Faz mais de vinte anos, eu tinha dezesseis anos e trabalhava em uma empresa que funcionava 24 h por dia. Literalmente. Meu turno era das seis ao meio dia, tinha conseguido essa pseudo-promoção aprendendo a digitar na hora do almoço: passei então a trabalhar como digitadora e em turnos de seis horas.
Nosso grupo era formado por meia dúzia de pessoas, o mais velho, o meu "chefe" - eles adoravam distribuir carguinhos porcaria pra ver se conseguiam controlar a turba assassina de funcionários - deveria ter pouco mais de vinte anos.
Os outros funcionários chegavam às oito: tínhamos , então, duas horas sem vigilância.
Começamos comprando coisa na padaria e fazendo um café da manhã coletivo. Mas isso começou a ficar cada dia mais longo, cada dia, enrolávamos mais.
A estratégia era a seguinte: ligávamos os pcs e ficávamos vagabundeando, até quase oito horas.
A nossa média de produtividade caia a cada dia, e "ninguém" sabia o motivo....
Digitadores tão rápidos perdendo produtividade...um mistério.
O mistério foi descoberto um dia. Estávamos na recepção: todo mundo deitado pelos sofás, eu , sem sapatos, com a cabeça no colo do meu "chefe", que mexia no meu cabelo ( ô, delicia) e ainda cantava pra mim. Tempinho bom....
A porta fez um barulho, não dava tempo de correr, apesar de alguns terem tentado: um dos donos havia chegado.Foi aquela situação constrangedora em que ninguém sabe o que dizer.
Quem tentou correr, foi pego no meio, tipo desenho animado. Levantamos vermelhos, sem dar nem desculpa. Eu calcei meus tênis - porque nessa outra vida eu usada tênis e não pintava as unhas, era uma outra Eu - subi para trabalhar, morrendo de vergonha.
Subimos meio rindo, meio assustados. Nunca ninguém falou disso, mas nunca mais tomamos nosso super café da manhã de duas horas.
****** texto publicado originalmente em 19/03/07
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ResponderExcluiro chefe, além de folgado, era expert em seduzir as funcionárias cabeludas.
tô chocado aqui.
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Xôn, era só um cafuné.....rs
ResponderExcluirE o "chefe" era pouco mais do que um garoto.
Chefe safado. Conheço bem o tipo.
ResponderExcluirNaquele tempo não estava na moda o esquema de processar a empresa por assédio sexual? Você poderia levantar uma grana preta!!!
E continuaram com o emprego?
ResponderExcluirah, como era bom o tempo em que os funcionários não se enganavam dizendo que eles têm uma 'obrigação moral' com o empregador... Precisamos recuperar a boa e velha luta de classes, de preferência nessa versão com chefe de 20 anos fazendo cafuné!
ResponderExcluirFiquei com preguiça de comentar.
ResponderExcluirUm grande beijinho!
História legal, muito legal. É uma delícia viver essas coisas na adolescência.
ResponderExcluirO que um susto não faz com a gente, não? Até nos põe para trabalhar.
ResponderExcluirBoa estória.
Arnaldo, não era safado não....rs
ResponderExcluirE foi a única pessoa que tentou me ensinar a batucar no pandeiro: fui um desastre e ele desistiu.;0)
Tati, vc acha que eles iam achar um monte de gente pra trabalhar a troco da mixaria que a gente ganhava???..rs
ResponderExcluirUrubua, a gente ainda nao tinha introjetado a vigilancia foucoutiana....ahhahah ( ih, escrevi errado...)
ResponderExcluirCarmencita, sua preguiçosa....;0)
ResponderExcluirCláudia, gostoso é poder contar os causos pra vcs....;0)
ResponderExcluirLino, até consegue isso....um horror.!;0)
ResponderExcluirFiquei imaginando a outra vc correndo sem tenis pela empresa....
ResponderExcluirBj
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ResponderExcluirBahhhh....que situaçao constrangedora! Mas o salário pedia, né?
ResponderExcluirTar, a minha outra eu não correu...foram os outros, eu calcei os tenis e subi, morrendo de vergonha...rs
ResponderExcluirThelma, exatoooo!!!!...rs
ResponderExcluirO mundo precisa de mais chefes assim!
ResponderExcluirAmo cafuné!!!!
Ana, to contigo. Precisa mesmo.;0)
ResponderExcluirque maravilha de emprego!! que delícia!!
ResponderExcluirlá entao ninguem conhecia aquilo de 'vigiar e punir', entao??
ô, pessoas sanas!!!! fazem falta nesse mundo onde "todos vigiam e controlam todos para que ninguem faça o que todos querem fazer".
ô, fófis....! qdo virá em minha casa??
estás convidada. vós e vosso rebento figura - aí podiamos chamar nosso amigo em comum e sua noiva, né?
beijos,
cris.
Cris, ninguem tinha lido Foucault, a gente nem sabia que o fulano existia.;0)
ResponderExcluirVamos combinar sim, com certeza.E nosso amigo agora resolveu me sacanear...veja o comentário dele...rrsrsr
ah, que bom cafuné no trabalho... faz tempo...
ResponderExcluirEliza, era bom demais da conta.;0)
ResponderExcluirbeijocas.
querida,
ResponderExcluirligue pra mim par conversarmos sobre o tal inferno astral fora de temporada.
Está tendo um efeito El Niño psicológico.
hahahhahaha
beijso
to no aguardo
Oi Vi!
ResponderExcluirEra pra ser uma passada rápida, pra dar um oi e agradecer a visita, mas não resisti e li o post republicado. Delícia. Saudades dessas histórias gostosissimas que tu contas tão bem. Gostei do novo layout do blog, mais ainda da foto sexy.
Bjão
Bah, Vivian, fiquei tão feliz em chegar aqui e encontar o Sean e a Thelma que nem sei o que dizer pra ti. Não sei há quanto tempo via esses dois.
ResponderExcluirCafuné é muito bom!
Bjim.
só para deixar meu novo endereço:
ResponderExcluirhttp://mastix.tumblr.com
Opa! Sinistro!
ResponderExcluirmas aposto que não se arrpendeu, esse pulões são até bons hehehe
ResponderExcluir***Tati Gurua...heeeelp!
ResponderExcluirTe ligo, beijos.
***Lipe, sumidérrimo!!! Um prazer te receber nessa casa hoje e sempre, beijocas.
***Rosamaria, esses comentários são velhos....rs
grande beijo pra vc, sua foto está linda.
***Gabriela, já vou atualizar,
beijos.
***Magui, delicioso, bateu saudades, beijos.
***Moni, claro que não, rimos muiiiito depois. beijos.
Vivinha,
ResponderExcluirEita...tempinho bom, heim?????
Bjs
Mamãe
Mãe, muiiiiiiiito.;0)
ResponderExcluirbeijos.