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Eu estou aqui esperando o final da novela, como muitos brasileiros.Li no Estado de ontem - parênteses em tempo: só comprei porque a Folha tinha acabado, não leio o Estadiiinho - que alguns estão surpresos com o sucesso de público dos personagens Olavo e Bebel.
Como boa noveleira que sou,vou cá dar meus pitacos.Começando pelo óbvio, ambos são atores ímpares, talentosos até a medula,convincentes, carismáticos, dominam a cena, são impactantes, coisa e tal.Sobre o Wagner Moura,tanta gente já falou tanto...tenho pouco a acrescentar.Isso somado a criatividade de Gilberto Braga só poderia dar mesmo um bom caldo. E deu.
Apesar de algumas pessoas se indignarem com a popularidade dos vilões,c reio que o que chama a atenção - nesse caso - é a dose irresistível de humor com que ambos temperam seus personagens, humor sacana, inteligente, irônico.
A questão da sexualidade também é um item bacana, diferentemente dos mocinhos da trama, que se amam com a musiquinha mais brega do planeta ao fundo e em câmera lenta ( por que será que sexo entre "mocinhos" é sempre lento?), Bebel e Olavo esquetam a tela com cenas repletas de risos,de sensualidade divertida e despudorada.
Será que as cenas amorosas dos "mocinhos" da trama provocam alguma coisa ...além de tédio?
Alguém me disse que achou incrível que parte do público feminino gostasse dos nomezinhos pouco ortodoxos com que Olavo chama Bebel.Sério? Se surpreendeu mesmo? Alguém acha que chamar de princesinha é a melhor opção??
Gente, gente, Olavo precisa dar umas aulas ao público masculino...
Assim, no meu caso, descarto a interpretação de que o público está sem padrões morais e sem ética ...e outras observações do gênero.Particularmente, acho essa interpretação moralista,simplista e ingênua.
Creio que a ironia na medida, a humanização dos personagens ( que tem sangue nas veias e nem sempre são límpidos como anjos) e a sensualidade espontãnea ganharam um espaço privilegiado.
E Wagner Moura ganhou,com Olavo, definitivamente uma coroa de louros.