
Eu sei muito bem o que vocês pensaram ao ler esse título à lá imprensa marrom. Eu sei, vocês queriam saber cá das minhas intimidades, heim? Confessem, confessem.
Mas o gato que dorme comigo é um felino mesmo. Um gatão preto e manhoso chamado de Malcom X, por quem minha cachorrinha, a Renildes, morre de amores desde sempre.
Ele me ama. Me espera chegar, vai ao meu encontro e rola no chão, com miadinhos. Dorme da minha cama e nos finais de semana, onde durmo até mais tarde, ele permanece ali, só levantando quando eu decido fazer isso.
Malcom sofreu um sério acidente esse ano, foi atropelado, quebrou a perna, a mandíbula, estava uma poça de sangue quando eu o peguei no colo e levei, chorando como uma louca, até uma clínica.
Operado, tomou soro e ia capenguinha para o canto, querendo um carinho, quando eu ia visitá-lo. Quando o trouxe para casa, ficou com o colar elisabetano - aquele que parece um abajour - sem poder mastigar ou andar, comendo papinha.
Ficou tão triste, sujinho, porque não podia fazer sua rotina de limpeza diária. Ronronou todo reconfortado, quando eu o limpei, se recuperou bem e, se gostava de mim antes, agora me ama.
Fica o tempo que é possível no colo, e eu adoro, como sempre adorei os muitos gatos que tive na vida: Moneda quando ainda morava no Rio, Gueixa quando me mudei pra Campinas, Intrusa e Sookie, respectivamente avó e mãe do Malcom X. Adorei todos.
Talvez porque, como me disse um de meus escritores favoritos, Eustáquio Gomes, " se tenho gato no nome, hei de ter algo de gato na alma".
Miau.
***post publicado originalmente em setembro de 2008.