11 maio 2009

Ser ou não ser? (Sempre a mesma questão....)













Eu estava lendo o blog da Rosely Sayão agora há pouco. Vejam que interessante - e angustiante - a observação que ela faz:

"Em tempos de ideais individualistas, vivemos uma contradição: priorizamos nossa autonomia, mas queremos compartilhar nossa vida com um outro.Valorizamos o relacionamento conjugal porque, ao se tornar a base das relações íntimas entre pessoas da mesma geração, pode ser um antídoto para a solidão típica do nosso tempo. Podemos dizer que o casamento ganha importância cada vez maior na vida dos adultos.O número de separações é grande, mas o de recasamentos também. O problema é que não sabemos muito bem como conduzir essa relação tão peculiar."


Pois é, momentos de alteração de categorias, mudanças de paradigmas, tendem a dar um certo tombo em todo mundo. E aí, pintam as mais variadas questões: tenho amigos dentro de casamentos convencionais que adoram, tenho amigos dentro de casamentos tradicionais que se sentem presos e sufocados, gente que só namora e não pensa em casar, gente que nunca namora,gays festeiros, gays caseiros, mulheres que trabalham e querem ficar em casa, mulheres que ficam em casa e querem trabalhar, mulheres que trabalham e gostam, gente que sofre porque não tem filhos, gente que nunca vai ter filhos por opção, tem de tudo.
De qualquer forma, a dificuldade dos relacionamentos é algo inegável. Quem - como eu e algumas amigas - conseguiu comprar e sustentar uma casa sozinha ou com filho, acha difícil conseguir dividir isso com outra pessoa.
O mais estranho é que mesmo alguns casais que tem muito em comum - como eu tinha com meu primeiro marido - podem ser devorados pelo tédio. Devo confessar que esse divórcio foi causado, em grande parte, por imaturidade de ambos, mas a vida é assim.
Ela não é cor de rosa com desenhos, como querem algumas pessoas. (Alguém realmente tem saco pra esse tipinho de gente?) Pode até ser, mas não é pra grande parte das pessoas.
Meu segundo casamento foi um "juntamento", diferentemente do primeiro, não oficializamos nada. O que tornou mais fácil a separação, ou pelo menos, menos burocrática. Mas, ainda que eu ache meu segundo marido bonito e inteligente - e eu acho - percebo como chegar em casa e encontrar paz é uma dádiva divina. Sem ter que conviver com mudanças de humor inexplicáveis e outras chatices. Paz mesmo. Delícia.
(Deculpa, N., mas você sabe que era terrível!) O engraçado é que durante todos os anos que fomos namorados, ele não era tão instável. Ou era, mas eu podia me resguardar disso, dentro da minha própria casa.
Eu adoro minha casa e minha vida, com todas as coisas que conquistei sozinha, por minhas próprias pernas, sem pegar carona no sucesso de outros. Sou eu-comigo.
A forma de lidar com o cotidiano, com as contas, com as regras, a maneira de colocar um vaso ou a cortina, as manias, tudo isso fica cada vez mais difícil de ser compartilhado. Pode vir a ser uma boa experiência, mas ainda assim, árdua.
Não que o casamento seja ruim por definição. Não. Difícil, entendiante muitas vezes, mas não ruim. Mas ainda que tenha qualidades - e certamente as tem - fico me perguntando se ainda nessas próximas décadas saberemos como preservar a individualidade que valorizamos, com um relacionamento afetivo saudável.
Mas eu acho que é possível. Conheço poucos cuja felicidade me convence realmente, que parece algo sólido e não pra inglês ver. Porque em tempos de internet, vocês sabem, o povo faz uma graça que só por Deus....(risos)...tendo que provar sei lá o quê, pra sei lá quem, todo o tempo, sem descanso. ( Haja tempo disponível, vamos combinar..)
Mas , enfim, eu ainda creio em felicidade à dois, acredito sim, não costumo ver muita ...mas.. adoraria que um geek bonitão me ensinasse a brincar de casinha.
Aposto que seria divertido, duvido que seria perfeito, creio que seria humano.
Porque é assim que rola, não é?

20 comentários:

  1. Humano!
    É essa a palavra que ajuda muito uma vida a dois.
    Entender as humanides do outro e as nossas próprias.

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  2. Anônimo11:31 PM

    O problema é que tá todo mundo doido! rs
    Mas os doidos também amam.

    bjs
    Frou

    :o)

    Ps: em plena alucinação das correções finais...

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  3. Pois é minha amiga, a vida a dois é complicada mesmo. Já fui casado com o chamado papel passado e não deu certo. Estou amigado há mais de 16 anos e vamos levando, considerando que o respeito mútuo se faz necessário, mas que é complicado e haja paciência, isso sim...

    Um ótimo domingo

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  4. ***Tati Gurua, é esse o pulo do gato.;0)
    beijos.

    *** Frou, as loucas também,haha..;0)
    beijos.

    ***Ronald, alguns relacionamentos não valem a pena, na hora da balança, o lado do inferno cotidiano pesa muito.
    Mas quando o relacionamento é sadio, concordo com vc, há que se ter paciência para que ele dure.
    beijos.

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  5. juro que eu não entendo porque alguém que está tão feliz quanto tu iria arriscar estragar tudo deixando o geek entrar pra ficar. Sério. Não que um geekzinho chegando para jantar ou acordando contigo de manhã cedinho não seja uma boa idéia, claro que é. Mas o geekzinho indo pra casinha dele quando você está de TPM ou com enxaqueca ou o Daniel está irritado e comprando encrenca também é bom à beça, né, não?

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Urubua, isso eu sei.;0)
    Só disse no texto que seria legal aprender algo diferente.
    beijocas.

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  8. Eu tinha me separado depois de um casamento de 23 anos. Estava feliz! Dona do meu nariz! (Rimou!!)

    Quando reencontrei meu atual fiquei morrendo de medo de morar junto, estas coisas... Mas até que tá bem bom!!

    Beijo!

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  9. querida, eu namoro há 6 anos e neeeeeeeem penso em casar.

    adooooro ficar sozinha quando quero.

    beijos e boa semana

    MM.

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  10. ***Ana, sei como se separar envolve coragem. Mas 23 anos...envolve coragem mesmo!
    Felicidades com esse amor. Um beijo.


    ***Mônica, esse sempre foi o que "pegou" nas vezes que casei...tem um momento que a só de ver a outra pessoa ( de novo..e de novo...e de nooovooo...) já me deixava com vontade de sair correndo pela rua.
    Esse é o problema: como adaptar a necessidade da privacidade e individualidade com a vida à dois?
    beijocas.

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  11. Vivinha,
    Sei l� enteeeende??????
    Bjs
    Mam�e

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  12. Mãe, eu tb não sei...rs
    beijos.

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  13. Ainda existe muita gente que acha que casamento eh facil, e acho que eh esse tipo de gente que acaba separando por bobagem. Outro dia um amigo veio comentar, meio preocupado, que desde que tinha ido morar com a namorada, de vez em quando ficava puto com ela. Eu falei que era normal, e perguntei "Mas vc tava achando que ia ser facil?" Resposta dele: "sim!"

    Sobre as dificuldades, eu nao sei se nao maiores ou menos do que viver sozinho. Sao coisas diferentes, e eu nao considero nenhuma mais facil que a outra. Eh que nem casamento aberto ou fechado - os dois sao arranjos dificeis de manter, e cada casal decide qual eh o mais adequado.

    Eu acho que fato de eu e Marido sabermos que nao eh facil ja eh uma grande coisa :)

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  14. ***Bárbara, acho que esse é o ponto.
    No meu segundo casamento eu tinha um cotidiano de problemas e brigas, então e´fato, não rolou.
    Mas o primeiro foi pura imaturidade e panaquice...minha e do meu então jovem e tolo marido.
    ;0)

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  15. Pois eh, concordo com vc. Nao faco ideia como aquelas pessoas que casam com o primeiro namorado conseguem fazer o casamento durar :) (e algumas conseguem muito bem) Eu na epoca do primeiro namorado era muito (mais) imatura, nossa!

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  16. ***Barbara, acho que o fato é que algumas pessoas não fazem necessariamente seu casamento durar...algumas pessoas SUCUMBEM ao seu casamento...rs

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  17. hahahaha, bom ponto! :) Eh, tem esses casos tambem...

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  18. ***Barbara, vamos combinar, esse grupo é o majoritário, infelizmente.
    Por isso fico feliz em ver casamentos bacanas, uma luz no fim do túnel que NÃO é um trem..haha.

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  19. hahahaha!!! cara, nao tenho opiniao a respeito disso, como disse estou casada ha miseros 4 anos. Daqui a uns 20 anos eu posso dar minha opiniao :) Por enquanto, estou so observando e aprendendo.

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  20. ***Barbara, eu tenho a "teoria dos dois anos". Pode crer, casamento quando não rola, nos dois primeiros anos, o casal já saca isso, na maioria das vezes. Já dei uma "investigada" básica e todos que eu conheço que se separaram ( às vezes com dez, quinze anos de casamento) já tinham problemas antes do segundo ano.
    Vc está fora desse grupo.;0)
    Beijos.

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