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Eu sempre achei que as pessoas organizadas fossem pessoas chatas. Escrevi sobre isso aqui, falando (mal) de professores organizados. Porque, efetivamente, os professores mais organizados com quem trabalhei eram...organizados e só. Limitados e rígidos como formigas em fila, desesperados por qualquer mudança, qualquer inovação.
Eu pensava, equivocadamente, que as pessoas organizadas eram sempre pessoas sem criatividade.
De certa forma, ser bagunçada fazia parte da minha personalidade, era como eu me definia, era como me definiam. Não foi à toa que escolhi "A Casa da Mãe Joana" como título para o blog. Até pouco tempo, o subtítulo era" uma bagunça de ideias" e na lateral, tudo era regido pela palavra "baderna". Substitui por "Casa" e retirei o subtítulo, porque as palavras tem poder, e tem muito poder.
Nesse ano, 2009, descobri que organizar pode ser um exercício de criatividade. Claro que não é nada parecido com os meus colegas chatérrimos, entediantes...não, não.
A nova organização que me proponho a seguir é inspirada em vários blogs bacanas que estão linkados aqui ao lado, como o Chega de Bagunça, Arrumadíssimo, Atelier Ordenar...e tantos outros. Gente, um charme. Uma forma delicada, criativa, de lidar com o seu próprio canto, redescobrindo as delicias de tornar a sua casa cada vez mais personalizada.
O fato é que desde que me "converti" à arrumação modifiquei muita coisa na minha casa: estou tentando adaptá-la a sabedoria do Feng chui, arrumei armários em demoradas semanas onde descbri provas minhas de vestibular(!!!), fotos esquecidas, roupas inúteis e cartas de amor. Tudo foi selecionado, a cesta de lixo foi grande, bem grande, porque muita coisa que faz sentido em um tempo, passa a ser inútil depois.
Claro que muita coisa foi guardada, mas guardada direito, com carinho, não jogada "pra ver depois". A sensação de controle é interessante.
Há pouco tempo, quando eu procurava um livro ou cd, ele poderia estar na estante, no rack, no freezer, no banheiro...sei lá. Agora sei. Agora sei onde as coisas estão e eu as controlo, não o contrário.
Nesse frenesi organizador, entrou o capricho, as flores, os aromas. E a minha casa, que já era meu lugar predileto no mundo, ficou ainda melhor.
Nem entendo como vivi quatro décadas com tanta bagunça. Não sabia que ser assim seria tão bom, tão saboroso.
Estou , hoje, absolutamente convencida de que a arrumação da casa, dos armários, das gavetas (ah, as gavetas...) refletem totalmente o estado de espírito da pessoa.
E nessa mudança, não renego a antiga Vivien, a "dona da baderna", como eu me definia aqui no blog. Mas não preciso do caos pra me explicar, não preciso mais.
Bem vindos, essa é a Casa da Mãe Joana, versão arrumadinha.
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(foto retirada da internet)