29 março 2007

Tempo de viver II


Como eu disse no post anterior, estou

meio de bode com minha dissertação. Mas foi ótimo ter dito isso aqui, muitos comentários me fizeram refletir sobre isso, esse processo foi importante para esssa caminhada.

Como eu já disse, esse blog é terapêutico pra mim.

Fiquei pensando nas outras dissertações, nas dissertações que eu não fiz, que eu flertei, mas não namorei.

A primeira vez que trabalhei com pesquisa, logo descobri uma grande paixão pela imprensa anarquista. E dá-lhe horas enfiada no arquivo Edgard Leuenroth, lendo a Plebe, Spártacus, tantos outros. A idéia, a princípio, era comparar a concepção que os anarquistas tinham de imprensa e a concepção que aparecia em jornais como o Correio da Manhã, chamado por eles de imprensa burguesa. Foi trabalhando com essas fontes que escrevi meu primeiro artigo e apresentei em uma anpuh, na UFF.

Mas desisti. Ainda não sabia por que faria aquilo. E essa necessidade, de saber "por quê" e "pra quê", me levou a tomar outro rumo.

Trabalhei em um projeto sobre a expedição Langsdorff. Adorei. Por uns tempos li muitos viajantes e pensei em escrever sobre eles.Desisti também.

Por último, quando estava dando aulas pra turmas de História, trabalhei com Brasil Colônia. Nessa época, estava fascinada pelas freiras visionárias, aquelas (histéricas, provavelmente) que tinham transes e visões. Conversei com a Leila Mezan sobre isso, depois de ler seu belíssimo trabalho sobre religiosas no Brasil colônia. Mas, não. Não rolou.

Precisei esperar anos pra ter certeza do meu tema, do tema que acredito, com o tema que vai afetar minha vida profissional. E se eu puder fazer isso, a vida profissional de outras pessoas.

Quando me vi envolvida com o rpg e com a sala de aula, vi de onde queria olhar a pesquisa. Queria a sala de aula, queria olhar de dentro da sala de aula. Sei que esse momento morno, é parte do processo, como meus queridos amigos me mostraram em seus atenciosos comentários.

E sabe o que mais? Coisas mornas também são gostosas.

11 comentários:

  1. nao acho que pesquisa tem que ter por quê e pra quê.. quer dizer, precisa só pra justificar os projetos etc. mas pra mim pessoalmente não precisa... mas minhas pesquisas são movidas a idiossincrasias... e como sou muito teimosa, vai ver q é por isso q nao largo nem desisto delas.

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  3. Adriana, quando eu não estava convencida efetivamente do "por que" eu estaria pesquisando aquilo, me sentia profundamente incomodada.
    De mais a mais, eu enjoo de coisas e pessoas com muita facilidade, sei que é um defeito, mas eu sou assim.
    E a questão era comigo: eu precisava saber o que eu faria com aquela pesquisa. Agora eu sei.
    beijos.

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  5. Anima
    Milton Nascimento & José Renato


    Lapidar
    Minha procura toda
    Trama lapidar
    O que o coração
    Com toda inspiração
    Achou de nomear
    Gritando: alma

    Recriar
    Cada momento belo já vivido
    E ir mais
    Atravessar fronteiras do amanhecer
    E ao entardecer
    Olhar com calma,
    Então

    Alma, vai além de tudo
    Que o nosso mundo ousa perceber
    Casa cheia de coragem, vida,
    Tira a mancha que há no meu ser
    Te quero ver
    Te quero ser
    Alma

    Viajar nessa procura toda
    De me lapidar
    Neste momento agora de me recriar
    De me gratificar
    Te busco, alma, eu sei
    Casa aberta
    Onde mora o mestre, o mago da luz
    Onde se encontra o templo que inventa a cor
    Animará o amor onde se esquece a paz

    Alma, vai além de tudo
    Que o nosso mundo ousa perceber
    Casa cheia de coragem, vida,
    Todo afeto que há no meu ser
    Te quero ver
    Te quero ser
    Alma


    anima [Latim, 'sopro'; 'alento', 'alma']
    S. f. (substantivo feminino)
    1. Na psicologia junguiana, o princípio feminino da psique do ser humano. [Cf. animus]

    animus [Latim, 'princípio espiritual', 'pensamento', 'mente'; 'ânimo']
    S. m. (substantivo masculino)
    1. Na psicologia junguiana, o princípio masculino da psique do ser humano. [Cf. anima]

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  6. ânimo [Do lat. animu.]
    S. m.
    1. Alma, espírito, mente.
    2. Gênio, índole: homem de mau ânimo.
    3. Disposição resoluta e inalterável, em face de situações difíceis; coragem: cobrar ânimo para vencer.
    4. Intenção, vontade.
    Interj.
    5. Coragem, força, eia, sus.

    animar [Do lat. animare.]
    V. t. d.
    1. Dar alma ou vida a: Narra a Bíblia que Deus, soprando o barro, animou o homem.
    2. Dar vida, aparência de vida, a: animar um quadro.
    3. Dar ânimo, coragem, vigor, força, a.
    4. Imprimir movimento, aceleração, a.
    5. Dar animação, vivacidade, a: animar um diálogo.
    6. Desenvolver, fomentar: animar a indústria, o comércio.
    V. t. d. e i.
    7. Incitar, estimular, encorajar: Os bons resultados o animam a prosseguir.
    V. int.
    8. Criar ânimo; cobrar esperança; animar-se.
    V. p.
    9. Cobrar alento, ânimo, esperança; animar.
    10. Adquirir vida, expressão, movimento: Com a chegada dos reforços, os semblantes animaram-se; "A estância desolada animava-se por algumas horas." (Euclides da Cunha, Os Sertões, p. 481).
    11. Adquirir vida, animação, vivacidade: Passados os primeiros momentos, as conversas animaram-se.
    12. Resolver-se, decidir-se, deliberar-se; atrever-se.

    [Pres. ind.: animo, etc.; pret. imperf. ind.: animava, .... animáveis, animavam.]

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  7. Clélia, me diz...COMO vc consegue fazer isso??????
    Perfeito.

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  8. Achei que tinha a ver... pra te dar ânimo!
    bjão,
    Clé

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  9. Ainda sobre o tempo...

    Tempo Rei
    Gilberto Gi


    Não me iludo, tudo permanecerá do jeito que tem sido
    Transcorrendo, transformando
    Tempo e espaço navegando todos os sentidos

    Pães de Açúcar, corcovados
    Fustigados pela chuva e pelo eterno vento
    Água mole, pedra dura
    Tanto bate que não restará nem pensamento

    Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei
    Transformai as velhas formas do viver
    Ensinai-me, ó, pai, o que eu ainda não sei
    Mãe Senhora do Perpétuo, socorrei

    Pensamento, mesmo o fundamento singular do ser humano
    De um momento para o outro
    Poderá não mais fundar nem gregos nem baianos

    Mães zelosas, pais corujas
    Vejam como as águas de repente ficam sujas
    Não se iludam, não me iludo
    Tudo agora mesmo pode estar por um segundo

    Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei
    Transformai as velhas formas do viver
    Ensinai-me, ó, pai, o que eu ainda não sei
    Mãe Senhora do Perpétuo, socorrei

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  10. Anônimo6:46 PM

    Nossa, mundo pequenininhoo pra caramba! Vi que você passou pelo meu blog e vim passear aqui. E descubro que vc foi veterana minha (sou da turma de 94) e que trabalhou com Langsdorff (tema do meu TCC que a Silvia Lara orientou), pesquisou no AEL (organizei o Ibope lá entre 2000 e 2002...
    Tô boba até agora..hehehe
    Beijo!

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