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26 agosto 2011

Mulheres de seis anos?


















Há pouco tempo li algo que me deixou pasma. Estão sendo produzidos e comercializados pequenos soutiens com bojo (!!!) para serem usados por meninas de seis anos.
Vi uma maluca na tv, nem sei em qual programa da gbt, falando sobre os tecidos "lúdicos" que elas colocam nesses produtos.
Eu sempre olhei com surpresa ( e uma dose de horror) para as pessoas que parecem querem transformar em mulheres, meninas cada vez mais jovens. Aliás, essa hiper exposição a uma imagem sexual antecipada vem antecipando até mesmo a menstruação dessas garotas, que se pintam, usam saltos ( e prejudicam a coluna), pintam os cabelos e fazem festas de aniversário em salões de beleza.
De forma alguma estou criticando a vaidade. Entretanto, há um grande abismo entre ser vaidosa e ser uma criança-monstro, nos moldes daqueles concursos horrorosos tão queridos pelos sulistas norte-americanos: miss mirim.
Existe algo mais assustador do que aquelas meninas maquiadas como travestis, sorriso amarelo colado no rosto, postura artificial e mães histéricas? Provavelmente, não.
Há que se preocupar com o que se coloca na mente dessas meninas, que tipo de imagem feminina estereotipada se configura, que tipo de valores se estruturam.
Mas para ver isso com um olhar critico, curioso e idiossincrático, assista Pequena Miss Sunshine, perfeito e absolutamente immperdível.






26 novembro 2010

No dia dos professores, saudades do José Luiz

Eu pensei em falar sobre o dia dos professores, pensei em comentar as coisas incríveis que acontecem, o provilégio que é poder participar de momentos tão importantes da vida das pessoas.
Mas não quero falar como professora, quero falar como aluna que fui.
Eu gostaria de falar do José Luiz, ou Zé luiz, pra nós, seus alunos no ensino médio. Zé Luiz me apresentou a música de Chico Buarque, me apresentou ao terrores da didadura em debates em que nós, os alunos, nos inflamávamos, inquietos com tanta coisa com a qual discordávamos. Foi certamente a pessoa mais importante na minha formação intelectual e politica na adolescência. Eu mal podia esperar por suas aulas e quando ele dizia: "alguém tem alguma colocação a fazer"? podia contar com minha mão erguida, palpites, opiniões e muitas, muitas duúvidas. E eu não era a única. Os outros palpitavam, discordávamos entre nós, concordávamos, decidiamos continuar o papo no bar do Beto ( Coisa que ele discordava, aliás, com veemência. Ele argumentava que a localização do tal bar era ilegal, dado que ficava na frente de uma escola. Mas nós, tomados pela tolice ingênua e linda da juventude, achávamos lindo continuar o papo da aula ali, no nosso queridissimo Bar do Beto)
Era fins de 80 e nós queríamos mudar o mundo. As aulas dele faziam as coisas terem um sentido diferente.
Nós nunca o deixávamos sair da sala de aula, sem ir atrás, ainda discutindo, perguntando, questionando. Zé Luiz - incrivelmente parecido com Sidney Poitier - foi meu professor de História e com ele conversei sobre livros, filme e política, muita política. E ele tinha toa a paciência do mundo com minha pressa juvenil e minhas tolices.
Exatamente por isso fico tão feliz quando acontece comigo, quando um aluno me acompanha ao final da aula, ainda com discussões por terminar. Exatamente por isso, sinto uma infelicidade extrema quando escuto um enfadado "sei lá" ou um dar de ombros para a aula, para o tema, para o mundo. Uma atitude me leva ao paraiso, a outra, ao inferno.
Quanto terminei o colegial e passei na Unicamp, voltei pra dar um beijo, milhões de obrigadas e um livro do Manuel Puig. Só depois de formada, já trabalhando, entendi o olhar de felicidade que ele tinha para mim naquele dia.
Hoje, no dia dos professores, vinte anos depois, só posso dizer que sou professora graças a ele e até hoje, digo para meus alunos uma frase que ele sempre repetia:

"Gostaria que vocês nunca perdessem a capacidade de se indignar"

Zé, um grande beijo pra você.




####publicado originalmente em 2008 e republicado agora, com atualizações.

28 outubro 2010

Baseado em fatos reais


























Professora chega em casa, deita no sofá, mãos na cabeça, fazendo a dramática:

-Meu trabalho não serve pra nada, nada. Não consigo inspirar aqueles meninos, são tão conservadores, alguns tão alienados que me dá uma angústia hoirrível. Não sirvo pra nada ali..Parece que o negócio é consumir, usar etiquetas idiotas, ouvir músicas idiotas, ninguém quer ler, caraca, em pleno ano eleitoral..e ..bláblábláblábláblá...caraca, sou professora, não sou domadora de leões...chego no maior pique, cheia de ideias e blábláblá....sério, não adianta. Eu não faço a menor diferença na vida daquelas crianças.

Filho da Professora, acostumado às nuances da profissão da mãe, consola:

- Claro que seu trabalho faz diferença. Nem todo mundo vai ser alienado, vocêvai ver, logo eles já estarão lendo jornal, comentando as notícias, vendo o mundo. Desencana, mãe.

- .............( meneando a cabeça e querendo pular de um abismo)


@@@@@@@@@@@@ Dias depois @@@@@@@@@@@@

Professora chega em casa, toda animadinha, joga a bolsa, senta no sofá, pega a cadelinha no colo, conta:

- Você nem acredita, precisa ver que bacana a moçada da sétima série discutindo política, discordando, dando opiniões, tudo com a maior qualidade! Adoro quando discordam de mim, adoro discutir com gente inteligente, argumentos interessantes, não piadinhas imbecis de gente burra, mas argumentos mesmo, estruturados..adoooro isso.....odeio aluno com cara de morri-ontem-sentei-aqui-cadê-o~coveiro...

Filho da Professora:

- Viu, não falei? É isso. Tinha certeza de que logo alguma coisa legal ia acontecer.

- Ah, e outro dia eles terminaram uma prova...um abriu um livro, depois outro, e outro. Quase tive uma síncope, disse pra eles que isso era o sonho de qualquer professor...METADE da classe lendo concentradíssima! Até fotografei...haha
E blábláblá...uma aluna vai cantar "Meu guri" e a outra diz que adora Chico, Cazuza, Caetano...não é o máximo?



@@@@@@@@ à noite @@@@@@@@


- Te contei sobre a eleição da quinta série,né?

- Contou, mãe, deve ter sido bem bacana mesmo. Eles devem ter gostado. Eu queria ter visto

- Foi DEMAIS....Cada equipe escolheu um deus grego e fez campanha...maior barato a campanha.E o debate? Você tinha que ver que demaaaaaiiiss...deu até segundo turno, olha que bonitinho...rs...depois eu te conto como foi, mas olha, acho que deu pra ficar claro o que é democracia, participação política.
(Pensando) Sabe? Alguns daqueles meninos um dia podem mesmo se candidatar. Já pensou?

26 junho 2010

Quase de férias


Queridos, nem vou reclamar porque trabalho demais, porque isso é sempre, sempre uma benção. E tenho sorte, vamos combinar, meus alunos são uns fofos.
O grande lance dos últimos tempos foi a mudança de uma oitava que era fria ( fria? gélida!) e está uma gracinha, mas uma gracinha de tal forma que vou toda serelepe dar aulas pra eles...e antes, eu parecia um gato tomando banho, na porta da sala.
Hoje trabalhei em um cursinho para Enem, algo que faço pra deixar meus sábados mais divertidos ( hahahahah, rola, rola...).
Brincadeiras à parte, o trabalho é bacana.
O complicado foi voltar de Pira cantando ao volante e me perder: exatamente por que eu me perco em estradas? Não sei, mas eu surgi em Vinhedo, não me perguntem como.
Vim para a casa da minha mãe, vou sair com meu irmão querido que mora em São Paulo. Tô aqui esperando a pessoa se embelezar. Aproveito pra ver MasPoxaVida, ler blogs e escrever essas bobagens.
Daniel foi em um show: o segundo da sua vida. E eu digo pra vocês: é difícil ser mãe de adolescente, viu? Difícil mesmo. Um stress. Mesmo um cara legal como meu filho, é uma idade complicada.
Amanhã a programação vai ser: fazer um almocinho para o garotão que vai acordar tarde, terminar de corrigir umas provas, lançar umas notas e preparar as atividades da última semana.
Por hora, pensei em finalizar a oitava com dois trechos do youtube( tenho usado muito youtube em aula) com trechos de Olhos Azuis e aquele videozinho da boneca branca/boneca negra.
Pensei nisso porque quero incluir a discussão de racismo e pensei muito sobre o que uma aluna querida disse: que eles estavam melhorando porque eu havia elogiado e eles queriam corresponder aos elogios.
Como fica alguém crescendo não apenas com pouco /nenhum elogio, mas criticas sistemáticas?
Se eu conseguir fazer a discussão render, fico feliz.
Aí coloco pilha para os debates que quero fazer no semestre que vem. Comecei a fazer as avaliações da aula: sempre fiz isso semestralmente, para localizar o que está bacana e o que precisa mudar. Estou adorando o resultado.
Eu não digo pra vocês? Meus alunos são uns fofos.

18 maio 2010

Ludoteca


















Esse projeto está sendo gostoso de montar: uma ludoteca para a escola é sempre uma boa pedida. Atualmente, as sextas estão montando seus jogos, cujo tema é um diálogo entre a idade média e idade contemporânea.
Acho que a tendência é tentar adaptar coisas que gostamos para o universo da aprendizagem, e poucas coisas, na minha opinião, são tão divertidas quanto um bom jogo de tabuleiro. A próxima vez será das quintas: jogos sobre incas, maias e astecas.
Deixo aqui alguns flagras dos meus anjinhos.

25 abril 2010

Café Filosófico




Um dos lugares que gosto de ir em Campinas é no centro cultural da cpfl. Pra quem ainda não foi, fica a dica: uma programação que cobre a semana toda, com palestras, filmes, peças teatrais.
Eu gosto, em especial, da programação de sexta, do tal Café Filosófico. ( Se você não é da região, pode acompanhar a programação pela web ou ver a reapresentação pela Cultura, aos domingos, vale a pena)
O lugar é agradável: antes do Café abrir, você pode fazer hora em um lounge gostoso, com dezenas de revistas sobre Cultura e História, brasileiras e estrangeiras, um luxo.
Depois que o acesso é liberado, é só entrar e esperar. Mas isso dentro de um bar/restaurante gostoso, onde você pode petiscar alguma coisa ou jantar mesmo. Eu sugiro o creme de palmito ( perfeito) ou uma porçãozinha saborosa com beringela, tomate seco e sardella.
Dá pra conversar, beber, comer. Às sete começa a apresentação. É inegável o bom gosto, eles convidam professores interessantíssimos no naipe de Olgária Matos e Renato Janine Ribeiro - ambos são, inclusive, curadores de séries.
Nessa sexta, fui ver Yves de La Taille. Ele chegou com seu visual de homem-do-saco e falou lindamente.




















Sua fala foi sobre a questão da relação moral que existe na educação. Ele inicia sua fala dizendo que Camus, ao preencher uma ficha, ainda criança, escreve que sua mãe é doméstica e se envergonha. Rapidamente, se envergonha de sua vergonha, tendo em vista que sua relação e respeito pela mãe deveria ser maior do que seu problema em ter ou não dinheiro.
A partir daí, começa sua fala, perguntando quantas crianças teria a segunda vergonha citada, atualmente.
Compara duas relações metafóricas com a vida: o peregrino e o turista. Carregando propositalmente nas tintas, apresenta alguém que se insere em culturas, que valoriza o processo de caminhada e outro que exige rapidez e deseja ser servido.
"O peregrino deseja experiências na sua trajetória, o turista quer berimbaus".
Insistindo na relação consumista, superficial e "clientelista" ( na falta de uma expressão adequada) do sujeito com a vida e a sociedade, fala sobre o tédio, suicídio e a fragilidade nas relações.
Ao argumentar que a sociedade atual se preserva da dor ou da ameaça de dor, que necessita de ações, diversões e prazer constantes - eu não conseguia parar de penar em Admirável Mundo Novo - afirma:" Romeu e Julieta seriam impensáveis hoje"
Eu gostei. Não vou me alongar aqui, volto a falar sobre isso depois, mas gostei da abordagem e concordo em grande parte.
Como já disse aqui, discordo da errônea nostalgia por um passado idílico familiar, mas ele não faz isso. Um ou outro que levantou e perguntou fez, mas ele não.
Eu tive vontade de perguntar, mas me intimidei diante da câmera e fiquei quieta com minha coca-cola. Talvez outro dia, talvez outro dia.
















Comprei o livro e ele tem uma estrutura simples, simples: uma conversa entre ele o o Cortella. É uma leitura mais arejada, mais palatável, não me parece ter o rigor e a profundidade de uma obra acadêmica, mas me pareceu bastante interessante. Parece cumprir seu propósito. Mas isso eu conto quando resenhar.
Sexta estarei lá de novo, pra ver Sérgio Rizzo falando sobre a representação da família no cinema.
Bora?

18 abril 2010

sááááááábado de sol!

































Sexta feira meu filho foi em um show, na verdade, no seu primeiro show. Ele tem 17 e eu, até agora, não havia deixado ir. Antes que pensem que sou A repressora, já digo que não sou, ele se locomove sozinho, não é do gênero mamãe-leva desde os 13.
Faz compras pra mim, divide responsabilidades ( bem, isso quando ele não me enrola) e tal. Mas sair à noite pra mim é complicado: tenho medo de uma gama tão variada de coisas que nem começo a dizer.
O fato é que uma hora ele teria que ir. Foi com a namorada e um grupo de amigos.
Combinei dele me ligar antes de entrar, quando saísse e etc.
Você ligou pra mim? Ele também não.
E quem disse que eu dormi? Gente, a aflição de não saber se está tudo ok, de não ver o filho debaixo da sua asa, protegido de tudo e de todos, é muiiiito feroz.
Nada de sono, a noite passou e eu ali, olhão aberto.
Seis horas da manhã, definitivamente em pé, fui trabalhar.
O dia todo, aulas expositivas em um cursinho para enem: pauleira, aula, aula, aula. Café, água, mais água, aula, aula, mais café, um pouco mais de café, água, água.
O bacana é que os alunos estão interessados, tudo flui, é um prazer trabalhar com eles.
Fim de tarde e fim de aulas, encontro meu filho, e ele com a cara mais santa do mundo, diz:
- Desculpa, esqueci de te ligar.
Resultado? Não fui na peça que iria. Não fui no show que eu já tinha até o ingresso, porque adoro Tais Reganeli. Dava pra fazer alguma coisa além de vegetar na frente da tv?
Não dava. Filhos, ah, filhos.

25 março 2010

Alunos, alunos e alunos ( com atualizações)


Frases que ouvi essa semana;

"Prô, você tem blog, twitter...você é moderninha.."

(Moderninha, aguenta essa.;0)

Enquanto começamos a preparar o projeto Livrinho de Pré-história, na quinta série:

"Minha cabeça está tão cheia de ideias que eu acho que vai explodir!" (Gabriel)

Claro que eu fico hiper feliz com isso, morro de rir, acho o máximo. Mas como nem tudo são flores nesse mundão de meu Deus, um outro menino, na mesma sala, no mesmo projeto, decreta;

"Eu odeio esse livro, vou odiar fazer, vou odiar o tempo todo."


O que me anima é aluno empolgado. Nada mais desanimador do que aluno com cara de nada, preguiça de respirar e ombros caídos. Ai, meus sais, não aguento.
Adoro quando a sexta inteira levanta a mão, perguntando milhares, milhões de coisas que parecem brotar naquelas cabecinhas geniais.
Os clássicos.."e se?"

" E se o cara é suserano de um e vassalo de outro, mas os dois estão em guerra...quem ele ajuda?"

" E se o mensageiro não chegar a tempo?"

E as clássicas perguntas romãnticas:

" E se o senhor Feudal se apaixonasse por uma serva?"

O bacana é tentar mostrar uma outra forma de olhar e sentir o mundo, diferente da nossa, com outras cores e valores.
Mas é divertido, por que o "e se" é quase sem fim.

As oitavas fizeram seu primeiro debate, uma das turmas foi muito bem, considerando-se ser a primeira atividade e não ter tido pesquisa, apenas preparação simples.
Mas ainda penso que preciso de RedBull para conquistá-los.


A sétima entende rápido, lê bem e escreve melhor ainda. Em uma atividade simples, um mini seminário, grupos pensam em fazer power point, grupos pensam em se apresentar como uma pequena peça.
E me procuram, de laptop na mão, para ler os mini roteiros bem bolados sobre Absolutismo.


****

Publiquei esse post hoje à tarde, na escola. De lá, fui com outros professores em uma gostosa Temakeria da cidade. Um dos donos, um jovem muito bonito, olha e diz:
- Você não é a Vivien?

Gente, foi meu aluno. Lembro dele garoto, foi demais reencontrá-lo. Fiquei sabendo que outros da época do Farroupilha - escola que adorei trabalhar - aparecem por lá.
As lembranças vem aos borbotões: aulas, trabalhos, provas, barracos, bagunças, broncas, risadas. Cara, ser professora há 16 anos é algo muito engraçado. E muito bom.

E é por isso que eu acho que estou onde eu realmente deveria estar.

21 março 2010

Eu gosto de domingo

















Implico com quem não gosta de domingo. Acho clichê murmurar..."hum, quando escuto a musiquinha do Fantástico...". Ah, cara, com tv a cabo, livros, internet e O MUNDO TODO, só assiste Fantástico quem quer.
Ainda tropeço com quem diz que não tem "tempo para ler". Gente, nem vou me dar ao trabalho de argumentar, certo?
De mais a mais, sempre fui uma ardorosa defensora da segunda feira: dia internacional do começo das dietas, dos novos projetos, dia de rasgar foto de ex, dia de procurar novos rumos. Segunda é um grande dia, gente, é sim.
Quarta já é complicado: emperrada no meio da semana, indecisa, algo assim, meio PSDB.
Segunda não, segunda se coloca.
Hoje fiquei um tempão - na verdade, enquanto escrevo, estou ouvindo - um canal no youtube que descobri graças à Época: o MasPoxaVida, engraçadíssimo.
Existe uma dúvida quando à veracidade do autor: o fulano é um real geek ou um ator fazendo esse personagem?
Pouco importa para mim, já que o texto é incrivelmente engraçado e suas piadas realmente fazem parte do universo geek. Eu sugiro que você assista, sempre é bom encontrar novas formas de humor.
De resto, planejo passar no shopping com Daniel. Vou reformar seu quarto e há muita coisa pra escolher, como cama, estantes, etc.
Mas domingo de professor nunca é só lazer, nunquinha da silva; uma boa pilha de textos da moçada da quinta série me espera para corrigir e devolver para a reescrita.
Nosso projeto é escrever um livrinho - totalmente manuscrito, ilustrado, coisa e tal - sobre pré-História. Depois scaneio alguns e mostro aqui.
Bom domingão a todos.

04 março 2010

A apresentação



Eu trabalho com RPG & Educação há alguns anos, esse é o tema de minha pesquisa. Já tive a oportunidade de apresentar partes desse trabalho aqui em Campinas, em São Paulo, Curitiba e no Rio. Na última vez que fui apresentar no Rio, dividi a mesa com um professor da Usp, vejam como sou chiquérrima. Ganho pouco mais me divirto, certo?
Faz um tempo, participei de um encontro sobre Freinet aqui na Unicamp. Como eu conhecia as organizadoras, elas tiveram a gentileza de me colocar pra dividir a mesa com esse meu Amigo, de quem já falei aqui.
Tínhamos muita conversa pra colocar em dia e um queria ver o rumo do trabalho do outro, foi ótimo.
De manhã, assistimos essa ou aquela palestra, encontramos pessoas e papeamos, o de sempre em congressos assim.
Fomos almoçar e voltamos apressados pra sala: arrumamos tudo, tínhamos levado material de aluno, painéis, blablablá.
Aí sentamos e esperamos.
Esperamos.Esperamos....e-s-p-e-r-a-m-o-s.......
A primeira a surtar, evidentemente, fui eu:
- Fulano, não vem ninguém...ninguém...!
- Mas eu vi a lista de inscrições, estava lotada....
- ..........
-.............
- Eu sabia que isso ia acontecer, ai me horrível , tô me sentindo toda rejeitada...(risos nervosos)
- Vamos escrever na lousa? assim..."vão se ferrar seus desgraçados.."...(risos)
- (risos)
- Vivi, vamos ver o nome de todo mundo....aí vamos perseguir, se eles forem apresentar alguma coisa, a gente enfia um monte de nome na lista...só pra eles ficarem com cara de bunda!!!
- Igual a nossa agora??? Que droga, ninguém...( desolada)

Uma moça coloca a cabeça dentro da sala:
- Oi, tá muito cedo ainda, né??
- ?????????
-???????
( moça) falta muito pra começar? é que eu gosto de chegar antes....

Olhamos para o relógio, estávamos prontos UMA hora antes. Sofremos pra diabo, por pura precipitação. Ataque de vivien crônico.
Aos poucos a sala encheu, contamos a história pra relaxar e funcionou.
E foi bom demais.


***post originalmente publicado em 2007.

25 fevereiro 2010

Alunos


Juro que ouvi:

Fulano (12 anos)

- professora, com todo respeito, sua blusa é sexy....

( a frase já seria engraçada...mas o "com todo respeito" é pra derreter qualquer um)


Mês passado, uma aluna jovem e bonita apresentando trabalho no curso de engenharia e o Sicrano ( 33 anos) de olhos compridos à lá lobo mau pra cima da menina:

( eu, repressora total) - Sicrano, sossega aí , você é casado e tem três filhos que eu sei...

( Sicrano, rindo) - poxa, professora, boi amarrado também pasta......

( Se ele mandasse um "cavalo velho gosta de capim novo" eu juro que levava uma tamancada no meio da idéia)


Uma aluninha de 13 anos vem me procurar:

- professooooora......
- fala...
- sabe o fulano?
- ahã.
- você sabe que a gente fica, né?
- sei, você contou.
- então...
- ......
- quando a gente fica é super legal, mas quando a gente se vê aqui na escola, ele nem fala comigo. Na hora do intervalo, ontem, eu falei oi e ele nem olhou! nem olhou!!
Uma hora manda um monte de email, uma hora a gente fica...e uma hora ele nem fala comigo.....isso é normal???

( O que eu poderia dizer? que talvez ele não crescesse nunca? Que isso poderia acontecer com ela até os 30, vixe, não......então, eu menti)


Há anos eu trabalhava em uma escola, como professora de História, no ensino fundamental. A escola tinha salas ambiente, turmas pequenas, muito bacana. Um dia, no meio da minha aula, um aluninho que eu adorava, todo descoladinho, cabeludo, aparece com um buquê lindíssimo pra uma aluna. Claro que eu deixei entregar e claro que minha aula acabou ali.
As meninas todas ficaram histéricas, em volta da presenteada, como umas abelhas barulhentas e alegres. A dona das rosas, estava roxa, rindo.
Eu estava curtindo tudo aquilo, fui dar um beijo no cavalheiro mirim:
- o professor Tal disse pra eu dar as flores na SUA aula...disse que você ia adorar. Você adorou, né, Vivien??


( Adorei .Tomara que ele tenha continuado assim.;0)



***post originalmente publicado em novembro de 2006.

04 novembro 2009

Comportamento de manada com bois acéfalos


Há pouco tempo recebi um email de uma amiga que falava sobre o tal caso da Uniban. Eu não sabia, mas um pulinho no twitter me mostrou a cena insólita, do povo doido gritando contra a moça. Denise Arcoverde fala sobre o assunto e levanta uma lebre: se a moça fosse magra, isso teria acontecido? Porque magra pelada na rua é rotineiro, gordinha querendo ser sexy parece ser algo ofensivo aos olhos brasileiros.
Não sei.
Umas alunas disseram que ela "estava provocando". Claro que isso remete aos argumentos usados há poucas décadas, que desqualificavam o papel de vítima de mulheres estupradas, dizendo que elas "haviam provocado" por usar roupas provocantes.
Assim, mulheres que haviam sido vítimas de inúmeras agressões não podiam nem denunciar o crime, pois seriam tratadas como causadoras.
As constantes ironias em relação às mulheres agredidas pelos maridos levou a criação de uma delegacia especializada em crimes domésticos. Ainda assim, só com a recente lei Maria da Penha, a agressão doméstica foi realmente criminalizada e mão resolvida na base de meia dúzia de cestas básicas pagas pelo agressor.
Vi uma escritora no Roda Viva que explicava que o véu muçulmano tinha afunção de proteger....os homens. Sim, você leu certo. Em termos, os homens seriam destituídos de auto-controle, portanto, caberia as mulheres conservar sua imagem apagada, para que os instintos masculinos não fossem despertados.
Não me interessa se a roupa da garota estava adequado ou não. Se ela fosse de biquini ou nua, quem deveria discutir com ela a viabilidade do traje seria a instituição e nunca, nunca, deveria ser mote para agressões físicas ou verbais.
O comportamento de manada sempre me assusta. Alunos que escutam um maluco gritar e correm atrás dele, no afã de gritar também, são capazes de qualquer coisa.
Quando as pessoas seguem os "alfa" e agem como manada, se escondem na multidão e mostram atitudes que seriam impensáveis, caso tivessem que repeti-la sozinhos, de cara limpa.


11 setembro 2009

"Mudaram as estações, tudo mudou.."


Trabalhei a maior parte do tempo como professora de História pra pré-adolescentes e adolescentes. Quem é professor, sabe o que digo, ninguém sabe exatamente o que é conseguir atenção, até falar sobre a Revolução francesa pra molecada de 13 anos.
Realmente, conseguir a atenção de quarenta adolescentes é uma tarefa hercúlea. Estou falando em atenção, atenção mesmo, não silêncio sob chibata.
Trabalhei em diversas escolas particulares da região de Campinas, tive a sorte de trabalhar com diretoras extremamente criativas, que apoiavam inteiramente os projetos que desenvolvi.
Coordenação já é outra História. Em alguns lugares trabalhei com coordenadoras incríveis, que me ensinaram muito, em outros, com burocratas sonsas, das quais tenho alergia. Porque vamos combinar, nada pior do que gente sonsa, pé de pato, mangalô.
Acabei indo trabalhar exclusivamente em faculdades da região. Como toda escolha, ganhei e perdi. Ganhei novos desafios. Engana-se quem pensa que se exige mais do ensino superior. Minha experiência em escolas de ponta me mostraram como a maior parte delas tem um nível que algumas faculdades não atingem, por vários motivos.
No começo, adorei a diminuição do stress - trabalhar com adultos é outra coisa - mas senti falta da energia das crianças, da animação.
Se antes eu conhecia todos os meus alunos, nome, sobrenome, gostos específicos...eu os via três vezes por semana, por anos. Entretanto, no momento da relação universitária me vi diante de salas cheias, das quais me lembro de poucos nomes, pois é humanamente impossível lembrar de todos os alunos de uma sala de 70.
Em cada um dos níveis, há aspectos interessantes e aspectos horríveis.
O lado gostoso é sentir que fiz parte da vida deles, que influenciei de alguma forma.
Uma ex aluna queridíssima, Naíma, hoje aluna de jornalismo na Usp, brincou comigo no post abaixo, lembrando-se do livro que eu dei no seu aniversário de 15 anos.
Agora há pouco, antes de chegar na casa da minha mãe, encontrei um ex aluninho. E não adianta, eu sou uma tia mesmo, ele é adulto e eu o vejo como garotinho, como quando contava histórias na aula.
Quanto ao tempo que fiquei com os adultos, passei por várias turmas bacanas - e umas tão chatas que nem vale a pena comentar...- mas as minhas prediletas, foram, sem dúvida, uma turma de Computação ( onde trabalhei com uma matéria de introdução a sociologia) e uma turma de calouras da pedagogia ( onde trabalhei com uma disciplina sobre novas tecnologias).
Turmas interessantes, inteligentes, antenadas e, principalmente, com uma fome de conhecimento, com um desejo de pensar, que não se vê todo dia. Morro de saudades deles.
As escolhas são assim, recheadas de perdas e ganhos. Agora estou fazendo outras escolhas, mas o que vou ganhar e perder, ainda não sei.
Mas quando eu descobrir, conto.;0)

12 maio 2009

Sadismo pode?

Acabei de ver essa coisa absurda no Alex Maron.
Se algum leitor entender de Direito, me avise: isso aqui está dentro da legalidade? Não é possível fazer algo contra esse showzinho de horrores sádico?
No CQC vi uma cena desse apresentador maluco carregando a garota dentro de uma mala, mesmo após ela repetir que estava machucando.
Agora isso. Vejam vocês mesmos.


28 abril 2009

Ludus









Ontem terminei uma Oficina muito estimulante para mim: sobre Cultura Popular.
Ficamos juntos por cinco encontros, em noites de segunda feira, no Cenapec, onde trabalhamos diversas abordagens sobre a cultura polissêmica existente no Brasil.
O enfoque foi pedagógio e a preocupação era discutir a aplicabilidade desses elementos dentro de sala de aula, fugindo de um discurso maniqueísta, que encara os brinquedos contemporâneos sempre de forma negativa. Vou discutir esse ponto mais detidamente em outro momento, porque sou uma entusiasta dos jogos e brinquedos atuais.
Assim, discutindo Contos de fada, lendas, brinquedos, brincadeiras, remédios, festas e tantos temas, levamos esses dias.
Ontem, para finalizar, fizemos um café diferente, com bolos e doces tradicionais, chás e doce de leitte. Bom demais.
Sorteei quatro brinquedos que havia comprado na feira hippie, como contei em posts anteriores: um carrinho de tração de madeira, um pato colorido que era empurrado com um cabo, uma torre de hanói e um pião. Os brinquedos foram usados ali e espero que sirvam para colorir as aulas desses queridos professores.
Hoje, apra minha alegria, no post onde comento sobre os brinquedos, uma das alunas comentou:

"educadora said...
Oi Vivien,
Tudo bem? Sou aquela sua aluna que ganhou o pião no sorteio, amei sua idéia!!!
Bom eu ainda não consegui fazer ele rodar, mas ....meu pai adorou o brinquedo, ele tem 63 anos e me disse que brincou muito com este brinquedo na adolescência, precisa ver como ele se empolgou!!!!
A oficina foi maravilhosa,
Bju
Néia"


Um dos pontos que trabalhamos foi exatamente esse: recuperar algumas memórias e fazer disso uma ponte para entrelaçar relações, descobrindo o universo do Outro, que muitas vezes está tão perto.

Foi um prazer trabalhar com eles, professores, artistas plásticos, artistas de teatro, músicos...um público inesquecível.

23 novembro 2008

Me apaixonando por São Paulo - II - A Pinacoteca






No mesmo dia do post anterior, como eu já havia comentado, almocamos e fomos até a Pinacoteca, que fica na frente do Museu de Lingua Portuguesa.
A coisa já fica bacana no ingresso, no fato de entrar em um prédio criado por Ramos de Azevedo e (re)criado em uma intervencão, por Paulo Mendes da Rocha.
O acervo é incrível, gosto em especial da producão do século XIX, mas Daniel preferiu as obras mais arrojadas como de Maria Bonomi, que estavam em um espaco considerável por ali.
Havia também uma exposicão especial sobre Visconti e ainda ficamos lá curtindo algumas coisas do acervo.
Daniel me sugeriu outra forma de observacão, ao invés da leitura anterior a obra, conmo costumo fazer, sugeriu que prinmeiro tivéssemos esse contato direto com a obra, e só depois, o contato com a informacão sobre ela. Como achei que essa forma vai ao encontro do flâneur que eu pretendia ser por essas paragens, aceitei. E acho que realmente é melhor assim, sem informacão sobre a obra, o olhar busca comunicacão direta com ela, interpretacão direta com ela. Se isso condiz ou não com a proposta do autor, vemos depois, e mesmo que seja diferente, foi uma forma de recriar a obra, e isso é muito legal.
Depois de um bom tempo por lá fomos ao café da Pinacoteca que se abre para o Jardim Da Luz, lindíssimo.
Sempre que o vejo me lembro de um artigo, em um jornal anarquista do princípio do século, que descrevia um piquenique de burgueses, enquanto proletários enfiavam os rostos das grades, atrás dos portões fechados do Jardim. Triste e ridículo.
Depois disso, saimos pra jantar, e conto tudo no próximo post.



12 setembro 2008

A plebe rude






Não é difícil dizer porque me fascinei tão rapidamente pelo movimento Anarquista.
Porque esses militantes, ainda no início do século passado, já compreendiam as mulheres como cidadãs, como pessoas que podiam estudar e produzir.
Havia espaço pra intelectuais como Berta Luz ou Maria Lacerda de Moura ( essa última, escrevendo livros com títulos como "Amai-vos e não vos multipliqueis" ou "Fascismo – filho dileto da Igreja e do Capital ") usando pedagogia Ferrer e se destacando como professora e anarquista.
O incrível nesses caras é que dentro de uma estrutura escolar violenta, autoritária, dogmática e cerceadora, eles criaram escolas mistas, onde os alunos podiam frequentar laboratórios, debater e - maravilha das maravilhas - eliminaram as avaliações com notas.
As avaliações deveriam servir para que o aluno percebesse suas falhas, seus limites, não para que fossem excluídos e/ou que houvesse uma competição feroz, ou pior ainda, que fossem vítimas de vinganças de professores hostis.
Claro que agora, com todos os alunos enlatados na concepção de que é necessário haver nota, fica difícil nadar contra a maré. Estudar sem esse tipo de avaliação requer uma autonomia, uma independência que os alunos poucas vezes são estimulados a ter.
Meu primo, professor da faculdade de medicina em uma univerdidade federal concorridíssima, diz que tem ímpetos de matar a criatura, quando um aluno pergunta:
" isso cai na prova?"
Preferia queimar todas as provas, buscando um aluno que estudasse por outros motivos, como queriam meus anarquistas.
Há alguns anos, pensei em escrever um trabalho comparando a concepção de imprensa que eles tinham, com a veiculada na chamada imprensa burguesa. Porque os libertários tinham a certeza de que a imprensa era um meio de divulgação de idéias, que era uma ferramenta. Nunca tentaram entrar no teatrinho da "imparcialidade".
Não escrevi esse trabalho, mas participei de duas pesquisas que incluiam os ácratas e isso me deu a oportunidade de ficar horas no Arquivo Edgard Leuenroth, lendo sofregamente jornais como A Plebe, O amigo do Povo, A Batalha, entre tantos outros.
Melhor do que isso, impossível.
Bom, há algo melhor sim. melhor seria se essa perspectiva anarquista, esse estímulo a autonomia, a cooperação, a ação do coletivo, fosse desenvolvida por todos. Mas eu confesso que já não espero mais isso.

06 julho 2008

A Plebe Rude






Não é difícil dizer porque me fascinei tão rapidamente pelo movimento anarquista.
Porque esses militantes, ainda no início do século passado, já compreendiam as mulheres como cidadãs, como pessoas que podiam estudar e produzir.
A experiência de ler os vários jornais anarquistas foi uma porta aberta logo no primeiro ano da graduação, onde não só aprendi as delícias de me perder horas em arquivos antigos, como as delícias de um movimento revolucionário até a última gota, como foi o dos libertários.
O incrível nesses caras é que dentro de uma estrutura escolar violenta, autoritária, dogmática e cerceadora, eles criaram escolas mistas, onde os alunos podiam frequentar laboratórios, debater e - maravilha das maravilhas - não havia avaliações, não havia classificações com notas.
As avaliações deveriam servir para que o aluno percebesse suas falhas, seus limites, não para que fossem excluídos ou que houvesse competição feroz, ou pior ainda, que fossem vítimas de vinganças de professores hostis.
Claro que agora, com todos os alunos enlatados na concepção de que é necessário haver nota, fica praticamente impossível nadar contra a maré. Estudar sem esse tipo de avaliação requer uma autonomia, uma independência, elementos que os alunos poucas vezes são estimulados a ter atualmente.
Há alguns anos, pensei em escrever um trabaho comparando a concepção de imprensa que eles tinham, com a veiculada na chamada imprensa burguesa.
Não escrevi esse trabalho, mas participei de duas pesquisas que incluiam os ácratas e isso me deu a oportunidade de ficar horas no Arquivo Edgard Leuenroth, lendo sofregamente jornais como A Plebe, O Amigo do Povo, A Barricada, A Luta Livre, entre tantos outros.
Fiquei familiarizada com eles, um círculo não tão grande, mas incrivelmente ativo, que usava a imprensa como arma, mas não se limitava a ela. Os anarquistas usavam os sindicatos e os centros culturais, demonstrando a compreensão do poder que a cultura tem sobre o coletivo.
Talvez eu tenha me convencido, naquela época, que uma sociedade sem Estado seria possível. Hoje, certamente, essa idéia não me toma. Mas penso como esse ideário pode ser modificador dentro da sociedade, no sentido de perceber o indivíduo como autônomo, como sujeito de sua própria História ( me perdoem pelo clichê necessário..)
Mas só posso dizer que toda a influência deles, em minha vida, foi enorme. E estar com eles, durante aquele tempo, ali no Arquivo, foi deliciosamente inesquecível.
Melhor do que isso, impossível.