Como meu amigo Arnaldo me disse que estou dando "pão velho" pra quem vem aqui, está aqui um "pão novo".
Eu assisti uma breve reportagem (?) sobre um encontro cultural (?) entre guaranis e apaches.
A repórter pede ao cacique para entrar na casa, lá dentro, diz:
-geeeeennnnteee....
A mulher entra, diz geeeeente. A reportagem(?) já não prometia.Só faltava ela dizer:"que gracinha, eles tem cocarzinho....e redinha...ai, que meigo". Eu estava esperando isso.
O diálogo era insólito, a fulana olhava para as camas e colchões e perguntava:
- Foi sempre assim ou antigamente era diferente?
(resposta possível) - Foi sempre assim, usamos camas e colchões desde Cabral, sabia não???
(resposta do cacique) - Não, tivemos algumas modificações nos últimos anos.
Ela não parava nunca:
- vocês mudaram muito ou está igual antigamente?
( resposta possível) - "antigamente" , quando ,cara pálida?
( resposta possível) - não mudamos nada, sempre usamos chinelos havaiana e short.
( resposta do cacique) - mudamos um pouco, com roupas e língua. Mas ainda temos muitas tradições milenares.
Não preciso continuar, vocês já sacaram a dela. Agora me diz, com tanto jornalista competente no Brasil, porque eu vejo tanta porcaria por aí?
A reportagem falava , enfim, do encontro entre guaranis e apaches. Os últimos, com máquinas fotográficas, pouco se diferenciavam de turistas convencionais.
O tal encontro se limitou em psedo-shows em que uma e outra descendência das tribos se limitou a observar e dizer "legal".
Não é por nada não...mas minha concepção de troca cultural é um "pouco" diferente disso.Esse tipo de atividade, destituída de significado mais profundo, praticamente não acrescenta nada, a não ser fortalecer uma interpretação superficial sobre a população indígena, sua realidade e diferenças culturais.
Eu assisti uma breve reportagem (?) sobre um encontro cultural (?) entre guaranis e apaches.
A repórter pede ao cacique para entrar na casa, lá dentro, diz:
-geeeeennnnteee....
A mulher entra, diz geeeeente. A reportagem(?) já não prometia.Só faltava ela dizer:"que gracinha, eles tem cocarzinho....e redinha...ai, que meigo". Eu estava esperando isso.
O diálogo era insólito, a fulana olhava para as camas e colchões e perguntava:
- Foi sempre assim ou antigamente era diferente?
(resposta possível) - Foi sempre assim, usamos camas e colchões desde Cabral, sabia não???
(resposta do cacique) - Não, tivemos algumas modificações nos últimos anos.
Ela não parava nunca:
- vocês mudaram muito ou está igual antigamente?
( resposta possível) - "antigamente" , quando ,cara pálida?
( resposta possível) - não mudamos nada, sempre usamos chinelos havaiana e short.
( resposta do cacique) - mudamos um pouco, com roupas e língua. Mas ainda temos muitas tradições milenares.
Não preciso continuar, vocês já sacaram a dela. Agora me diz, com tanto jornalista competente no Brasil, porque eu vejo tanta porcaria por aí?
A reportagem falava , enfim, do encontro entre guaranis e apaches. Os últimos, com máquinas fotográficas, pouco se diferenciavam de turistas convencionais.
O tal encontro se limitou em psedo-shows em que uma e outra descendência das tribos se limitou a observar e dizer "legal".
Não é por nada não...mas minha concepção de troca cultural é um "pouco" diferente disso.Esse tipo de atividade, destituída de significado mais profundo, praticamente não acrescenta nada, a não ser fortalecer uma interpretação superficial sobre a população indígena, sua realidade e diferenças culturais.
Repórter "sem senso de noção". Vivien acho que tem muito repórter desse quilate e com essa proposta porque há uma maioria que comanda a imprensa (donos, chefes de redação, editores, etc) que tem interesse que assim seja. Tudo pasteurizado, prá dizer o mínimo, e que me desculpe o Pasteur.
ResponderExcluirVivien, vc diz isso porque não conhece os repórteres daqui da baixada santista. É de doer. Eu não aguento. AAninha se diverte com minhas cortadas. Mas é muita gente burra(dizer sem noção,é mais educado, mas eu acho que é burrice mesmo). A imprensa em geral, TV, rádio, ninguém parece ter estudado jornalismo.
ResponderExcluirAinda ontem eu comentava isso. Hoje para escrever uma coluna de jornal tem que ter diploma. Graciliano, Guimarães Rosa ou Jorge Amado morreriam de fome, não poderiam escrever em jornal. No entanto temos que engolir essas coisas aí.
Hoje é dia do Índio, né? Coitadinho deles. E de nós. Não estamos muito melhores não.
Um beijo
Sibila, irritante...e isso é enfiado goela abaixo. Eu fico fula.;0)
ResponderExcluirWalter, lá em casa, quando vemos uma porcaria de reportagem ou propaganda ruim, sempre perguntamos " e eles estudaram pra fazer essa m***"???
ResponderExcluirMas não é privilégio deles...já trabalhei com cada professor, que pelamoooorrr...rs
Cara de Índio
ResponderExcluirDjavan
Índio cara pálida,
Cara de índio.
Índio cara pálida,
Cara de índio.
Sua ação é válida, meu caro índio.
Sua ação é válida, válida ao índio.
Nessa terra tudo dá,
Terra de índio.
Nessa terra tudo dá,
Não para o índio.
Quando alguém puder plantar,
Quem sabe índio.
Quando alguém puder plantar,
Não é índio.
Índio quer se nomear,
Nome de índio.
Índio quer se nomear,
Duvido índio.
Isso pode demorar,
Te cuida índio.
Isso pode demorar,
Coisa de índio.
Índio sua pipoca,
Tá pouca índio.
Índio quer pipoca,
Te toca índio.
Se o índio se tocar,
Touca de índio.
Se o índio toca,
Não chove índio.
Se quer abrir a boca,
Pra sorrir índio.
Se quer abrir a boca,
Na toca índio.
A minha também tá pouca,
Cota de índio.
Apesar da minha roupa,
Também sou índio.
__________________________
Todo dia era dia de Índio
Jorge Benjor
Curumim, chama Cunhatã
Que eu vou contar
Curumim, chama Cunhatã
Que eu vou contar
Todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio
Curumim, Cunhatã
Cunhatã, Curumim
Antes que o homem aqui chegasse
Às Terras Brasileiras
Eram habitadas e amadas
Por mais de 3 milhões de índios
Proprietários felizes
Da Terra Brasilis
Pois todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio
Mas agora eles só tem
O dia 19 de Abril
Mas agora eles só tem
O dia 19 de Abril
Amantes da natureza
Eles são incapazes
Com certeza
De maltratar uma fêmea
Ou de poluir o rio e o mar
Preservando o equilíbrio ecológico
Da terra, fauna e flora
Pois em sua glória, o índio
É o exemplo puro e perfeito
Próximo da harmonia
Da fraternidade e da alegria
Da alegria de viver!
Da alegria de viver!
E no entanto, hoje
O seu canto triste
É o lamento de uma raça que já foi muito feliz
Pois antigamente
Todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio
Curumim, Cunhatã
Cunhatã, Curumim
Terêrê, oh yeah!
Terêreê, oh!
Vivien,
ResponderExcluirNão tenho mais paciência pras reportagens exibidas pelos canais abertos de TV. O pior é que eles têm grana, têm estrutura, mas produzem sempre reportagens absolutamente superficiais.
Mas eu não acho que se deva focar o problema em cima dos jornalistas. Afinal, tem jornalista bou e jornalista ruim, assim como acontece com os professores, os historiadores e os engenheiros. O problema é que são justamente os jornalistas mais despreparados que são os escolhidos pelos grandes órgãos da imprensa. Afinal, qual é a grande empresa de comunicação que se interessa em ter jornalistas contestadores em sua folha de pagamento?
Vivian,
ResponderExcluirQuando eu era bem mais jovem li um livro chamado: "Enterrem Meu Coração na Curva do Rio". Falava sobre grandes índios americanos e os problemas que tiveram com a "civilizaÇão". Os nossos, os "tupiniquins", também sofreram muito. Continuam sofrendo, quando recebem esses repórteres tipo Hebe Camargo (- Que gracinha!). Pena que seja tão difícil para eles manterem um pouco de dignidade.
Beijo
Curumim
ResponderExcluirTatiana Rocha
Era uma vez mata fechada era uma vez um índio
E na oca sagrada, pajé rezava pro povo índio
Era uma vez tupã lá no céu, cuidando do povo índio
E na canoa remando, cacique traz peixe pro povo índio
Cadê curumim cadê curumim
Cadê o cocar do meu curumim
Cadê curumim cadê curumim
Cadê o arco e flecha do meu curumim
Era uma vez e a lua brilhava cantava teu nome índio
Eu sou jaci em tupi guarani cantava pro povo índio
Era uma vez a moça formosa, mais linda pro povo índio
Era cunhã, era cunhatã, dançando pro povo índio
_____________________
Curumim
Djavan
O que era flor
Eu já catei pra dar
Até meu lápis de cor
Eu já dei
G. I. Joe, eu já dei
O que se pensar
Eu já dei
Minhas conchas do mar
Ah! Minha flor
Chega de maltratar
O que mais pode agradar
A você
Eu já fiz tudo
Cadê que adiantou
Que louco
Que é o amor
Tem graça viver
Quando ele fica de mal
Não quer brincar
Txucarramãe
Krenacroro
Kalapalo
Yawalapiti iiii iiii
Kamayurá
Kayabí
Kuikúru
Waurà
Suyá
Awetí iiii iiii
;)
ResponderExcluirClélia, "te cuida índio".;0)
ResponderExcluirPrincipalmente dentro das escolas, onde a "cultura indígena " é "ensinada" como se fosse um bloco monolítico.
beijos.
Arnaldo, acho que é por ai. Claro que tem gente boa, eu morria ao ver o Augusto Nunes no Roda Viva - lá no século passado, literalmente - e mesmo aqui em campinas, na tv regional, tem gente muito interessante. Mas os manés ganham espaço...um horror.
ResponderExcluirLord, eu tive pesadelos quando li "Paraíso destruido" do frei Las Casas, toda a conquista foi violenta demais.
ResponderExcluirE "repórte tipo hebe camargo"...rs...ninguém merece mesmo....rsrs
Clélia, vc gosta de Marlui Miranda? Dá uma olhada, acho que vc vai curtir.;0)
ResponderExcluirEla tem um trabalho muito bacana com músicas indígenas.beijos.
Cynthia, apareceu a margaridaaaaaaaaa!!!! que bom.;0)
ResponderExcluirÉ verdade... esqueci da Marlui! Conheço, claro.
ResponderExcluirEstrela do indaiá
ResponderExcluirMarlui Miranda & Xico Chaves
Índia, ainda índia
Indiará, indiará
Inda volto minha estrela do indaiá
Como o rio, meu caminho corre sempre pra lá
O que é rio no seu mundo é “Paraná”
O que é peixe, e que navega no Araguaia é “Pira”
O que é “Paraná-Waçu” é o mar
Terra, em tukano é “Di’tá”
Pedra, em wananá é “Ta’ca”
Gente, em nhengatu é “Mirá”
Passarinho é “Wira-miri”
Cuva é “Amaná”
Fogo é “Tata”
É tatá