10 julho 2007

in memoriam


Vim na Unicamp pra imprimir uns textos: abro a página principal e leio "Morre professor expoente na área de História da América". Na hora, pensei: droga, o Bruit morreu. Fui lá ler a matéria e vi que, infelizmente, estava certa.

O texto da redação do site da Unicamp, publicado hoje diz o seguinte:


"Morre professor do IFCH expoente na área de História da América

[6/7/2007] Morreu anteontem (4) em Campinas, aos 71 anos, o professor da Unicamp Héctor Hernan Bruit, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e um dos fundadores do Centro de Memória (CMU) da Universidade. Livre-docente da Unicamp, Bruit veio ao Brasil como professor visitante para lecionar na Unesp de Marília. Desde 1976, até aposentar-se, em 2001, atuou no IFCH da Unicamp como professor de História da América. Era considerado um dos expoentes sobre o tema no país. Seu último trabalho foi a coordenação acadêmica do curso A Invenção da América Latina, realizado no Memorial da América Latina no primeiro semestre de 2007. Bruit era chileno naturalizado brasileiro.

Héctor Bruit fundou em 1987 o Centro de Memória em colaboração ao professor Amaral Lapa, exercendo cargos de vice-diretor, coordenador do Núcleo de Estudos Regionais e coordenador de pesquisas. Atuava como professor convidado do IFCH, mantendo orientação de mestrandos e doutorandos e também como pesquisador do CMU, desenvolvendo projetos junto à Área de Arquivos Históricos, dentre eles História da Alimentação em Campinas, com a publicação do livro Delícias de Sinhá, a ser lançado em breve pelo CMU. Publicou ainda os livros Revoluções na América Latina, e Bartolome de Las Casas e a Simulação dos Vencidos. Bruit era chileno naturalizado brasileiro. O pesquisador deixa saudade na Unicamp, que visitou pela última vez em 3 de abril."
(Da Redação)





Fui aluna de Bruit e ele foi um professor singular.Fazia o estilo durão, algumas vezes era realmente duro demais. Muitos tinham até medo dele. Eu tinha.
Mas suas aulas eram maravilhosas, os textos discutidos marcaram minha formação de forma indistutível Foi a primeira vez que discuti alteridade de forma efetiva.
Seus elogios eram pontuais e rigorosos, sua ética inabalável. Esse era o Bruit.
Junto com Amaral Lapa - outro professor já falecido - desenvolveu projetos no Centro de Memória que são cruciais para o estudo de História no Brasil.
É estranho ver as pessoas irem.

26 comentários:

  1. Anônimo10:25 AM

    Não tive aulas, mas conheci o Amaral Lapa, de texto, de livros, de palestras. Bruit não conhecia. Fica sempre um vaziozão quando um grande mestre se vai. Que bom q a UNICAMP tá fazendo bela homenagem a ele. Nos livros, nos ditos, no q os alunos aprenderam a eternidade de um mestre. Beijo mestra!

    ResponderExcluir
  2. Sibila, fui aluna de ambos e tive a oportunidade de participar de duas pesquisas no Centro de Memória. Cada um com seu estilo, marcaram época realmente.
    beijos, historiadora.

    ResponderExcluir
  3. Carol,acho que ele ainda poderia ter uns bons anos pela frente. :0)

    ResponderExcluir
  4. Meu! To de luto! O Bruit, junto com o Alcir e o grande mestre, sao as minhas 3 grandes referencias. Meuuuuuuuuu! Que merrrrrrrrrrrraaaaaaa!!!
    Viva o OUTRO e toda uma nova visao de mundo que ele me ofereceu!
    Merda de vida! Os caras chegam, reviram a nossa vida e morrem. Serah que alguem disse pra eles que eles fizeram a diferenca? Espero que sim! De verdade! Eu nao fiz isso, mas espero que alguem tenha feito. E eu nao tinha medo do Bruit.
    Um axe pro meu professor do coracao!
    Vivinha, puuta vida!
    Vou pra tua casa.
    bjs

    ResponderExcluir
  5. Anônimo2:12 PM

    Não! Estranho é ir embora sem deixar uma marca, nem que seja num único ser humano.

    Beijos

    ResponderExcluir
  6. Anônimo2:36 PM

    Vivien, conheci seu blog hoje. Estou gostando muito. Sou Aline,de BH, tenho 35, formada em psicologia e estou por aí, procurando um caminho...
    Tudo de bom prá você!

    ResponderExcluir
  7. Por mais que faça parte da vida, a gente nunca está preparado, não é??? Também senti quando soube de alguns professores meus, muito bons, que já se foram.

    Beijão, querida!

    ResponderExcluir
  8. Frou, como a gente conversou ainda hoje, acho que mesmo não verbalizando a importância deles naquela época, mostramos isso de várias formas.
    E o bacana de tudo isso é ver como o trabalho dele chegou até a gente, até nossos alunos.;0)

    ResponderExcluir
  9. Sandra, ele deixou boas marcas.;0)

    ResponderExcluir
  10. Luciana, acho que nunca vou deixar de temer profundamente a morte.

    ResponderExcluir
  11. Anônimo5:20 AM

    Que tristeza!

    ResponderExcluir
  12. No fim do ano passado também perdi um ex-professor muito querido. Seo Armênio foi um dos meus três professores de violão, um cara que gostava de violão clássico e chorinho, compositor, grande figura, vai fazer falta. Posso imaginar como estejas se sentindo.

    Beijos.

    ResponderExcluir
  13. Vivinha,
    Lamento bastante, mas este professor deixou o solo fértil, jamais morrerá, triste daquele que não deixa sequer o próprio rastro.
    Bjs
    Mamãe

    ResponderExcluir
  14. Teresa, muito triste mesmo.

    ResponderExcluir
  15. Tiago, dá pra ver no seu blog como a música é fundamental pra vc, sinto muito por ele.

    ResponderExcluir
  16. Mãe, eu estava falando sobre isso com a Frou ontem.

    ResponderExcluir
  17. Vivien, essas são as pessoas que marcam. As duras. Às vezes confundimos os mtraços de personalidade. A dureza às vezes é excesso de substância, implacável com o status quo. Vejo assim. Meu falecido pai era duro, rijo como um tijolo. E inflexível com as falhas de caráter. Quisera ter sido minimamente parecido com ele.
    Meus filhos às vezes reclamam de minha rigidez. Fico feliz com isso. Ao menos em parte repito os passos do meu pai, meu mestre.
    Um beijo, menina
    (desculpe se me excedí, ok?)

    ResponderExcluir
  18. Vivien,
    Acho que sentimos bastante parecido. Nenhum de nós dois entende ou aceita a morte, "morremos" de medo dela. De qualquer maneira, como de certa forma a Maria Helena já pontuou, ficam os rastros do que ele plantou. A melhor arma contra a morte é a memória.
    Beijão

    ResponderExcluir
  19. Morte é sempre coisa estranha. Por mais que seja algo recorrente, é difícil de se acostumar.

    ResponderExcluir
  20. Valter, não faça cerimônia, vc sabe que aqui é a casa da mãe joana..ehehe
    Acredito que seu pai adoraria ler isso que vc escreveu.;0)

    ResponderExcluir
  21. Lord, belíssimo comentário. Mnémosine é mesmo fundamental pra combater a Morte.;0)

    ResponderExcluir
  22. Claudia, há alguns anos li que em alguns países na Africa, quando se morre de morte natural e tendo uma boa vida, isso deve ser comemorado, relembrado.
    Acho bonito, mas dificil de fazer.
    bj.

    ResponderExcluir
  23. Anônimo7:15 PM

    Eu não sabia que o Bruit tinha morrido!!! Que pena!!! Mas eu tinha medo dele.........

    ResponderExcluir
  24. Mara, uma grande perda mesmo..beijos.

    ResponderExcluir

Queridinho, entre e fique à vontade: