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06 julho 2012

Nossa loucura de todos os dias.


Vi esse croqui do Louboutin no site Garotas Estúpidas e imediatamente lembrei da mania ensandecida de pés pequenos que assolou a China durante muitas décadas.
Apesar de reconhecer que o salto alto é uma tortura insana, confesso que cedo ao senso comum e acho bonito. E uso. E gosto. E até aprendi que o tal solado vermelho é leeeaaando.
Mas apesar disso tudo não posso deixar de pensar em quem foi o dono ou dona dessa ideia doida de colocar a gente com essa coisa no pé.
Mas ao olhar esse desennho e ver o pé deformado, torto, estranho, só pude me lembrar disso:

04 julho 2012

Confesso que sonhei

Eu costumava ter sonhos que eram verdadeiras odisseias.  Praticamente tinham capítulos.
Já sonhei em desenho: com direito a dragão maravilhoso que se transformava no meu amor de então. Ui.
Sonhei com narrador. E posso jurar que alguns tinham legenda.
Mas o mais legal,  o mais legal mesmo, era ter o chamado Sonho Lúcido. Essa coisa é mais ou menos o seguinte: em determinado momento, você tem a clara noção de que aquilo não é real, é sonho.
Algumas vezes isso aconteceu em meio a pesadelos, algumas vezes em ótimos sonhos. Nunca foi  à la Freddey Krueger e nunca consegui fazer coisas bacanas como voar ou ter poderes conscientemente.
Ainda assim, sabendo ser sonho, é possível fazer praticamente tudo sem medo.
Não é genial?

05 outubro 2011

A Arte e o discurso sobre a arte












Não sou historiadora da arte. Meu discurso portanto não é de especialista. Mas como me permite Marilena Chauí, opino à revelia do "discurso competente".
Assim, dou meus pitacos como alguém que vai, vê, gosta ou não de algo. E gosta ou não da Bienal.
A última foi um fiasco, já comentei aqui, se não fosse a exposiçãodo Krajberg na Oca, teria sido tempo perdido. Bienal do vazio é o meu...bom, vocês conhecem a expressão.
Nesse feriado fui na Bienal, foi meio complicado pois estou com umas dores chatérrimas no pé e andei aquilo tudo mancando como uma velhinha, mas fui.
Gostei de algumas obras, desgostei de algumas outras. Até ai, beleza. Arte é pra isso mesmo, vamos correr da unanimidade, certo?
Mas algo me incomoda: o fato do discurso sobre a Arte ser maior do que a própria obra. Como a artista que percorre partes do mundo descobrindo intervenções humanas na natureza e a natureza reagindo a isso - uma barragem feita por soldados que é coberta por mato - e diante disso se destilam teses.
Sempre houve essa questão de se perceber a profundidade de um objeto ressignificado pelo olhar do artista ( Duchamp já provava isso) e eu nunca faria um texto falando sobre a importância da técnica, pois eu realmente acredito que ela esteja a serviço da criação e não o contrário.
Ainda assim, quando o discurso sobre a obra não funciona como uma forma de redimensionar a compreensão, mas de tornar possível alguma forma de comspreensão, na minha interpretação, essa obra é falha.
Se ela não me desperta nada, nem mesmo irritação, mas apenas tédio diante de linguagens que se repetem à exaustão - como a utilização de áudiovisual em salas que ficam quase todo o tempo às moscas - eu acho que existe algo muito equivocado por aí.



***post publicado originalmente em novembro de 2010.

30 agosto 2011

O Susto que a Rita me deu


Desde que comecei a ler a Rita, eu adorei.
Eu gosto quando ela fala das descobertas dos filhos. Eles estão naquela idade fascinante em que entendem o mundo aos poucos, de forma única, parecem ser uma versão do Flaneur de Baudelaire - tão bem discutido por Benjamin- que se perde e descobre a cidade com o olhar único da "primeira vez". Quando a Rita fala sobre os filhos, eu vejo o mundo se descortinando pra eles e isso me encanta.
Eu gosto de tantos outros temas que ela trata, mas tantos, que se eu ficasse falando aqui, ia ficar uma rasgação de seda quase insuportável, então, escolhi uma coisa.
A Rita está participando de um Meme muito bacana sobre leitura, são trinta sinopses de livros - com motes diferentes - em trinta dias.
O tema dia 06 era um livro de seu autor favorito. Depois de relativizar um pouco esse conceito do "favorito", Rita me fez pular da cadeira.
Porque ela disse o que eu sentia sobre Clarice Lispector , mas nunca havia conseguido traduzir. Hoje, Rita foi minha Clarice.

Disse a Rita:


"Ela veio tarde, eu já estava na faculdade. Mudou tanta coisa, mudou minha relação com a linguagem, mudou minha forma de estudar literatura, mudou minhas preferências. Irreversível. Clarice é irreversível: não posso mais sem ela. Maior que as mudanças foi justamente o seu oposto: o reconhecimento. Leio Clarice aos sustos: como ela sabe? Eu não contei isso pra ela! Pois ela sabia. Tinha a lupa que mostrava as almas. Bruxa."
(grifo meu)

28 agosto 2011

A primeira revista de decoração a gente nunca esquece





Eu sei. Você já está de saco cheio de ver e rever esse slogan do comercial de soutien repetido em vários lugares, mas foi o que me veio na cabeça, tenham paciência comigo.
Eu devo ter comprado uma, duas revistas no máximo, em 43 anos de vida.
Aí, um dia, comecei a ver os blogs decór. E comecei a gostar.E comecei a gostar MUITO.
Em junho, próximo ao transplante, percebi que o tema me deixava relaxada e desencanava de toda a tensão do momento. ( rim novo, cirurgia, anestesia, internação, blá)
E cai de boca nos blogs. Daí passar para as revistas e curtir ambos concomitantemente foi um pulo.
Comprei vááááárias. Estou com uma pilha. Compro sistematicamente e me divirto horrores.
E a primeirinha é a minha favorita: Minha Casa. Porque sua proposta vai ao encontro dos meus desejos e minhas necessidades, ou seja, propostas factíveis, que apostam em preços bons e no Faça Você Mesmo.
As reportagens são dinâmicas, o passo-a-passo é claro, os ambientes fofos, as dicas quentes, como não gostar?
Isso tudo faz dela uma publicação antenada com as tendências do momento, plugada na demanda das pessoas que querem ter uma casa cute e não querem pagar os olhos e parte da orelha pra isso.
Se eu fosse você, eu comprava.


( Pra quem tem mais de trinta e alguns anos, me perdoe novamente, tasquei uma versão de outra propaganda de lingerie antiga...ha´!)

22 agosto 2011

Irmãos - O Xingu dos Villas Boas











Minha mãe e Ricardo - meu irmão e doador - queriam ir ao cinema.Como eu ainda não posso ficar em salas fechadas com milhões de bactérias, fui com Daniel ao shopping, mas optei por ficar no Sesc Pompeia.
O Sesc é aquele programa não-tem-erro, fatalmente você verá uma boa exposição, tomará um café e ficará feliz.
Nesse dia sentamos perto de um grupo que jogava - mal - RPG, tomamos nosso café maravilhoso e ficamos sentadinhos, descansando meu rim novo.
A exposição está linda: vá ver, vá correndo. Ela foi feita depois que os idealizadores do filme homônimo perceberam que tinham muito mais material do que seria possível apresentar no projeto inicial. Resultado?
Trechos de gravação,narrativas de kaka werá e Daniel Mundukuru - que adoro e cujos textos sempre usei em aula - objetos, entrevistas, peças indigenas. Tudo disposto de maneira criativa, interativa, com pegada de instalação.
Não falei pra você correr? Corra. ;0)




(Faça um força e veja o vídeo até o final - peguei no youtube, não gravei - pois as melhores partes estão no final.)

02 abril 2011

Café Filosófico com Luis Tatit

Sextarolou o retorno do Café Filosófico aqui em Campinas. Eu fui, claro.
Encontrei Hilda, uma amiga querida, e nos juntamos a uma jovema graduanda do IFCH
( Saca aqueles momentos que você quer dizer..."eu sou você amanhã"...?).Fui abastecida com meu sempre predileto paté de salmão e uma cerveja ( miraculo)enquanto ouvia o Fernando Chí ( *suspiro*) e Luis Tatit,o Incrivel.
As questões eram sobre música e sociedade ( daaaaaaaaaaa...) e Tati não decepcionou: sem saudosismo, elogia a produção musical atual, e para tanto tem um argumento que vai ao encontro de minha reflexão: dado que toda geração critica a posterior e se valgloria de ter produzido/consumido coisa melhor, estariamos em um proecesso de degradação artistica ad infinitum. Isso é irreal, portanto, o argumento se invalida.
Usando um argumento que já vi pos post do ex blogueiro Rafael Galvão,o saudosismo não é saudade de algo, mas de si mesmo. Bingo.Sua interpretação libertária em relação à lingua me agradou,liás, tudo me agradou- a começar pelos bícepes de Fernando Chui *suspiro* - em uma noite onde consegui perceber que a canção não morre, dado que é a relação entre fala e melodia e,segundo ele, a propria fala já tem instrisecamente em si melodia.
Caso você não conheça o espaço, vale a pena conferir.
A gnete se vê às sextas, beijos.









20 janeiro 2011

Ligações Perigosas, a peça


Passei quase todas as férias de molho: fiz uma cirurgia e tive que ficar sem dirigir, sem me mover muito, blá, blá. No finalzinho desse período fui pra São Paulo, por sorte, meu irmão Ricardo - que é arquiteto e lindo - também estava de férias e tivemos uma semana muito bacana.
Primeiro porque rodamos muito. Fizemos um mega tour nos mais diversos bairros, passando pelos descolados, atravessando os curva-de-rio e observando os chiquérrimos.
São Paulo é o lugar das diversas tribos, isso ficou mais claro do que nunca. Depedendo do recorte temático que você faz, a cidade muda junto, se torna outra.
Uma das coisas bacanas foi ver a peça Ligações Perigosas, para onde fui toda animadinha, já que adoro o livro e o filme homônimo. O livro é um romance epistolar onde a história pode ser rastreaada através das cartas trocadas entre os personagens. Toda a múltipla gama de códigos de conduta aparecem ali, de forma intrigante.
(Eu bem que adoraria falar sobre o filme, mas depois da Lola, bem dá. Leiam a crítica da Lola, como sempre, é fantástica.)
Ricardo foi comprar os ingressos e voltou feliz, tinha conseguido no gargarejo, na primeira fila mesmo. Disse:
- Vamos sentar tão perto que a Maria Fernanda Cândido vai cuspir na gente.
Pulamos de alegria.
A noite foi ótima. Fomos jantar em um restaurante árabe - uam das cozinhas que mais gosto - papeamos e fomos lá, ser cuspidos pela atriz.
A peça foi muito boa, mas Marat Descartes - isso é nome ou planfleto? - que interpretou o Marquês deixou a desejar. Eu, particularmente, achei canastrão.
Mas a Marquesa da Maria Fernanda Cândido é formidável.
A peça tem poucas possibilidades de errar, já que o texto é incrível.
E o final, me perdoem pelo spoiler - onde ela diz que vai esperar o que o que fim do século trará aos nobres...enquanto uma imagem da guilhotina se projeta na fundo é de uma deliciosa obviedade. Sim, caros, muitas vezes o óbvio é a melhor e mais franca opção.

04 novembro 2010

Gauchismos








Faz algum tempo, o Bia me emprestou alguns livros bacanas, entre eles, o Música Perdida, escrito por Assis Brasil. Na época, muito impressionada com o livro, escrevi uma resenha e a publiquei aqui.
Agora, vendo que a Copa de Literatura vai acontecer, vi que o autor estaria envolvido e achei seu email. Joguei a vergonha no saco e escrevi para ele - mesmo com aquele receio de ser pentelha - e mandei a resenha.
Para minha grata surpresa, ele me respondeu rapidamente e de forma absolutamente gentil. O que reforça minha tese que a arrogância pertence aos mal amados e medíocres, pois quem tem uma carreira sólida e respeitabilidade, não precisa desses artifícios.
Para felicidade do meu ego querido, o professor Assis Brasil elogiou a resenha e pediu (!!!) para linká-la em seu site. Quasei pulei, né, crianças. Afinal, o que uma blogueira comum como eu estaria fazendo por lá? Adorei mesmo, pra mim é uma honra poder dar meus pitacos dentro da obra de um autor tão especial.
Após alguns emails, tomado de "gauchice", Assis Brasil escreveu:

"Buenas (desculpa; é que acordei muito gaúcho, hoje).
Tua bela resenha já está no meu site, inclusivamente com um link para o teu blog.
Mais uma vez, miles de gracias,
e um quebra-costela bem cinchado do
Assis Brasil
PS.: minha gauchice passa; amanhã estou normal..."


Depois de rir com a expressões peculiares desses sulistas, perguntei se poderia publicar isso no meu blog. E ele, ainda no arroubo da gauchice, respondeu:


"Buenas e me espalho! Nos gordos dou de plancha e nos magros
dou de talho!
Mas é claro, guria, podes botar o meu chasque no teu blog.
Vai ficar mais lindo que beijo de prima, e eu mais faceiro
que guri penteado.
Um quebra-costela bem cinchado do
Coronel Assis Brasil [todo gaúcho-homem é coronel --
ainda estou sob o ataque de gauchidade. Depois do meio-dia,
quando eu já tiver engraxado o bigode com um costilhar de
ovelha, já serei brasileiro de novo]"


O site do professor(ou coronel?) Assis Brasil é esse aqui, e pra quem não leu, minha resenha é essa.

*** publicado originalmente em abril em 2008.

19 setembro 2010

A Bienal que não houve ou O dia salvo por Kracjberg













Vamos começar aqui já deixando tudo bem claro: não sou historiadora da arte e me compreendo como alguém com um olhar no máximo curioso diante da arte, nunca com um olhar de conhecedor.
Mas como acredito que Marilena Chauí foi certeira ao questionar a fala do "discurso competente", me advogo o direito de dar meus pitacos, apenas enquanto indivíduo.
Porque, em útlima instância, se a arte só puder ser apreciada/criticada/discutida por conhecedores....ela perdeu parte da sua essência transformadora.
Dito isso, vamos às críticas.
Que porcaria de Bienal foi essa? Algúem me explica? E se alguém vier com o papo de discutir o vazio, juro que surto.
De todas as que fui - e sempre vou, porque adoro me emabananar em obras que não entendo e nem finjo que o faço, adoro ficar confusa, impressionada, divertida, assustada, diante das exposições - de todas as que fui essa, com certeza, foi a mais frustrante. Porque todas me provocaram algo e essa...bom, essa me provocou tédio.
Em mim e na meio dúzia de gatos pingados que rodavam em torno daquela exposição que parecia feira de ciências de colégio tosco.
A Bravo! comentou algumas obras, inclusive o escorregador ( parece que o artista estava dentro de um cinema, um técnico saiu irritado e o público começou a gritar "volta,Valério!", e em minutos todos gritavam a mesma coisa, o que leva a pensar sobre o comportamento de manada, essas paradinhas.Bacana, gostei.)
Mas sei lá...200 mil pro "Valério"? Isso dentro de um contexto que dizia que a Bienal estava com a grana reduzida?
Nem me alongo, porque vou me repetir, então, resumo da ópera:
Vazia, chata pra caramba, inodora, insípida.
E acho , realmente, que deixar um andar inteiro vazio é uma grande sacanagem, tanto com os artistas, quanto com o público: aí vira uma questão pragmática e política, é simplesmente retirar das pessoas o direito de interagir com produções artísticas.
Isso porque ainda li por ai que a Bienal não teria mais tanta importância, porque outras mostras assim acontecem na Europa e suprem esse papel
Eu li isso e me senti em Marte. Não preciso bem comentar, preciso?
É uma observação de um elitismo tão perverso que eu fiquei pasma ao ler.
Mas para salvar o dia havia uma exposição muito bacana na Oca, comemorando os 60 anos do MAM. Essa exposição está fantástica, com ênfase para o setor do Kracjberg, cuja obra eu já era fã...e diante do contraste da chatice anterior, só me deixou mais impressionada. A foto aqui do post é uma pequena amostra do trabalho dele, um polonês radicado no Brasil, totalmente envolvido com a questão ecológica.
A exposição toda está muito bacana, vale a pena ir.
O MAM também está interessante, com uma parte repleta de obras que são instrumentos musicais nonsense dos quais uma música igualmente doida pode ser tirada.
Foi um dia bacana, apesar do tédio da Bienal.
No dia seguinte, fomos na Cultura da Paulista, porque que havia lido duas resenhas muito interessantes sobre o Filho Eterno, uma do Alex Castro e outra do Antonio Marcos Pereira, e eu que nunca dei a menor pelota pra crítica, me acostumei a ver na Copa de Literatura um ótimo lugar para ter referências de livros bacanas.
E cá entre nós, um livro que fez o Alex Castro chorar em público? Ah, quase me rasguei de curiosidade, tinha que ler aquilo.
E O Filho Eterno, que li no mesmo dia e reli no dia seguinte, é uma mostra disso. Vou resenhar pra vocês, meus queridinhos, claro que vou. Mas dou a dica: comprem e leiam, porque é realmente um grande livro.
Mas a Sherazade aqui só conta no outro post.;0)


****publicado originalmente em 2008.

19 junho 2010

Bicho de sete cabeças

Eu e minhas ideias de jerico. Dia do jogo do Brasil, show gratuito do Zeca Baleiro: pensei...vou, né? Estou enfiada no trabalho há dias, sem sair, sem nada...mereço uma dose de Zeca.
Ok.
O Brasil jogou, até entrei no clima. Gritei, levei uma cabeçada do cachorro da minha prima, debati a beleza de alguns jogadores, vi um monte de coreanitcho formando uma muralhinha da China, quase chorei ao ver o coreano chorar no hino dele ( o apelido dele durante o jogo foi "Chorão", claro), ri do "cala boca, Galvão", comi besteiras e tomei coca-cola.
Acabou o jogo, fui para o D. Pedro. Cheeeeio, muiiiito cheio. Consegui um lugar longe pra sentar, um batalhão ficou na minha frente, faltava UMA HORA pra começar, desencanei, fui andar.
Hora do show, voltei, o povo parou nas escadas. Burra, entrei na multidão, quando vi, estava ilhada, ilhadinha da silva: não dava pra ir embora, as escadas estavam tomadas. Fui passando pela multidão e foi me dando um treco, uma falta de ar, já estava a ponto de dar um piti.
Consegui chegar ao outro lado, ou seja, fiquei atrás do palco. Não disse? jerico.
Só dava pra ouvir o show. Precisava de açúcar, açúcar...me joguei em um milk shake. Melhorou, mas não muito, Zeca dói, às vezes. Olha só o vídeo que capturei o youtube.
O caso é que em dado momento, lá para o finalzinho do show, sai do lugar ingrato que estava e fiz como outras pessoas: subi em uma cadeira.
Mas vi Zeca de lado, só de lado. A coisa boa foi que fiquei em um ângulo onde via o rosto do público, do povo do gargarejo. Muiiiito maneiro: todo mundo sorrindo, um astral fora do comum. Mágico, completamente mágico.






07 junho 2010

o beijo que não era de klimt


Eu já contei por ai, entre um coment e outro, mas agora vou assumir.
Eu fiz teatro na adolescência. Pronto, falei. Tô vermelha, gente.
Porque adoro teatro, adoro mesmo. Acho que uma boa peça é sempre uma experiência única, mas teatro amador é o ó do borogodó.
Os ensaios vão sempre virando uma coisa que mescla sessão de descarrego com terapia em grupo. E levado a sério, muito a sério.
Eu tinha 16 anos e queria mudar o mundo, como muita gente aos 16 anos.Mas hoje, com 38, não posso deixar de lembrar divertida dos exercícios. Já que é pra chutar o pau da barraca, vamos lá.
Uma vez, em um curso, o "diretor" pediu que todo mundo levasse um lençol na aula seguinte. Levei. Aí ele me manda essa: era pra todo mundo vestir o lençol (note : SÓ O LENÇOL) e sair pulando pela rua, em uma versão tupiniquim das bacantes.
Fala sério.
Coloquei o lençol em cima da camiseta e do jeans. Horrorizados, os outros olhavam pra mim e pra umas outras três alunas ( que também estavam vestidas sob o lençol) penalizados diante de nossa - nas palavras deles...- "travação e repressão".
(Ok, vai ser desinibido, sem repressão e andar pelado de lençol na rua, vai fundo, dou a maior força. Mas eu passo, obrigada.) Além de tudo, acreditem ou não, o tal exercício foi filmado e apareceu no jornal local, com close aqui em mim....imagina so se eu estivesse "desreprimida"?
(Antes reprimida ridícula vestida do que "desreprimida" ridícula pelada na rua. Eu achava e ainda acho.)
Em um dos exercícios, o grupo com o qual eu trabalharia tinha uma "super desreprimida"; veio dela a idéia brilhante:
"vamos tirar a roupa? eEsse povo do curso tá muito frio".
Claro que argumentei que ninguém ia ficar frio com o nosso grupo ridículo e pelado, mas que seria uma estratégia simples, barata, fácil. Tola, na verdade.
" Assim todo mundo presta atenção, grande droga."
Convenci os outros ( afinal, seria mais uma vez excluída e taxada de reprimida...mas esse mico eu não pagava nem a pau) e a gente fez uma outra coisa qualquer.
Ridicula, claro. Mas vestidos.
Em outro exercício , o "diretor" se concentrava ao ler um texto e a gente, em cima do palco, de olhos fechados
(porque teatro amador brega pra diabo tem que ser feito de olhos fechados) tentava interpretar o tal texto filosófico.....com gestos.
Preciso dizer mais alguma coisa?



******primeiro texto publicado neste blog, em 2006.

20 dezembro 2009

Virgínia Berlim















Ultimamente, já andei comentando isso por aqui, tenho feito a releitura dos livros na sequência. A primeira vez que leio é com pressa e gulodice, a segunda, na sequência, é com calma e saboreando. Imitando a tal leitura extensiva de séculos anteriores estudada por Chartier. A leitura que se repete, se repete.
E hoje, o livro que passou por essa primeira e segunda mordida foi Virgínia Berlim de Luiz Biajoni.
O livro é curto e encerra em si o início, o (não)desenrolar e o fim de um amor. Amor do personagem principal - cujo nome não chegamos a saber - por Virgínia, sobre quem pouco ou quase nada nos é dado a saber. O estilo é instigante, as palavras são exatas e a angústia que vai assolando o personagem magicamente toma conta do leitor.
Virgínia aparece na história como um ser insosso; "para mim, ela era como as outras; uma escriturária sem sal. Nem bonita eu a achava. Uma loira pálida, peitos pequenos, bunda caída". O autor ainda a socorre rapidamente; " Era jovem e tinha um certo frescor, umas sombrancelhas arqueadas, inquisidoras".
Mas é enfático: "Mas no geral, era ninguém."
Essa frase perseguiu minha leitura e durante todo o desenvolver da trama eu me perguntei quem era Virgínia.
Mas não sei, uma ninguém.
A despeito disso essa personagem beija o narrador surpreendentemente, iniciando algo confuso - e doloroso - para ele.
Como foi para Virgínia? Não sei.
A história é narrada do ponto de vista do narrador e assim como ele, ficamos limitados a figura do observador, vendo Virgínia entrar e sair do apartamento sob olhar do narrador.
O livro pode( aliás,deve)ser lido com o acompanhamento do cd que vem no encarte. Uma idéia original que consegue colocar o leitor um pouco mais profundamente no apartamento do narrador e dentro de sua ansiedade.
Um apartamento de um homem "soturno" - chamado assim por algumas namoradas e por ele mesmo - com livros e muitos discos de vinil. Sim, vinil.
Apesar do livro não trazer localização delimitada do tempo onde se passa a história, o médico que o atente tem celular, assim, suponho que o autor colecione vinil por opção, não necessidade técnica.
Assim, sem sobre aviso, Virgínia entra na vida no narrador. Mas não se trata de um romance, de uma paixão avassaladora ou romântica da parte dela(ou se trata?). Virgínia entra e sai do apartamento do narrador algumas vezes nos dias em que ele está impossibilitado de sair.
Após o surpreendente beijo, sem compreender exatamente o que havia se passado, ele ouve música, bebe uísque e tropeça no copo, cortando furiosamente o pé.
Então temos o narrador recluso à força. Cortado profundamente, sem equilíbrio, sem ficar em pé, um pouco ridículo. Ou seja, se não fosse um corte no pé, seria a melhor descrição para alguém apaixonado.
Curiosamente,tomado pelo corte e pela paixão,o narrador está indefeso diante do que acontece.
A mercê das dores que o imobilizam : "o pé latejava e sentia uns calafrios. Não sabia se era por causa do pé ou por causa..."(pág.11)
Em alguns momentos tem clareza do objeto de sua dor/desequilibrio:
"Virgínia era a causa desse ferimento, dessa confusão toda. Se não estivesse aparecido aqui eu estaria hoje, restaurado, pronto, inteiro, intacto." (pág.11)
Mas ele não está intacto.
O narrador é tomado pela ansiedade, pelo desejo da presença de Virgínia, de quem ainda não sabemos - e nem saberemos -muita coisa. Ela não fala, ela não se mostra, ela recua quando ele tenta fazer com que ela apareça.
Enquanto isso, jorra amor do narrador, mesmo quando a pia do banheiro quebra e jorra água por todo lado ( o símbolo mais sexual dentro do universo onírico), absolutamente sem controle.
Assim,de uma hora para outra, depois de uma das despedidas dela que a ele pareceu definitiva, ela morre.
"Foi nesse domingo quente de verão que ficamos todos sabendo que Virgínia estava morta."
Todos nós: o narrador, o namorado médico, a mãe, a polícia e nós, os leitores. Sabemos que estava morta, que fora em um quarto barato de hotel e que talvez possa ter sido suicídio. O bilhete no bolso, que hora parecia poesia, hora bilhete suicida e hora receita de bolo, desaparece. Ela desaparece.
Então, com em quase todo amor, nasce de repente, dói e dá prazer, morre e cicatriza. Como o corte do narrador.

E eu terminei o livro com a sombra de Virgínia, quem era a garota de bunda caída, cabelos tingidos, tropeçando nos cadarços,que havia morrido? Por mais que eu leia e ouça o cd, acho que nunca vou saber. Nem o narrador.
Na introdução do livro o Alex Castro diz que o "Bia escreve pra caralho". Mas como eu sou uma dama, não digo essas coisas. (Mas que ele escreve pra caralho, ah, escreve.)

17 dezembro 2009

Ode para Música Perdida












Eu li Música Perdida nessa semana. E eu fiquei me perguntando como eu ainda não tinha lido nada de Luis Antonio de Assis Brasil. Lê-lo foi fantástico e quero ler tudo que ele escreveu.
O livro me envolveu e comoveu intensamente. Não estou falando em termos sutis ou com um levantar de sombrancelhas intelectualizado. Me comovou às lágrimas, aos soluços.
O livro narra a vida do maestro Joaquim José Mendanha: na cena inicial,um velho maestro morador de Porto Alegre. Cena esta que, após a leitura do livro, se torna absolutamente ressignificada e emocionante.
Entrecortado por flash backs, o livro reconta o início da relação do maestro com a música, começando com a constatação do seu "ouvido absoluto", feita por seu pai, um singelo músico de uma pequena cidade. Nesse momento, ele é Quincazé e conforme os flash backs vão avançando no tempo e na trajetória do músico, ele é chamado de Joaquim José, militar, maestro.
Nessa trajetória, iniciada com o pai, o maestro encontra e se influencia profundamente por outros dois homens: um rico músico de outra cidade e um padre no Rio de Janeiro.
A diferença na relação entre eles é grande, a provável paixão do professor pelo então jovem músico e seu desejo de que seu protegido avance artisticamente, a visão do padre, temeroso do brilhantismo, temeroso da soberba. A morte dos três instaura ao maestro o peso da cobrança, do devir, dos desejos e espectativas de outros que pesavam em seus ombros, seus três fantasmas, como ele os chamava.
Um dos personagens mais comoventes é Pilar, a esposa do maestro, que assim como a fantástica Mulher do Médico no Ensaio Sobre a Cegueira de Saramago, é o sustentáculo do marido, expresso de forma berrante no próprio nome. A simbiose perfeita do amor dos dois chega a ser dolorosa ao leitor.
No decorrer desse caminho, o maestro compõem uma cantata que julga ser perfeita, nobre - por isso a esconde do padre, evitando críticas a sua suposta soberba - mas comete desatino de mandá-la ao compositor europeu Rossini, para uma avaliação. Assim manda a única partitura, sem cópia. (Sem cópias porque quando jovens, não imaginamos que vamos esquecer, ou não conseguir, ou não brilhar. Tudo é fácil, tudo são promessas ao nosso olhar ainda jovem. E foi assim com o maestro.)
Ele não a recebe por anos, por décadas. E ele passa a vida compondo hinos que considera menores, medíocres. Ele passa a vida emaranhado em algo que ele mesmo não respeita.
O maestro passa a vida em busca da música que havia perdido, em uma metáfora belíssima para o sentido da vida, para a busca initerrupta que acomete a tantos, talvez a você que esteja me lendo nesse momento. A busca que marca todo o livro, ou seja, toda a vida de Mendanha.
Alguns momentos do livro me lembraram Ensaio de Orquestra, de Fellini. Vi há muitos anos, mas uma cena onde cada músico fala sobre as idiossincrasias do seu instrumento, sua personalidade, essa relação específica, esse olhar de músico voltou a minha memória muitas vezes, norteando meu olhar sobre a
narrativa. Me lembrou Salieri observando uma partitura de Mozart em Amadeus, descrevendo-a com os olhos e ouvidos de músico, ensinando, dando a mão ao leitor para que o acompanhasse nessa interpretação tão sutil. Essa cena inesquecível eu vi há vinte anos e me voltou a memória muitas vezes ao ler esse romance.
Assim como o momento em que Mozart dita a música, captada por Salieri com fúria, com admiração, com inveja, cena onde a música aparece do ponto de vista privilegiado dos músicos. Ah, como desejei ouvir dessa forma, criar dessa forma. A velhice do maestro me comoveu, me assustou, a velhice aflora de forma surpreendente para ele e para o leitor. Não estamos esperando a velhice do Maestro, não estamos esperando a nossa própria velhice. A fugacidade e por vezes até a inutilidade da vida começam a doer na leitura. Viver para quê? Onde estava a cantata?
Onde estava, enfim, o sentido da vida?
A Cantataé descoberta, enviada ao maestro, copiada para cada instrumento pela sempre presente e estrondosamente forte, Pilar.
Não é à toa que Pilar é a copista, com sua letra magnífica, mostra o específico(a parte de cada músico) para que se costure o total: a orquestra.
E é nessa noite, na noite do encontro com a música, na noite da definição do Finale, que Medanha morre. Sua música perdida e achada, sua música perfeita é ensaiada, com exceção do Finale. Os músicos não ensaiam o Finale.
Mais uma belíssima metáfora nos acomete, porque, enfim, como ensaiar o final? como ensaiar a morte?
Sem ensaio, tocam com perfeição, lêem o que Mendanha havia escrito. Um pequeno trecho onde ele se apresenta diante de Deus com sua cantata perdida.
O finale do maestro também é perfeito, em seu útimo momento, ouve com perfeição a primeira nota que identificou com seu ouvido absoluto: o "sol".
Após a Música, o enterro, só resta o choro de Pilar e o choro dessa blogueira.
E para o maestro-escritor,só tenho uma única palavra:
BRAVO.

*********** post originalmente publicado em dezembro de 2007.
Esse texto está linkado nas críticas dos livros no site do prof.dr.Luis Antônio de Assis Brasil.


@@@post originalmente publicado em setembro de 2008.

01 novembro 2009

Lúcio 80/30


Na sexta feira, enquanto eu tomava um café com a Lidiane - a fofa blogueira do Bicha Fêmea - apareceu, toda esbaforida, uma vizinha e amiga.
Ela, Cláudia, havia ganhado dois ingressos para uma peça em cartaz no teatro de Paulínia e estava me procurando para irmos. Fomos, claro, eu topei na hora, sou sempre facim, facim quando o programa é bom.
O teatro é uma construção monumental. Cafona, como é praxe nas construções de Paulínia, famosa aqui na região por seus portais horríveis.
O interior do teatro, entretanto, se mostrou confortável, grande, bonito, bem estruturado. Muito maior do que os teatros de Campinas e, sem dúvida, multo melhor aparelhado.
A peça em questão era sobre Lúcio Mauro e Lúcio Mauro Filho, ambos comediantes com anos de estrada, bem digeridos pela Globo.
O fato é que a idéia de fazerem um trabalho juntos vem no momento em que o pai tem um piripaque e vai para o hospital. Na noite em que passa fazendo companhia ao pai, filho tem a sacada: eles devem fazer uma peça, uma peça juntos.
Assim, a peça é sobre a peça: como montar, o que dizer, quem chamar.
A brincadeira com a metalinguagem dá o tom da obra.
Eu gostei, ri, achei uma graça a platéia aplaudir várias vezes em cena aberta. Entretanto, acho que o momento poderia ser aproveitado com alguns causos da história de Lucio Mauro, coisa que eles fazem pouco. Acho que o momento remember poderia ser mais explorado até para alguns ajustes de contas, que sempre ficam.
Achei tocante quando o filho, negociando um tempo a mais para o pai, diretamente ali, com Deus, diz;
"Eu sei que ele já fez tudo que queria, viveu bem, eu sei que ele está preparado pra ir. (pausa) Eu é que não estou"
Rindo ou achando comovente sem ser piegas, me diverti muito.
Recomendo, crianças.

04 agosto 2009

Meu carro é vermelho





Na sexta feira fui levar minha mãe em um show gratuito que acontece toda última sexta feira do mês, aqui em Campinas.
Esse show acontece na praça Carlos Gomes, o pessoal senta em mesas, fica em pé, canta, toma alguma coisa, aplaude e vai embora, feliz da vida.
Nessa sexta a bola da vez era Eduardo Araújo, cantor da época da Jovem Guarda, coisa que minha mãe curtiu muito.
Mas ele não ficou apenas no momento remember, cantou praticamente todo o tempo canções novas, com uma pegada country, legal até, gostei. Chegou a se arriscar em algo que poderia ser um blues, mandou ver na gaita e todo mundo gostou.
Tinha um grupo de senhoras completamente animadas, perdendo a linha, dançando, chamando de gostosão, maior barato, adorei.
Na manhã seguinte foi dia de Feira Hippie, que agora conta com uma barraca de comida mexicana que é simplesmente demais. Me mato naquelas pimentas.
Uma roda de capoeira pra ver, coisas pra admirar, comprar e uma jazz band super animdada, que arrancou ardorosos aplausos.
Dessa vez não fiz massagem, mas pra quem estiver por lá, recomendo: vá até a cadeira do Paulo, um massagista que te torce inteiro, estala aqui e ali e manda as dores pro espaço. Bom demais.
O resto do final de semana banquei a Maria limpando a casa, vi uns filmes e li.
E você, o que fez? Contaí.

27 junho 2009

O dia que os marcianos invadiram a Terra ( com atualizações)












Na quinta feira eu estava na faculdade para aplicar prova substitutiva, entregar atas, essas coisas.
Na sala dos professores, estava lendo o twitter, quando vi que Michael Jackson estava hospitalizado. Não demorou muito para ler a triste notícia de sua morte.
Eu fiquei atônita, virei para os professores e disse, ainda com cara de muro sem pintar:
- Gente, Michael Jackson morreu.
- ãh?
- sério? quando?
- De que?
- Vou ligar pro meu marido
.
Uma das professoras resumiu o que muita gente pensava:
- Nossa, que baque...ele estava em uma outra escala pra mim, uma esfera de pessoas que não morriam.
Um professor chegou atrasado e palpitou:
- Ouvi na CBN que ainda não está confirmado...
Infelizmente estava e tudo ficou estranho mesmo. Pintou um dejavù: me lembrei de quanto chorei na morte de Elvis, quando ainda era criança e me lembrei de como fiquei incrédula quando do momento do ataque às torres gêmeas.
A sensação mesclou essas experiências: se por um lado eu fiquei triste, por outro fiquei completamente chocada, como se algo completamente estranho - como uma invasão alienígena - tivesse acontecido.
Na noite de sexta e durante o dia de ontem, revi à exaustão inúmeros clipes dele. Sempre maravilhosos, intensos, dotados de uma força ímpar e de uma estética curiosa.
Zapear a tv e vê-lo em todos os canais reforçava a idéia insólita dos marcianos invadindo a Terra. Tudo parecia um filme hollywoodiano, era irreal, era ruim.
Foi impossível não chorar.
Meu pouco conhecimento de black music não me autoriza a discutir sua obra, vou me limitar a dizer que curti muito nos anos 80 e em parte dos 90.
Acho que ele acabou por personificar uma incoerência produzida por uma sociedade incoerente e racista: sua música, sua dança, tudo tinha uma pegada totalmente black, enquanto que ele se transfigurou naquela triste caricatura branca.
Se transformou naquela figura frágil, envolta em uma mítica doentia de Peter Pan, solitário e sucumbindo a escândalos. Longe de ser visto como o artista de talento absurdo que foi, aparecia na imprensa por conta das bizarrices, sobre as quais falava com aquela voz de castrati.
Eu só sei que cresci cantando e dançando MJ. Só digo que realmente fiquei muito triste.
Só digo para vocês que na quinta-feira, esse fato me fez lembrar que a vida é ridiculamente curta.
'Bora aproveitar.


**** Eu pensei muito antes de escolher o vídeo para colocar aqui, porque afinal, são muitos os clipes clássicos de MJ.
Enfim, escolhi a apresentação de 1983, onde ele faz o moonwalk em público pela primeira vez. Acontece no final da apresentação, depois de 3min39, vejam como o público grita, é demais.;0)



28 abril 2009

Ludus









Ontem terminei uma Oficina muito estimulante para mim: sobre Cultura Popular.
Ficamos juntos por cinco encontros, em noites de segunda feira, no Cenapec, onde trabalhamos diversas abordagens sobre a cultura polissêmica existente no Brasil.
O enfoque foi pedagógio e a preocupação era discutir a aplicabilidade desses elementos dentro de sala de aula, fugindo de um discurso maniqueísta, que encara os brinquedos contemporâneos sempre de forma negativa. Vou discutir esse ponto mais detidamente em outro momento, porque sou uma entusiasta dos jogos e brinquedos atuais.
Assim, discutindo Contos de fada, lendas, brinquedos, brincadeiras, remédios, festas e tantos temas, levamos esses dias.
Ontem, para finalizar, fizemos um café diferente, com bolos e doces tradicionais, chás e doce de leitte. Bom demais.
Sorteei quatro brinquedos que havia comprado na feira hippie, como contei em posts anteriores: um carrinho de tração de madeira, um pato colorido que era empurrado com um cabo, uma torre de hanói e um pião. Os brinquedos foram usados ali e espero que sirvam para colorir as aulas desses queridos professores.
Hoje, apra minha alegria, no post onde comento sobre os brinquedos, uma das alunas comentou:

"educadora said...
Oi Vivien,
Tudo bem? Sou aquela sua aluna que ganhou o pião no sorteio, amei sua idéia!!!
Bom eu ainda não consegui fazer ele rodar, mas ....meu pai adorou o brinquedo, ele tem 63 anos e me disse que brincou muito com este brinquedo na adolescência, precisa ver como ele se empolgou!!!!
A oficina foi maravilhosa,
Bju
Néia"


Um dos pontos que trabalhamos foi exatamente esse: recuperar algumas memórias e fazer disso uma ponte para entrelaçar relações, descobrindo o universo do Outro, que muitas vezes está tão perto.

Foi um prazer trabalhar com eles, professores, artistas plásticos, artistas de teatro, músicos...um público inesquecível.