19 fevereiro 2007

Sobre a Solidariedade


Um amigo me perguntou porque eu chutei o pau da barraca e falei aquilo tudo no post anterior, sendo que poucos amigos, nesses anos, sabiam que eu já fazia quimioterapia.
Bom, a própria pergunta engloba a resposta: porque eu chutei o pau da barraca. Foi um foda-se geral.
Mas funcinou muito, muito mesmo.
Escrevendo aqui meu medo - e quando escrevi eu estava no auge da sensação - expurguei um pouco o que estava me sufocando. E junto com esse exercìcio de colocar tudo pra fora, sempre sugerido por minha amiga Tati, veio essa leva de solidariedade incrivelmente tocante pra mim.
Um monte de gente tentando dar um apoio, das mais variadas formas, mas com algo em comum: com a ponte, com a ligação, que faz com que a gente não se sinta sozinha dentro do medo.
Eu vou fazer os chatos e demorados exames e saber exatamente em que grau está. Acredito que se eu me tratar corretamente, posso retardar ese processo em muito tempo. Vou fazer o possível pra isso, aliás.
De qualquer forma, acho que é um momento pra refletir e fazer aquele balanço básico da vida.
Uma coisa eu já tinha e isso piorou: a pressa, a pressa.
A última vez que me apaixonei, disse pra ele que não tinha tempo a perder, que odiava o limbo, odiava o talvez. E é isso mesmo. Odeio mesmo, tenho uma pressa incrível de viver e agora, opa, mais do que nunca.
Bom, vou mudar de assunto e escrever sobre outras coisas. Só quero deixar registrado o quanto os comentários dos amigos aqui me fizeram bem.
Como dizia o filósofo Pernalonga " Por enquanto é só, pessoal!!!"

10 comentários:

  1. Um monte de gente tentando dar um apoio, das mais variadas formas, mas com algo em comum: com a ponte, com a ligação, que faz com que a gente não se sinta sozinha dentro do medo.


    Vivien,

    Isto me lembrou uma linda canção de Luiz Carlos da Vila:

    Além da Razão
    Sombra, Sombrinha & Luiz Carlos da Vila


    Por te amar eu pintei
    Um azul do céu se admirar
    Até o mar adocei
    E das pedras leite eu fiz brotar
    De um vulgar fiz um rei
    E do nada um império pra te dar
    E a cantar eu direi
    O que eu acho então o que é amar

    É uma ponte
    Lá para o longe do horizonte
    Jardim sem espinho

    Pinho que vai bem
    Em qualquer canção
    Roupa de vestir
    Qualquer estação
    É uma dança
    Paz de criança
    Que só se alcança se houver carinho
    É estar além da simples razão
    Basta não mentir pro seu coração

    bjo,
    Clé

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  2. Anônimo10:47 AM

    Vi, acho que fizeste muito bem de desabafar no seu blog, nao se pode ter medo sozinha, na se pode passar uma vida com medo, sem ao pelo poder escrever...Fizeste bem, de uma certa forma se sentiu acariaciada, querida ate por pessoas que nem seguer imaginava....e essa batalha d avida vai ser mais uma a ser vencida com valentia, com medo, com risos e lagrimas e se precisar chutando o pau da barraca e falando e escrevendo mil palavroes...
    Muita força minha amiga...beijinhos grandes d outro lado do oceano

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  3. Vivien eu não conhecia e ainda não conheço nada a respeito dessa doença, mas agora eu já sei que o apoio das pessoas que estão próximas a você é fundamental para que você passe por isso da maneira menos traumática possível. Eu sei que sou só uma amiga virtual sua, mas se existir algo que eu possa fazer pra que você se sinta melhor, quero que você saíba que pode contar comigo.

    Um beijo grande pra você

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  4. Emoção é como água. Se fica parada, apodrece.
    Por isso que eu sou discípula assumida da religião" Põe pra fora".
    Tá com raiva? Espume.
    Tá triste? Chore.
    Tá feliz? Salte poças e cante na chuva.
    Quer xingar? MAs xingue até em esperanto, mas ponha pra fora o que te incomoda porque alivia o peito mesmo.
    E sempre é possível ter uma história dessas, como a tua, usada de exemplo, de força, de farol. Histórias como essa fazem as pessaos se conectarem. E o que o mundo precisa não é disso?
    Gente unida por uma causa, por um desejo de ajuda, de força, de carinho?
    Isso não é lindo?
    É lindo sim.
    Tua coragem de colocar no blog a tua história te ajuda e ajuda a tantos outros. Ajuda aqueles que estão em alguma situaçãom parecida e ajuda também aqueles que descobrem que podem ser uma mão amiga, uma palavra de afeto.
    Isso aí, minha querida.
    Tá todo mundo junto nesse mesmo barco.

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  5. Clélia, não sei como vc consegue.;0)
    Vc é nevrálgica.

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  6. Dri, o Xôn já disse que blogar é meio terapia coletiva...e foi mesmo.;0)

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  7. Márcia, faz tempo que relativizei o conceito de amizade, muitos dos amigos "virtuais" estão presentes tão intensamente em minha vida, que seria absurdo dizer que são "só" virtuais. São amigos e ponto.;0)
    Eu sempre gostei demais de ler seu blog, morro de rir com seus comentários bagunceiros e fico muito feliz em ver vc por aqui.;0)

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  8. Tati, essa onda de solidariedade me fez muito bem.
    E eu vou seguir mesmo seu conselho, colocar tudo pra fora e xingar, até em esperanto...!!!
    ( como se diz caralho em esperanto???)
    ;0)

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  9. Estamos por aqui, minha querida.
    Beijo grande.

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