24 janeiro 2007
A minha viagem
Eu me lembro exatamente do dia que fui pegar o resultado do teste de gravidez, em 1992. Já contei isso aqui. Fui com uma amiga e quando li, gritei e pulei tanto, que as pessoas do laboratório vieram dar parabéns. Foi um dos dias mais felizes da minha vida.
Aqui cabe dizer que tenho lúpus e que a gravidez seria de risco. Assim, todo mundo, mas tooodo mundo mesmo, ficou muito preocupado. Eu os entendo. Mas queria que alguém ficasse feliz comigo, porque eu tinha sonhado com isso a vida toda.
Eu sempre desejei ser mãe. Acima de qualquer coisa, queria e quero ser mãe. Tudo está abaixo disso. E , naquele momento, era a possibilidade de realizar um sonho.
Naquela época, eu cantava "trem do pantanal" pro Daniel, cantei a gravidez toda e me emocionava muito com a tal música.
Por incrível que pareça, só no ano passado, percebi o que batia nessa música.Percebi que a viagem era mesmo só minha e que não consegui dividi-la com ninguém.
Não tive mimos de grávida, não dividi isso com meu então marido. Por opção dele.
Eu estava ótima: me sentia bonita, feliz, não tomava nada de remédio, tive parto normal e cuidei daquele bebezinho como se eu tivesse feito isso a vida toda. Mesmo nunca tendo carregado um bebe tão pequeno.
Não creio em instinto materno inato, concordo com E. Badinter, acho que é culturalmente construido. Mas suponho que algumas pessoas devam ter alguns desses instintos. Eu tenho.
Cantando "trem do pantanal", eu segui com a gravidez que tanto desejei. Em uma viagem muito peculiar, íntima e única.
trem do pantanal - almit sater
Enquanto este velho trem atravessa o pantanal
As estrelas do cruzeiro fazem um sinal
De que este é o melhor caminho
Pra quem é como eu, mais um fugitivo da guerra
Enquanto este velho trem atravessa o pantanal
O povo lá em casa espera que eu mande um postal
Dizendo que eu estou muito bem vivo
Rumo a Santa Cruz de La Sierra
Enquanto este velho trem atravessa o pantanal
Só meu coração esta batendo desigual
Ele agora sabe que o medo viaja também
Sobre todos os trilhos da terra
Rumo a Santa Cruz de La Sierra
Marcadores:
Daniel,
O lúpus e eu
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Vivien,
ResponderExcluirVocê me disse, qdo fiz, no meu blog, um post pra Cecília, que a canção de ninar do Daniel era esta. Agora, entendo porquê... Aprenderei, com Arnaldo, a linkar uma canção nos comentários pra colocá-la aqui.
bjo,
Clé
Cá entre nós, o Daniel começou bem. Essa música é LINDA.
ResponderExcluirE foi tema meu com um ex, mas ninguém precisa lembrar disso.:D
Instinto maternal inato eu acho inquestionável e não me convencerão ao contrário.
ResponderExcluirInstinto maternal culturalmente construído é quando uma mãe coloca seu bebê recém-cagado embrulhado em jornal numa caixa de papelão para "velejar" numa lagoa ou represa, como tem acontecido pelos Brasis afora.
bj, mamãe nota 10.
O instinto maternal e a intuição são as grandes armas da mulher
ResponderExcluirbjs
Oi Vivien, ainda bem q tu concordas com o instinto maternal cultralmente construído, o q não significa como disse o Guga ali em cima q se tenha q jogar uma criança fora. Eu por ex, nunca quis e nao quero ter filhos, por isso sempre me preveni, o q não quer dizer q se eu engravidasse por acaso mataria ou abandonaria a criança, apenas q não tenho a menor vontade de ser mão. bjos
ResponderExcluiradri,oi.
ResponderExcluirTalvez não tenha me expressado bem ou tenha sido muito 8/80 e generalizado, mas não disse que não exista o "instinto maternal culturalmente construído"(IMCC), tentei significar que é complementar ao "instinto maternal inato"(IMI).
Por exemplo, você mesma disse que nunca quis ou quererá ter filhos. Chamo isto de IMCC, respeito totalmente, além de entender. Mas se por acaso vc vir a ter filho(s) acredito mesmo que o tal do IMI faria vc repensar instantaneamente sobre essa não vontade, digamos, "não-natural". Talvez tenha ficado mais confuso, mas tentei.
Talvez seja uma visão só ligada
ao gênero( masculino) ou ao Horrível Ímpeto Masculino-Enxerido Nacional (HÍMEN). ahahahah
bj
Clelia, eu ja tinha mesmo te contado sobre a musica.0)
ResponderExcluirme ensine a linkar !!!
Menina, foi seu tema....conte isso.0)
ResponderExcluirjulio, tb acho. ;0)
ResponderExcluirGuga, eu náo acredito em instinto materno inato em todos, como nao acredito em nada que seja inato em todos.....posso te dizer que eu tenho um grande instinto materno, vc sabe disso, mas nao posso fazer dessa minha caracteristica, um dogma que tenha validade pra todas as mulheres.
ResponderExcluirAdri, foi isso que eu disse.;0)
ResponderExcluirGuga, vc sempre me faz rir...;0)
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ResponderExcluirPreciso da ajuda do Arnaldo, no passo-a-passo, pra poder ensiná-la. Deixe-o voltar de viagem (hoje ele está em Vitória/ES).
ResponderExcluirbjo,
Clé
Todo e qualquer instinto do ser humano eh filtrado pela cultura. Mas... em se tratando da Vivinha, ate o Levi-Strauss fica assim meio ultrapassado, nao eh minha amiga instintiva?
ResponderExcluirVivinha, vou te utilizar como exemplo de comportamento natural entre os seres humanos... rs
bjs
:o)
Clélia, obrigada..o blog vai ficar mais gostoso de ler com as músicas que quero linkar.
ResponderExcluirFrou, "amiga instintiva" foi´otimo...hahahahah
ResponderExcluirÔ vivinha, É Geraldo Roca, valeu?
ResponderExcluirGeraldo,muito prazer.;0)
ResponderExcluirVivinha,,,?????..rs