22 outubro 2009
Maus
Depois de anos, finalmente li Maus. Para quem ainda não se deparou, fica a dica, procure uma boa livraria com uma sessão razoável de HQ e leia, leia já.
Maus já pode ser considerado um quadrinho clássico.
(Bem) escrito por Artie Spiegelman, Maus narra a história de seus pais na Polônia quando da ascenção do nazismo, passando pelo gueto e culminando em Auschwitz. O autor optou por construir essa narrativa concomitantemente com a narrativa da própria coleta da história. Assim, podemos ver Artie conversando com Vladek, seu pai, ao mesmo tempo que ouvimos/lemos e, obviamente, sofremos com a história do próprio Vladek.
Artie retrata judeus como ratos - uma interessante ironia envolvendo a forma como eram descritos pelos nazistas da época - os alemães como gatos, americanos como cães.
A fluência da história é incrível, impossível parar de ler, viciante e asfixiante ao mesmo tempo. Poucas vezes vi uma descrição da fome com tanta vivacidade.
Vladek possui hábitos regrados e um senso de economia que vai às raias da loucura. Porque me parece que, emocionalmente, ele não conseguiu sair de Auschwitz, portanto, sua relação com a realidade é diferente.
Além de retratar a bela história de amor dos pais, o sofrimento do Holocausto, Maus consegue trazer a baila uma conflituosa relação entre pai e filho. Nesse caso, entre pai e filho judeus, com toda a carga, todo o peso da guerra, dos campos de concentração e da sobrevivência.
Ler Maus é uma necessidade.
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Que legal!! Eu amo quadrinhos. É uma fonte de inspiração frequente para meu trabalho. Adorei ver esse post aqui. Maus é brilhante!!
ResponderExcluirMuito obrigada pelo comentário na Loja ilustrada e pela divulgação no twitter.
Beijo,
Nádia
***Nádia, adoro artes visuais, fico feliz em ver que meu filho enveredou por essas paragens.;0)
ResponderExcluirAssim que eu puder, vou encomendar uma das coisas liiiiindas do seu blog.
beijocas.
Maus eh para mim a melhor descricao do holocausto que eu jah vi. Foi o unico que me fez sentir um pentelhesimo do que deve ter sido aquela situacao, atraves dos detalhes (eh impossivel se identificar com aquelas montanhas de corpos que os cineastas inistem em usar em todos os filmes e documentarios, ou com campos de concentracao - eh tudo demais, o cerebro nao abarca. Mas eh facil se imaginar tendo que esconder os proprios avos dentro do armario, ou crescer com um pai que grita de noite, e achar que todos os adultos sao assim).
ResponderExcluirVoce ja leu Persopolis, da Marjane Sartrapi? Eh bem bacana tambem.
***Baxt, acho que ele acertou na mão exatamente nesse ponto, humanizando, tornando familiar, tornado próximo. Eu pirei.
ResponderExcluirAnotei sua indicação, vou ver, obrigada. Vindo de vc, já sei que é porreta.
Beijos.
hahaha, nao quero essa responsabilidade de acertar nas indicacoes, nao! :) Mas acho que vc vai gostar de Persopolis.
ResponderExcluir***Baxt, vou citar Exupery pra vc..hihihihih
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