Acho que participo da última geração que teve a vovó tradicional, estilo D.Benta - mas sem tanta erudição - com cabelinho branco, vestindo chemisier e fazendo tricô.
Acho fantásticas a neo-avós, entre elas , minha mãe. Avós que trabalham, dirigem carros, se mantém vaidosas e não sucumbem aos cabelos brancos. Eu adorava o cabelinho branco de minha avó e seu jeito matriarca de ser. Sei que isso é único e poético.
Mas sou uma historiadora sem saudosismo, gosto das mudanças, mudo com elas e espero continuar assim.
Quando uma aluna dizia que a avó "estava no nordeste com o namorado" ou que a tinha ajudado no trabalho de História , "porque adorava ler, discutir e era desembargadora "( Ambas histórias são exemplos reais de muitos outros) eu achava o máximo.
E quando vejo mulheres na faixa dos sessenta anos, mantendo não só a vaidade, mas a beleza da maturidade e não pretendendo ter vinte ( com algumas escravas do botox) , acho o máximo.
Aqui em casa temos umas piadinhas internas com minha mãe: sugerimos que ela use avental, que faça gloriosos almoços de domingo. Ela faz um muxoxo, ri e diz que prefere pagar o restaurante. Quem tem mãe ariana sabe como é. O bicho aceita sempre que os outros digam a última palavra....que deve ser: sim.
Eu venho de outra geração, pra mim, o avental não é o mesmo signo. Ela tem ojeriza por ele, porque representa um modelo que ela procurou destruir. Eu o uso com prazer, porque a geração dela fez esse trabalho pela nossa: estraçalhou paradigmas e criou novas imagens femininas.
E o signo mudou, como tudo sempre muda. E eu adoro isso.
Talvez , em uma mudança-retorno, eu seja uma vovó D. Benta.
Não sei, só sei que serei uma avó blogueira, com certeza.
Apesar de também achar que vou ser avó moderna (espero que num futuro beeeeeemmmm distante), sinto saudade da minha avó. Assim, de cabelinho branco, mimosa.
ResponderExcluireu só tive avó emprestada no modelo Dona Benta. mas ela era coisa mais querida. minhas vós de verdade morreram quando eu sequer havia sido concebida :(
ResponderExcluirminha mãe é uma vó mista..rs faz os almoços de vó, mas tbm tem idéias bem pra frente e nunca deixa de pintar o cabelo hehehehe com ela aprendi a ser vaidosa e a ver que eu não suporto lides domésticas...rs
Vivien,
ResponderExcluirTambém tive avó do tipo D. Benta. Acho que idealizamos um pouco nossas avós. As minhas, queridíssimas, deixaram muitas saudades.
Beijão
eu nao tive avós, porque infelizmente as minhas morreram antes de eu nascer. entao nao tenho experiencia de nada, o que nao eh ruim de tudo, pois tenho um canvas em branco. mas minha mae, que eh avó, e tem 74 anos, nao se encaixa nem um pouco na figura da D.Benta. eh super ativa, advoga, dirige, eh independente, como sempre foi. eu - cof,cof, cof, estou ali na beirinha do precipicio de me tornar uma jovem avó. pode ser que nao me torne, nada depende de mim, mas se me tornar vou com certeza detonar todos os estereotipos! :-))))
ResponderExcluirbjocas!
Lu, "mimosa" é um termo perfeito pras nossas avós!bj.
ResponderExcluirLady A., adorei o "avó mista"...rs
ResponderExcluirAcho que essa transição de paradigmas é sempre muito interessante.bj.
Lord, eu era muito próxima minha avó Gogóia, de quem já falei outras vezes. Tenho saudades imensas dela, mas sei que curti muito nosso relacionamento e nossa cumplicidade.bj.
ResponderExcluirFezoca, então sua mãe é do estilo da minha e das outras que citei no texto, Tá vendo..? é a extinção das vovozinhas....;0)
ResponderExcluirConheci minhas duas bisavós e elas eram esse estilo D. Benta. Uma delas era bem carola, daquelas de ter santos em oratório no quarto. A outra gostava de jogar baralho e de tomar vinho. Nunca via TV e adorava ficar lendo, pois dizia que deu tanto trabalho aprender a ler que ela não via sentido em abrir mão daquilo. Só que só lia tranqueira. Desses livrinhos que se comprava em bancas de jornal. Ambas morreram com mais de 90 anos.
ResponderExcluirE tenho uma avó que está hoje com 93. Não faz nenhum tipo. Nem dona Benta e nem moderninha. É apenas minha avó. Não cabe em nenhum modelo pois é única.
Acho que seremos assim, Vivien. Eu, você, a Clélia e mais uma porção de amigos. Não caberemos em nenhum modelo. Assim espero.
Arnaldo, eu adoro seus comentários. Eles são posts dentro do meu post. Obrigada por isso.;0)
ResponderExcluirGostei do seu ponto de vista, só discordo de quando vc fala em avós sem cabelo branco. Acho que isso é mania de brasileira.
ResponderExcluirAqui em Londres vejo muitas mulheres de qualquer idade a partir dos 40 ou 50, com cabelos brancos maravilhosos e chiquérrimos, bem cortados e bem cuidados. Acho o máximo, e não é coisa de velha, mas coisa de mulher madura que não precisa bancar a garotinha.
Quanto a mim, espero ficar velhinha mantendo o entusiasmo pelas novidades, tecnológicas, culturais e todas as outras. Para isso quero filhos, netos, amigos, internet e etc.
Queria ter cabelos brancos chiquérrimos tambem, mas se eu não sou chiquérrima nem bem arrumada agora, antes dos 30, imagina depois de coroa?
Baxt, seu comentário me fez lembrar da Meryl Strep em o Diabo Vete Prada, incrivelmente chique com cabelo branco.
ResponderExcluirJá passei muito dos 30, tenho 39...mas com "cabelo virgem", como diz meu cabelereiro. Sem brancos e sem tinta.
Mas serei uma avó tecnológica, com certeza.
Eu gostaria muito de ser uma avo como tive...nao estilo Dona Benta, nem com cabelos brancos...mas com uma sabedoria de vida divina...mas creio que vou precisar me aperfeiçoar.
ResponderExcluirO post est aotimo como sempre...
Beijinhos minha amiga do outro lad do oceano
Dri, sabedoria, isso seria mesmo bacana de ter.;0)
ResponderExcluirNão conheci a minha vó paterna, a materna era maravilhosa, tinha cabelos brancos e usava avental. Andava sempre bem arrumada e cheirosa, mesmo trabalhando até morrer, aos 72 anos.
ResponderExcluirEu sou avó mais moderna. Embora faça o almoço de domingo, às vezes de avental, me chamam de high tec, porque sou metida, e lido bem com as novas tecnologias. Não uso botox, mas sou vaidosa, dirijo e sou blogueira, mesmo que de araque.
Me emocionei com "A pianista e o violeiro". Muitas vezes, quando estava fazendo alguma coisa diferente na cozinha, "sentia" a minha avó me dando dicas.
Bj.
Rosamaria, adorei seu comentário..o final me lembrou Como Água para Chocolate, um dos meus filmes favoritos.
ResponderExcluirEspero ser uma avó misto de d.benta com moderna.;0)
Minhas vovós eram duas D. Bentas na aparência. Mas só na aparência. Porque, cada uma a seu modo, quebraram barreiras aparentemente intransponíveis pra época. Nossa geração é mesmo uma construção de nossas avós e mães.
ResponderExcluirPois é Vivien, estou mais para a avó do tipo da sua mãe.
ResponderExcluirA única diferença é que adoro cozinhar para os meus.
Mas gosto quando eles me chamam de "D. Véia",e não me sinto nada velha, cuido dos cabelos, uso shortinhos, uso biquini na praia, tenho uma vida sexual super ativa, com meu único parceiro e amor.
E sou feliz assim.
Beijos menina
Cláudia, o que será que a nossa geração vai deixar...? beijos.
ResponderExcluirAnna, acho que vou ser assim, moderna + cozinheira.;0)
ResponderExcluirÉ bem possível que o avental tivesse essa representação na minha vida. Entretanto hoje depois de todas as minhas realizações como mulher, mãe e profissional, posso me dar o luxo de ir para a cozinha,preparar um bom jantar para o Daniel,e ser elogiada, mas... evidentemente sem o avental.
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