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Estou aqui na cidade da garoa. Cheguei ontem, e fui com Daniel, meu irmão ( que me hospedou) e alguns amigos dele comer pizza. Eu também sei que você está pensando que estou sendo óbvia, porque pizza em São Paulo é deliciosamente óbvio. Porque ela é sempre boa, sempre gostosa e eu sempre vou comer. Depois disso, meu irmão Ricardo, que é arquiteto e lindo - como quase todos os arquitetos - me levou pra um lugar cheio de frescuras, o
Octávio. Lindo, lindo, maravilhosamente lindo. Uma decoracão que prima por um design arrojado e fresco, muito fresco. E aquela coisa de café que se toma aos gemidinhos. O problema é que eu adoro lugar fresco, mas detesto quem frequenta. São as idiossincrasias nossas de todo o dia, me perdoem.
Daniel e eu decidimos ir flanar hoje, falei um pouco pra ele sobre
Benjamin e essa questão de descobrir a cidade com o primeiro olhar, de se perder na cidade. Ficamos assim, flanando aqui pela
Bela Vista, linda, nostálgica, andando pela
Ipiranga, claro, claro até a
São João, e simplesmente reparando em tudo, nos prédios, nas pessoas, tudo. E tudo isso com aquele papo cabeca de professora-e-filho-de-professora.
Decidimos ir novamente no
Museu Da língua Portuguesa: agora, substituindo a exposicão sobre
Guimarães Rosa, está acontendo uma maravilhosa, sobre o
Bruxo do Cosme Velho.
A exposicão anterior era realmente inusitada, instigante, mas só poderia ser assim: idealizada pela
Bia Lessa, o que mais seria? Eu conheci a
Bia Lessa em uma peca que ela trouxe pra Campinas, e quando ela iria dar um curso de teatro e não deu. Mas conto isso depois. Vamos voltar ao Museu.
Gente, é um verdadeiro presente pra qualquer um que goste de
Machado de Assis: uma exposicão rica, criativa, dinâmica. Sö senti falta de ler algo do
Sidney Chalhoub, que fez um trabalho fantástico sobre Machado e não aparece entre os outros intelectuais que discutiram a obra deste autor. Senti essa lacuna.
Aconselho a todos que forem nesse Museu, que não percam, de forma nenhuma, o vïdeo apresentado. Depois de rápidos dez minutos de um vídeo absolutamente bem encadeado, a parede se move e somos convidados a passar para um outro espaco, onde praticamente entramos em uma instalacão artística, porque o restante da apresentacão é feita ali, de maneira muito sensorial....o público ouve leituras de trechos de poesias, escuta trechos de músicas, enquanto imagens e palavras são projetadas em várias direcões. Gente, é sério, foi uma sacada. Você vê o público deslumbrado. Porque o público é tragado por essa trip multidimiática e é tudo irresistível.
O restante do Museu é altamente dinâmico e interativo, com espaco para a história da língua, vídeos enormes em lugares inusitados e a lúdica atividade do "
Beco das palavras", onde todo mundo brinca coletivamente, juntando palavras que sáo projetadas sobre uma espécie de mesa e, quando unidas, são explicadas com clareza e , muitas vezes, com bom humor.
O
Museu da Lingua Portuguesa funciona na
Estacão da Luz, cujo projeto foi executado com material inglês, do cimento aos tijolos vermelhos. O resultado é deslumbrante.
Criancas, eu recomendo.
Depois de horas ali dentro, me divertindo muito, fui com Daniel até a
Pinacoteca, que fica em frente.
Mas isso é assunto do próximo post.
Essa cidade é uma delícia.