27 junho 2009

O dia que os marcianos invadiram a Terra ( com atualizações)












Na quinta feira eu estava na faculdade para aplicar prova substitutiva, entregar atas, essas coisas.
Na sala dos professores, estava lendo o twitter, quando vi que Michael Jackson estava hospitalizado. Não demorou muito para ler a triste notícia de sua morte.
Eu fiquei atônita, virei para os professores e disse, ainda com cara de muro sem pintar:
- Gente, Michael Jackson morreu.
- ãh?
- sério? quando?
- De que?
- Vou ligar pro meu marido
.
Uma das professoras resumiu o que muita gente pensava:
- Nossa, que baque...ele estava em uma outra escala pra mim, uma esfera de pessoas que não morriam.
Um professor chegou atrasado e palpitou:
- Ouvi na CBN que ainda não está confirmado...
Infelizmente estava e tudo ficou estranho mesmo. Pintou um dejavù: me lembrei de quanto chorei na morte de Elvis, quando ainda era criança e me lembrei de como fiquei incrédula quando do momento do ataque às torres gêmeas.
A sensação mesclou essas experiências: se por um lado eu fiquei triste, por outro fiquei completamente chocada, como se algo completamente estranho - como uma invasão alienígena - tivesse acontecido.
Na noite de sexta e durante o dia de ontem, revi à exaustão inúmeros clipes dele. Sempre maravilhosos, intensos, dotados de uma força ímpar e de uma estética curiosa.
Zapear a tv e vê-lo em todos os canais reforçava a idéia insólita dos marcianos invadindo a Terra. Tudo parecia um filme hollywoodiano, era irreal, era ruim.
Foi impossível não chorar.
Meu pouco conhecimento de black music não me autoriza a discutir sua obra, vou me limitar a dizer que curti muito nos anos 80 e em parte dos 90.
Acho que ele acabou por personificar uma incoerência produzida por uma sociedade incoerente e racista: sua música, sua dança, tudo tinha uma pegada totalmente black, enquanto que ele se transfigurou naquela triste caricatura branca.
Se transformou naquela figura frágil, envolta em uma mítica doentia de Peter Pan, solitário e sucumbindo a escândalos. Longe de ser visto como o artista de talento absurdo que foi, aparecia na imprensa por conta das bizarrices, sobre as quais falava com aquela voz de castrati.
Eu só sei que cresci cantando e dançando MJ. Só digo que realmente fiquei muito triste.
Só digo para vocês que na quinta-feira, esse fato me fez lembrar que a vida é ridiculamente curta.
'Bora aproveitar.


**** Eu pensei muito antes de escolher o vídeo para colocar aqui, porque afinal, são muitos os clipes clássicos de MJ.
Enfim, escolhi a apresentação de 1983, onde ele faz o moonwalk em público pela primeira vez. Acontece no final da apresentação, depois de 3min39, vejam como o público grita, é demais.;0)



13 junho 2009

Cantando para o Dino

Dino é o apelido de Daniel, recebeu esse apelido do pai aos cinco ou seis meses e ficou. Dino, Dininho, Dinão. Ainda bem que ele não lê meu blog, ia ficar bravo com essas baboseiras de mãe.
O fato é que quando Daniel era bebê, tinha aquele hábito bebezístico de acordar muitas vezes durante toda a noite. Tínhamos um acordo: eu levantaria durante a madrugada e o pai acordaria pela manhã, para que eu pudesse ficar um pouco mais na cama. Claro que ficava meio difícil dormir com os dois brincando na nossa cama, mas eu era insistente.
Para fazê-lo dormir, cantava as milhares de cantigas de ninar, aprendidas com minha mãe. Ao contar isso, parece que estou no quartinho dele, na penumbra, cantarolando aquelas músicas todas com aquele bebezinho cheiroso e fofo no meu colo. Que delícia.
Quanto ele era bem pequeno, eu o pegava nos braços, quando era um neném maiorzinho, deixava a cabecinha apoiada no ombro, enquanto eu o ninava.
Mas eu tinha outra estratégia, durante as tardes. Para fazer Daniel engrenar na sonequinha da tarde, deitava-o no carrinho e ficava balançando suavemente, enquanto ele ouvia essa música aqui.
Era batata, era ouvir e desmaiar, todo relaxado.
Vejam que bom gosto aparece no berço, literalmente.


09 junho 2009

Quando todo mundo vira alguma coisa na prateleira












Sei que todo reality show acaba por usar o que de pior temos como seres humanos. Sei que todos eles são compostos por pessoas que fazem quase (?) qualquer coisa por dinheiro, mas confesso a vocês que a última tirada da Globo me deixou estupefata.
O programa Jogo Duro - que vi durante dois blocos, não aguentando mais - se resume a um grupo de pessoas pegando dinheiro do chão ou de algum lugar.
Só isso. Mas o fato é que os lugares são esgotos imundos, locais cheios de insetos, cobras, lagartos, escorpiões, ratos e sei lá mais o quê.
Assim, os participantes se arrastam em esgotos, pegando dinheiro de fantasia perto de ratos e recolhendo-os, DENTRO DA PRÓPRIA ROUPA. Sim, isso mesmo, vocês leram rato/esgoto/roupa na mesma frase. Eu também quase vomitei.
Sei que muita gente está disposta a fazer muita coisa por dinheiro, mas acredito que alguma limitação exógena há de existir, antes que as pessoas comam baratas, vendam rins ou leiloem as filhas. Há que se ter um limite.
Eu me recuso a ver aquilo. E vocês...o que acham?
É possível deixar que pessoas se vendam e se exponham dessa forma?

07 junho 2009

Eu e meu aniversário






Sexta foi o dia encontrado pra comemorar meu aniversário à noite.
Na segunda, dia em que fiz 41 anos, saí pra almoçar com minha mãe, Daniel e Solange, uma amiga queridíssima, de quem já falei aqui.
Na noite de segunda, comemos umas pizzas com meu tio e minhas primas e na sexta, saí com uma prima e algumas amigas.
O lugar escolhido foi a Apô, uma boate aqui da cidade. Como eu sou totalmente não-balada - inclusive torço o nariz pra essa expressão - explico porque escolhi esse lugar.
Quando me mudei para Campinas, em meados de 80, essa boate fervia. Obviamente eu não ia, pois tinha aversão patológica a qualquer coisa que pertencesse a mauricinhos e patricinhas.
Os anos se passaram e a tal boate mudou de lugar e de público. Ou melhor, continuou com o mesmo público...mais velho e modificado.
Eu não sou mais a militante com tênis furado e bottons, definitivamente, ainda detesto pessoas fúteis, mas acredito que aja outra coisa ali.
Adultos que querem sair e não topam tropeçar com adolescentes bêbados em todos os bares, por exemplo.
E, gente, adoro música anos 80, fazer o quê, adoro.
Me diverti muito, minhas amigas também. Desde o simpático sushi da entrada, até a despedida pra pegar o táxi, tudo foi bacana.
Quem estiver por aqui, recomendo: Apô para os maiores de 30, com certeza.
(Isso não vale pra Kidult e Cangurus, claro, quem tem 30 e acha que tem 20....pode continuar nas mesmas...ãh..."baladas".;0)
Beijos.

02 junho 2009

M. ....de mico público!


(Esse post está ligado ao novo projeto do Leo, do Indizível, cuja proposta é falar sobre ...micos publicáveis. Vamos a isso.)
Isso aconteceu há anos.
Eu estava entrando no cabelereiro ( adoro ir ao cabelereiro, lavar minha cabeça lá é quase um prazer sexual) quando vejo um cara, com um bebê no colo, sorrindo pra mim.
- oi, Vivinha.
-* *glup* *
E quem disse que eu sabia quem era o sujeito? Vivinha é meu apelido favorito, mas é um apelido familiar, usado por poucos e queridos amigos. Quem era aquele fulano?
Bom, poderia ser um amigos dos meus irmãos....eles me apresentavam assim "minha irmâ, Vivinha".
Mas qual amigo....o nome....o nome....quem era esse fulano?
Minha cara de tacho era tão evidente, que ele disse, ainda sorrindo:
- não está me reconhecendo, né?
- desculpa - disse, entre aliviada e envergonhada - não estou.
- sou eu, Vivinha, o M.
- NOSSSAAA.....desculpa, eu...eu....me desculpa mesmo.....- rindo
M. tinha sido meu namorado. Por oito anos. OITO. A adolescência inteira.
Isso, eu tinha encontrado meu ex namorado, melhor dizendo, meu ex noivo ( fui noiva , uia que brega....rs) e não tinha reconhecido o cidadão. Ele estava ali, acompanhando a mulher no salão, coisa estranha.
Pra disfarçar, peguei o bebê no colo. Perguntei o nome, quando ele respondeu, caímos na risada.
A filha dele tinha o nome que EU havia escolhido pra filha que a gente teria um dia. Bizarro.
De qualquer forma, ele me mostrou a mãe do neném, trocamos um cumprimento amarelo.
O papo teve lá seus toques nostálgicos;
(Tem ido pro Rio? viu fulano? viu sicrano? sabia que fulano. blablablá.....ahhahah...blablablá...sério??? blablablá......)
Foi engraçado, foi estranho. Foi legal.
Foi super bacana ver o cara por quem fui extremamente apaixonada e nem saber quem ele era.
Foi muito bom saber que qualquer amor, arremedo de amor, pseudo-amor, ou coisa que o valha, pode ser totalmente superado, esquecido e...talvez até, esnobado, por que não?
He..he...gostei.
Foi mico, mas foi bom.


@@@@ texto publicado anteriormente em novembro de 2006.