16 janeiro 2007

Sobre a diversidade


Foi muito divertido brincar com a enquete que fiz aqui na Casa.
Os amigos que participaram perceberam que eu poderia ser a mulher 3, que ironiza o presente, um livrinho péssimo de auto ajuda. Eu realmente achei que ela foi engraçada, espirituosa, disse pra ela que ia postar a fala.
Acho que esses amigos interpretaram muito bem o que eu desejo pra mim: não serviria pra mim. Pra mim.
Entretanto, a questão era a mulher 5. Ai entra a dificil percepção da alteridade, a dicifil arte de se ver Outro. Se há algo que se aprende ao fazer História é buscar perceber e respeitar essa diversidade. O que é muito complicado.
Acertaram todos que imaginaram que eu não me interessaria por alguém que lesse auto ajuda ou afins. Acertaram porque eu sempre me apaixonei e/ou envolvi com homens por quem eu nutria grande admiração.
Mais uma vez, não falávamos de mim. Falávamos da mulher 5, com outros paradigmas, outros valores. Nem melhores, nem piores, apenas diferentes do meu.
Assim, ainda que eu não me interessasse pelo fulano que estava ligando pra ela, ela estava toda interessada. E acho que deveria ir, deveria se jogar, deveria enfiar o pé no acelerador.
Gostos femininos são os mais variados possíveis, uma amiga minha faz a apologia dos gordos, outra me falava da necessidade de alguém espiritualizado, outra falava que só se envolve com militante.
De qualquer forma, o que acho que é válido pra todas é viver de forma intensa e arrebatadora, sem pestanejar, sem pensar "ligo ou não ligo?", "vou ou não vou?".
Se perguntar pra mim, vou sempre responder. Vai fundo.

"Você que fuma e não traga e que não paga pra ver....vou lhe rogar uma praga ...eu vou é mandar você...pra Tonga da Mironga do Kabuletê" ( Vinícius e Toquinho)


12 comentários:

  1. Como diria o Chico, Vivien:

    Ouça um bom conselho
    Que eu lhe dou de graça
    Inútil dormir que a dor não passa
    Espere sentado
    Ou você se cansa
    Está provado, quem espera nunca alcança

    Venha, meu amigo
    Deixe esse regaço
    Brinque com meu fogo
    Venha se queimar
    Faça como eu digo
    Faça como eu faço
    Aja duas vezes antes de pensar

    Corro atrás do tempo
    Vim de não sei onde
    Devagar é que não se vai longe
    Eu semeio vento na minha cidade
    Vou pra rua e bebo a tempestade

    Bom conselho
    Chico Buarque/1972

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  2. Anônimo8:30 AM

    'Vai fundo que dá pé.'
    bjão

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  3. Clélia, é esse o conselho que dou!;0)

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  4. Guga, é o que eu prego.;0)

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  5. eu também vivo super intensamente, acho que já vivi umas 4 vidas e nem estou na metade de uma ainda. Adirei todas e quero viver mais muitas, mas, por outro lado, confesso que o corpo e o rosto já estão dando sinais dessa intensidade, sentindo (e parecendo) mais velhos do que deveriam, o que me deixa chateada. Não vai dar pra viver as minhas próximas vidas nesta uma do mesmo jeitão atirado se o corpo não estiver afinadinho pra aguentar.

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  6. Maroto, tb me sinto vivendo várias vidas.;0)
    O legal seria se a gente pudesse ter controle total sobre isso.

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  7. *


    não vale.
    vc construiu todo o texto como se fosse uma fábula, e deu destaque para o final, em que a moral é dada pela mulher 3.

    mas eu concordo contigo: as pessoas têm que parar de encucar tanto e viver mais. não é fácil fazer, falar é mais seguro, mas esse é o exercício diário que não devemos esquecer.

    e no caso das mulheres, o sexismo atrapalha um pouquinho mais, né não?
    tem vontade, mas esbarra no que 'os outros vão pensar'. mesmo que não tenha nenhum outro olhando.



    *

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  8. (...) a dificil percepção da alteridade, a dicífil arte de se ver Outro. Se há algo que se aprende ao fazer História é buscar perceber e respeitar essa diversidade. O que é muito complicado.

    (...) Mais uma vez, não falávamos de mim. Falávamos da mulher 5, com outros paradigmas, outros valores. Nem melhores, nem piores, apenas diferentes do meu.


    Muito bem colocado, Vivien.
    E viva a diferença!

    bjo,
    Clé

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  9. Xôn, a "estrela" da história é a mulher 3, sem sombra de dúvidas...rsrs
    mas eu sou mesmo a mulher 2, e concordo com vc, as vezes, encanamos demais...um saaaaco! Eu acho que o negócio é desencanar. ;0)
    ( por outro lado...vcs homens são muito complicados, credo!)
    abç.

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  10. Clélia, ESSE é o ponto!!!!
    beijos.

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  11. Anônimo9:36 AM

    Exato, minha amiga!

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