29 abril 2011

Aborígenes












Sempre que passei na Oscar Freire, fiz isso de carro. Na semana passada foi a primeira vez que andei com meus lindos pezinhos por lá. Outro mundo, crianças. Eu me senti dentro da Convenção Republicana, dentro de um jantar do DEM, um chá da Rosane Collor, ou qualquer uma dessas coisas risíveis e desprezíveis.
Algo me lembrou muito, muito alguns textos do Alex Castro. Aqueles textos em que ele fala sobre sua antiga "vida de rico". Mas rico de verdade, viu, leitor? Não essa classe média caipira que acha que tem grana. Nada disso.
Segundo o Alex, o tal rico e seus riquinhos juniors tem a firme convicção de que as outras pessoas estão no mundo para servi-lo. Sua relação com as outras pessoas é pautada por isso.
Assim, os caras simplesmente acreditam realmente que as demais pessoas devem ser subservientes, prestativas, servis. Ficam em choque quando alguém não quer assumir essa posi.ção. O interessante é ver pessoas que não estão presas nessa redoma: se pensarmos nos jovens guerrilheiros da Ditadura, todos de classe média ou alta, mas que não se submetiam ao simplismo de defender sua classe e suas manhas. Gente que saiu do seu condominio mental, como dizem.
Mas grande parte está lá, falando com as pessoas sem olhar, rindo dos garçons, humilhando empregadas, gritando com funcionários, sofrendo horrores porque sua bolsa de griffe demorou para chegar ou o café estava imperfeito.
Entendendo isso, fica fácil perceber como as conquistas democráticas e sociais ocorridas no governo Lula não tem, para eles, a menoooooor importância. E eles lá querem saber se tem moleque morrendo de fome? Ah, faça-me o favor, eles tem mais o que pensar, como por exemplo, gastar grana na Oscar Freire. Gastar, comprar, se transformar em uma marca vendável, fazer bronzeamento artificial e ficar cor de laranja, fazer clareamento nos dentes e parecer um cavalo de raça, colocar peito de silicone, tomar bomba pra ficar "sarado", colocar seu óculos escuros e realmente, realmente mesmo, não enxergar p*** nenhuma.
Sério, leitores amados, as pessoas são muito estranhas.



8 comentários:

  1. Oi Vivi!!
    Passeando na Oscar Freire hein!!!! Assim vc prova que não é a 'esteriótipo da intelectual pobre e caipira' kkkkkkkkkk
    PS: quase chorei a hora em que o playboy rasgou 150 paus....kkk
    Bjs,
    Mara

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  2. Anônimo9:16 AM

    Oi?!?
    Oi?!?

    E vc viu que o cara que rasga dinheiro faz cara de bravinho?

    bjs
    Frou
    :o)

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  3. Sempre achei a Oscar Freire risível. É um parque de diversões, onde certas pessoas vão para esquecer que estão no terceiro mundo. Paga-se os olhos da cara para se ter a ilusão de que está no Soho nova-iorquino ou londrino. Eu acho graça das madames e dos caras vestidos no estilo europeu, mas com compartamento latino. Falam alto no celular, furam fila nos restaurantes, desrespeitam no trânsito e tratam mal os vendedores. Quando vou a Sampa, costumo ir lá para comprar na Adidas. E me divirto com o clima ridículo. A Oscar Freire não é para se levar a sério. Deixe eles se iludirem.
    Quanto os famintos Brasil a fora, eles precisam lutar e buscar condições melhores e não ficar esperando que o governo ou os riquinhos façam algo por eles. Quem está na pior e não luta para melhorar sua vida, merece tanto respeito quanto os ridículos da Oscar Freire.
    bj

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  4. ***Frou, de uma hora pra outras, passaram a ser surdos e o cara é um bosta....
    beijos.


    ***Marita, faltou vc, seria milhões de vezes mais divertido ouvindo vc comentar sobre aquelas pessoas...rs
    beijos.

    ***Julio, como dizia Betinho, "quem tem fome, tem pressa". Não imagino colocar os dois no mesmo saco, pois a pobreza miserável quase imobiliza. Tb acho que o boom de empregos criados nesses últimos tempos tem mudado a cara dessas regiões mais críticas.
    beijos.

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  5. O pior é que uma das escolas que trabalho tem esse perfil. Já passei por situações inusitadas: depois de trabalhar com argila eu pedi pra faxineira uns panos pras crianças limparem as mesas. A moça me olhou apavorada, o que pra mim era normal deixou a moça com medo de perder o emprego. Hoje as meninas da limpeza já acostumaram, mas percebo que me acham estranha.
    Nesse dia muitos meninos me declararam que era a primeira vez na vida que eles limpavam alguma coisa. Acho assustador e fico sempre esperando um pai ir na escola reclamar da "louca de história".

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  6. O vídeo me deixou enojada, o pior é que "vi" muitos alunos lá.
    Trabalho em ambientes tão contraditórios: uma escola construtivista cheia de filhos de intelectuais, uma escola de riquinho e um pré comunitário. É de pirar, rsss

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  7. ***Cecy, entendo perfeitamente o que vc diz. Trabelhei em uma escola construtivista em Campinas, cheia de filhos de intelectuais de esquierda. Menina, que incoer~encia....
    Uma vez, ainda estudante, fui monitora de um curso no bosque da cidade, um curso sobre ecologia. Bom, as crian;as de escolas particulares achavam absurdo que a gente n'ao carregasse suas mochilas e materiais. Juro!
    beijos.

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  8. Vivinha
    Provavelmente la estava um monte de Clo e Jessica comprando, comprando para melhorar seu dia atribulado de NADA.
    Bjs

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