas eles vão ter que me engolir.

27 abril 2007

Aula, Walter Benjamin e uma Chata que atrapalha

Deliciosa a aula que assisti sobre Walter Benjamin esses dias: a professora, que admiro profundamente, consegue ser interessante, sagaz , sem ser pretenciosa, sem aquele ranço prepotente que a Academia infecta às vezes. Sua fala é sempre muito rica pra mim. Cheguei em casa e fui reler os capítulos discutidos, depois da apresentação a releitura foi completamente ressignificada e eu adoro isso. Vou usar Benjamin em momentos cruciais do meu projeto, no tocante a linguagem e narrativa, em especial. Depois conto mais.
Só teve um porém: uma fulana não parava de interromper com perguntas que pareciam satisfazê-la mais do que a própria resposta, que ela não ouvia.Eu odeio quando perguntelhos se utilizam de um espaço coletivo pra um exercício de masturbação do ego. Principalmente quando é ego de gente chata, gente chata devia pagar multa pra conviver com os outros. Principalmente quando a aula deveria acabar as cinco da tarde, já eram seis e meia e todo mundo tinha compromissos e começava a deixar a sala, o que é embaraçoso.

E o Rafael ainda me vem defender a moça: era só o que me faltava, Rafael bonzinho. É o fim dos tempos.

25 abril 2007

Rpg & Educação

Amigos, na última vez que apresentei meu trabalho no simpósio da Ludus Culturalis, dei uma entrevista pra uma rádio de São Paulo.
Meu eguinho de professorinha besta adora dar entrevistas todas as vezes que fiz isso, pra jornais e revistas, fiquei toda nojentinha por diiiiias. Pobre é fogo, vocês sabem.
De qualquer forma, quem quiser saber um pouquinho sobre minha pesquisa sobre RPG dentro do ensino de História, me escute aqui.
Quem quiser trocar figurinhas sobre isso, me escreva, o email está no perfil: use e abuse.

26 fevereiro 2007

Um post para Jane


Há alguns anos, quando eu trabalhava com adolescentes, fui chamada pela RP da escola.

- Vivien, tem uma mãe que eu quero que você atenda...ela é super legal, mas....

- ih.,....mas o quê? - imaginando a maior roubada.

- ai, ela faz umas perguntas tão complicadas, ela está fazendo doutorado na unicamp, vai lá falar com ela porque é teu estilo. - e rindo - eu me embolei toda!

Fui falar com ela, me sentia lisonjeada quando eles passavam essas situações pra mim.

Mas foi bem melhor do que só me sentir lisonjeada. Gostei da Jane de cara.

Em pouco tempo a gente já tinha desenvolvido uma amizade que espero mesmo que dure.

Ela defendeu seu doutorado hoje. Bióloga, professora de universidade federal, veio aqui pra Campinas pra elaborar seu belo trabalho junto a Educação.

Revi a Ju, sua filha, que está linda , uma moça. Me lembrei, com saudades, de como ela era uma menina articulada e profunda, que sempre se destacava nos debates que eu organizava. Me lembrei do seu namoradinho, ótimo desenhista e grande rpgista.

Gostei demais do tema que Jane trabalhou, e gostei, em especial de alguns pontos que vão ao encontro do que acredito como professora.

Ela desenvolveu um trabalho com uma atitude respeitosa em relação aos professores sobre os quais ela discute. Atitude bastante rara, dado que a Academia parece crer que tem somente a oferecer e nada a aprender, dado que a Academia apesar de se advogar discutir a alteridade, parece analfabeta em relação a esse conceito.

Outra coisa que me atraiu foi perceber o quanto ela valoriza a reflexão sobre a prática e o quanto ela valoriza a teoria subsidiando, mas não ofuscando a dinâmica própria que a sala de aula tem.

Meu trabalho vai nesse sentido e outra hora conto, porque hoje é o dia da Jane.

No momento de sua apresentação, fechou com agradecimentos que mostravam a mistura que se faz entre o momento da pesquisa e a vida da pesquisadora: ela mesclou fotos de vários momentos da pesquisa, com fotos do nascimento da Ju, com fotos de amigos. E eu chorei pacas. Bem quietinha lá, mas toda emocionada.

Porque só posso pensar na pesquisa como algo que se mistura na vida, que se embola e se confunde. Eu pretendo defender esse enfoque, porque é calcado nele que estudo.

Além de um trabalho interessante, Jane trouxe um elemento cênico para a apresentação, com gravuras, objetos e textos. Adorei.
Fiquei feliz em ter sido convidada por ela pra participar desse momento tão importante.
Meu dia também está chegando e espero ter por perto, amigos que viveram essa história comigo.
Parabéns, Jane.
Doutora.