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05 outubro 2011

A Arte e o discurso sobre a arte












Não sou historiadora da arte. Meu discurso portanto não é de especialista. Mas como me permite Marilena Chauí, opino à revelia do "discurso competente".
Assim, dou meus pitacos como alguém que vai, vê, gosta ou não de algo. E gosta ou não da Bienal.
A última foi um fiasco, já comentei aqui, se não fosse a exposiçãodo Krajberg na Oca, teria sido tempo perdido. Bienal do vazio é o meu...bom, vocês conhecem a expressão.
Nesse feriado fui na Bienal, foi meio complicado pois estou com umas dores chatérrimas no pé e andei aquilo tudo mancando como uma velhinha, mas fui.
Gostei de algumas obras, desgostei de algumas outras. Até ai, beleza. Arte é pra isso mesmo, vamos correr da unanimidade, certo?
Mas algo me incomoda: o fato do discurso sobre a Arte ser maior do que a própria obra. Como a artista que percorre partes do mundo descobrindo intervenções humanas na natureza e a natureza reagindo a isso - uma barragem feita por soldados que é coberta por mato - e diante disso se destilam teses.
Sempre houve essa questão de se perceber a profundidade de um objeto ressignificado pelo olhar do artista ( Duchamp já provava isso) e eu nunca faria um texto falando sobre a importância da técnica, pois eu realmente acredito que ela esteja a serviço da criação e não o contrário.
Ainda assim, quando o discurso sobre a obra não funciona como uma forma de redimensionar a compreensão, mas de tornar possível alguma forma de comspreensão, na minha interpretação, essa obra é falha.
Se ela não me desperta nada, nem mesmo irritação, mas apenas tédio diante de linguagens que se repetem à exaustão - como a utilização de áudiovisual em salas que ficam quase todo o tempo às moscas - eu acho que existe algo muito equivocado por aí.



***post publicado originalmente em novembro de 2010.

29 agosto 2011

Eu tinha medo da "Preguiçosa"





Se tinha uma coisa que deixava o quarto de uma garota apavorante láááááá na década de 70, eram as "preguiçosas".
Eu era criança ( nasci em 68, faça as contas, hehe) , mas já tinha uma noção do que era cafona, brega. Não usava essas palavras, nem sabia que existiam, mas meu jovem coraçãozinho com bom gosto já encolhia ao olhar aqueles monstros.
A tal boneca tinha fatalmente um corpo ou roupinha ( nunca entendi aquilo) peludinho,com orelhas de coelho ou gato. Aquele monstro era menina, era coelho, era um mutante, era o quê, pelamordedeus.
Eu sempre tinha um frio na espinha quando via aquilo.
A tal boneca monstro ficava em cima da cama, oho vidrado, por vezes dedo na boca(!), deitada e com orelhas.
Ou seja, o suficiente para uma semana de pesadelos.
E você...já viu uma "preguiçosa" a sangue frio?

29 abril 2011

Gilberto Braga lado A e lado B


Se a novela é de Gilberto Braga, eu nem vou pestanejar, vou ver porque será ótima. A lista de produções que saem daquela careca é grande e bela, nem preciso me dar ao trabalho de citar.
E nessa última - Insensato Coração - ele confirma seu talento para a teledramaturgia.
Acertou com a comunidade negra ao colocar como garanhão voraz um homem negro. Como já dizia o editor da revista Raça, para além de discutir o racismo, há que se trabalhar a imagem do afrobrasileiro, combatendo, assim, os discursos conservadores, tolos e burros que permeiam a fala racista.
Acertou com a comunidade gay: a múltipla tipificação vai desde o divertido de plantão - aquele que tem tiradas sardônicas, rápidas e irresistíveis - passando pelo bem resolvido profissional, apresentando alguns dentro do armário e criando um universo em torno disso. Sem falar do grotesco homofóbico, anacrônico e reprimido. Tudo correto, em cima, na veia.
Acertou demais na estrutura da trama: personagens que entram e saem no decorrer na história, dando leveza e revigorando as tramas secundárias com charme.
Mas errou com as mulheres. Vixe. A protagonista é uma pentelha - verdade seja dita, seu par também o é - a profissional da vez, apesar de aparetemente bem sucedida, era monotemática no esqueminha "vou conquistar o fulano". Mantra repetido pela peseu frigida Leila que descobriu o sexo e decidiu caçar o santo milagreiro.
Apesar de eu temer parecer ser moralista, o fato das mulheres da novela - aos milhões - fazerem sexo com qualquer um a qualquer hora me confunde: é pra parecer controle do seu próprio corpo ou trivialização do sexo no limite mais pirado?
Estilo: oi, bom dia, quer subir no meu apê? E o cara pega? Inacreditável.
A personagem Bibi, apesar de realmente engraçada, seria uma personagem caricatural e isso funcionaria, creio, mas dentro desse contexto, não sei. O que me incomoda é isso, grande parte das personagens femininas ou fala de homem, ou corre atrás de um....ou é uma chata padrão,no melhor estilo mulher tpm. Sobram poucas personagens fora desses estereótipos.
No mais, insisto que minha dúvida em relação a promiscuidade não se restringe ao comportamento feminino: o mundo mudou tanto e eu é que não sei? Todo mundo agora vai pra cama com estranhos todo dia, tipo escovar os dentes? Que medo.

26 janeiro 2011

1976






Eu me lembro muito, muito vagamente, pois tinha oito anos. Mas me lembro de ouvir a música e achar a novela linda.
Um jovem escultor e sua musa, apaixonados e separados por décadas. Ele com vários casamentos, ela com um longo (Mário Lago?.

Vejam a cena final e me digam se Lauro Cezar Muniz não é o Cara....

10 agosto 2010

"deitar e rolar" e "nem pensar"


Essa proposta quem me passou ontem foi a Luana. Fazer uma lista de personagens literários que eu levaria pra cama - nas palavras da Menina Eva, aqueles de "deitar e rolar" - e os que não passariam nem perto na porta de entrada, ou seja, os "nem pensar".
Vamos a isso...
***** categoria, "na cama com Vivinha"

Leitor, de Se um viajante de uma noite.. do Calvino. Apaixonado por livros, faz dessa paixão o elo com a Leitora. Interessante e meio inseguro, insiste em procurar se aproximar da Leitora, em um caminho interessante e curioso. Um homem sem pedantismo, alguém com quem eu passaria muitas horas.

Rambert, da Peste, de Camus. Um homem que "parecia à vontade na vida", jornalista inteligente, comprometido, confiável.


Athos, dos Três Mosqueteiros, de Dumas. Calado, intenso, protetor. Diferente do cansativo Dartagnan, do Bêbado Porthus e do misto de quase-padre e mulherengo Aramis.


D. Afonso da Maia, patriarca dos Maias, Eça de Queiroz. Creio que o único personagem de Eça que é íntegro, interessante, auto-suficiente. Uma espécie de Locke do Lost versão lusitana.
Não sei com um homem tão interessante foi criar um filho tão imbecil e um neto tão inútil.


Francisco Leal, de Amor de de Sombras, Isable Allende, fotógrafo, atraente, politizado e apaixonado.


Marcos, da trilogia Subterrâneos da Liberdade, de Jorge Amado. Arquiteto inspirado em Oscar Niemeyer, simpático ao partidão, mas sem ser militante 24h por dia, como os outros personagens. Um gentleman cool, uma delícia.


********** categoria "nem pensar"***************



Mathieu, da A Idade da Razão, Sartre. Eu já falei dele, nem vou repetir. Tem tudo o que desprezo em um homem.

Bentinho, de D. Casmurro, Machado de Assis, neurótico, monotemático, obsessivo. Divã nele!

Headcliff, de O Morro dos Ventos Uivantes, Bronte. Já falei dele na Lulu: atormentado, psicótico, um exemplo pseudo-romântico entendiante. Divã + lexotan.

Arhtur, versão Brumas de Avalon, Marion Zimmer Bradley. Banana, dominado pela chata da mulher. Se ele vivesse atualmente seria barrigudo e ela usaria bobs no cabelo.

O Médico, do Ensaio Sobre a Cegueira, do Saramago. Apesar de ser casado com a mulher mais interessante do livro, consegue pular a cerca nas fuças dela. Um bosta.

Estebán Trueba e Pedro Terceiro, ambos de A Casa dos Espíritos, Isabell Allende. Duas faces da mesma moeda, representando a direita podre e sem principios e a esquerda vivendo om um violão e sem privacidade. Não olharia pra nenhum deles.

Dorian Gary, do Retrado de Dorian Gray, Oscar Wilde, um metrosexual sem ética. Tô fora.
.



***** texto publicado originalmente em 2007, quando eu ainda respondia todas as memes que me enviavam. E, olha, sabe que era bacana?

25 março 2010

Alunos, alunos e alunos ( com atualizações)


Frases que ouvi essa semana;

"Prô, você tem blog, twitter...você é moderninha.."

(Moderninha, aguenta essa.;0)

Enquanto começamos a preparar o projeto Livrinho de Pré-história, na quinta série:

"Minha cabeça está tão cheia de ideias que eu acho que vai explodir!" (Gabriel)

Claro que eu fico hiper feliz com isso, morro de rir, acho o máximo. Mas como nem tudo são flores nesse mundão de meu Deus, um outro menino, na mesma sala, no mesmo projeto, decreta;

"Eu odeio esse livro, vou odiar fazer, vou odiar o tempo todo."


O que me anima é aluno empolgado. Nada mais desanimador do que aluno com cara de nada, preguiça de respirar e ombros caídos. Ai, meus sais, não aguento.
Adoro quando a sexta inteira levanta a mão, perguntando milhares, milhões de coisas que parecem brotar naquelas cabecinhas geniais.
Os clássicos.."e se?"

" E se o cara é suserano de um e vassalo de outro, mas os dois estão em guerra...quem ele ajuda?"

" E se o mensageiro não chegar a tempo?"

E as clássicas perguntas romãnticas:

" E se o senhor Feudal se apaixonasse por uma serva?"

O bacana é tentar mostrar uma outra forma de olhar e sentir o mundo, diferente da nossa, com outras cores e valores.
Mas é divertido, por que o "e se" é quase sem fim.

As oitavas fizeram seu primeiro debate, uma das turmas foi muito bem, considerando-se ser a primeira atividade e não ter tido pesquisa, apenas preparação simples.
Mas ainda penso que preciso de RedBull para conquistá-los.


A sétima entende rápido, lê bem e escreve melhor ainda. Em uma atividade simples, um mini seminário, grupos pensam em fazer power point, grupos pensam em se apresentar como uma pequena peça.
E me procuram, de laptop na mão, para ler os mini roteiros bem bolados sobre Absolutismo.


****

Publiquei esse post hoje à tarde, na escola. De lá, fui com outros professores em uma gostosa Temakeria da cidade. Um dos donos, um jovem muito bonito, olha e diz:
- Você não é a Vivien?

Gente, foi meu aluno. Lembro dele garoto, foi demais reencontrá-lo. Fiquei sabendo que outros da época do Farroupilha - escola que adorei trabalhar - aparecem por lá.
As lembranças vem aos borbotões: aulas, trabalhos, provas, barracos, bagunças, broncas, risadas. Cara, ser professora há 16 anos é algo muito engraçado. E muito bom.

E é por isso que eu acho que estou onde eu realmente deveria estar.

06 fevereiro 2010

Sábado Em Cena - Spártacus

Provavelmente, esse seja o clichê mais arrebatador que eu conheço. Ele foi repetido, de diversas formas, em diversos filmes - como em Para Wong Fu, Obrigada por tudo - e tantos outros.
Na minha leitura é sempre o momento áureo em que o protagonista se sente não apenas totalmente aceito, mas apoiado a qualquer preço.
Meus alunos sempre curtiram essa cena. E você?