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Depois de três anos dando aulas em faculdades da cidade, voltei a trabalhar com a moçada de quinta a oitava. E é realmente um outro mundo.
As turmas de quinta são sempre interessantes: fase de transição e mudanças, onde tem que conviver com vários professores e milhares de novidades. Topam tudo, vão na frente da sala de aula, pulam, reclamam que o colega pegou o caderno, a caneta, o boné. Levantam a mão e querem responder às questões, ainda que sua resposta seja idêntica a do colega. Falam todos ao mesmo tempo e é hercúlea a tarefa de ensiná-los a organizar as falas, sem atropelos.
As meninas tem trinta milhões de canetinhas coloridas; meninas e meninos fazem grupos à parte; fazem perguntas fofas.
As sextas já são pré-adolescentes; meninas e meninos trabalham juntos, paqueram, discutem. As meninas comandam as equipes, brigam com os garotos, se tiram nota baixa. Cobram dedicação. Topam a maior parte das atividades, são animadas, estão sempre pilhadas.
As sétimas são um encanto: jovens o suficiente pra se animar, maduros o suficiente pra elaborar melhor as discussões. Poucas coisas são tão gratificantes quando ensinar História pra essa moçada.
Divertidos, trabalham bem e produzem de forma interessante.
As oitavas passaram pelo "portal do mal", são definitivamente adolescentes, então acham a vida um tédio, os pais um tédio, os professores um tédio e não veem a hora de bater o sinal pra se jogar no msn.
Dentro esse universo paralelo adolescente - povoado de bandas, filmes e vampiros - existem jovens bastante curiosos, inteligentes e interessantes. ( Dentro daqueles corações adolescentes ainda há vida..rs)
Estou bastante animada, mil projetos bacanas, material novo, estrutura nova, tudo é um estímjulo.
Semana que vem vou explorar uma Lousa Digital, coisa que ainda não fiz e morro de curiosidade. Nesse final de semana faço um curso com os autores do material usado, coisa que sempre facilita o trabalho.
Nessa semana, uma aluna conversando com um ou outro professor sobre música, conseguiu sacar o gosto de cada um: baixou e gravou cds personalizados pra cada um de nós.
Me diga uma coisa: não é de uma delicadeza ímpar?
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