29 abril 2011
Gilberto Braga lado A e lado B
Se a novela é de Gilberto Braga, eu nem vou pestanejar, vou ver porque será ótima. A lista de produções que saem daquela careca é grande e bela, nem preciso me dar ao trabalho de citar.
E nessa última - Insensato Coração - ele confirma seu talento para a teledramaturgia.
Acertou com a comunidade negra ao colocar como garanhão voraz um homem negro. Como já dizia o editor da revista Raça, para além de discutir o racismo, há que se trabalhar a imagem do afrobrasileiro, combatendo, assim, os discursos conservadores, tolos e burros que permeiam a fala racista.
Acertou com a comunidade gay: a múltipla tipificação vai desde o divertido de plantão - aquele que tem tiradas sardônicas, rápidas e irresistíveis - passando pelo bem resolvido profissional, apresentando alguns dentro do armário e criando um universo em torno disso. Sem falar do grotesco homofóbico, anacrônico e reprimido. Tudo correto, em cima, na veia.
Acertou demais na estrutura da trama: personagens que entram e saem no decorrer na história, dando leveza e revigorando as tramas secundárias com charme.
Mas errou com as mulheres. Vixe. A protagonista é uma pentelha - verdade seja dita, seu par também o é - a profissional da vez, apesar de aparetemente bem sucedida, era monotemática no esqueminha "vou conquistar o fulano". Mantra repetido pela peseu frigida Leila que descobriu o sexo e decidiu caçar o santo milagreiro.
Apesar de eu temer parecer ser moralista, o fato das mulheres da novela - aos milhões - fazerem sexo com qualquer um a qualquer hora me confunde: é pra parecer controle do seu próprio corpo ou trivialização do sexo no limite mais pirado?
Estilo: oi, bom dia, quer subir no meu apê? E o cara pega? Inacreditável.
A personagem Bibi, apesar de realmente engraçada, seria uma personagem caricatural e isso funcionaria, creio, mas dentro desse contexto, não sei. O que me incomoda é isso, grande parte das personagens femininas ou fala de homem, ou corre atrás de um....ou é uma chata padrão,no melhor estilo mulher tpm. Sobram poucas personagens fora desses estereótipos.
No mais, insisto que minha dúvida em relação a promiscuidade não se restringe ao comportamento feminino: o mundo mudou tanto e eu é que não sei? Todo mundo agora vai pra cama com estranhos todo dia, tipo escovar os dentes? Que medo.
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