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Na quinta feira eu estava na faculdade para aplicar prova substitutiva, entregar atas, essas coisas.
Na sala dos professores, estava lendo o twitter, quando vi que Michael Jackson estava hospitalizado. Não demorou muito para ler a triste notícia de sua morte.
Eu fiquei atônita, virei para os professores e disse, ainda com cara de muro sem pintar:
- Gente, Michael Jackson morreu.
- ãh?
- sério? quando?
- De que?
- Vou ligar pro meu marido.
Uma das professoras resumiu o que muita gente pensava:
- Nossa, que baque...ele estava em uma outra escala pra mim, uma esfera de pessoas que não morriam.
Um professor chegou atrasado e palpitou:
- Ouvi na CBN que ainda não está confirmado...
Infelizmente estava e tudo ficou estranho mesmo. Pintou um dejavù: me lembrei de quanto chorei na morte de Elvis, quando ainda era criança e me lembrei de como fiquei incrédula quando do momento do ataque às torres gêmeas.
A sensação mesclou essas experiências: se por um lado eu fiquei triste, por outro fiquei completamente chocada, como se algo completamente estranho - como uma invasão alienígena - tivesse acontecido.
Na noite de sexta e durante o dia de ontem, revi à exaustão inúmeros clipes dele. Sempre maravilhosos, intensos, dotados de uma força ímpar e de uma estética curiosa.
Zapear a tv e vê-lo em todos os canais reforçava a idéia insólita dos marcianos invadindo a Terra. Tudo parecia um filme hollywoodiano, era irreal, era ruim.
Foi impossível não chorar.
Meu pouco conhecimento de black music não me autoriza a discutir sua obra, vou me limitar a dizer que curti muito nos anos 80 e em parte dos 90.
Acho que ele acabou por personificar uma incoerência produzida por uma sociedade incoerente e racista: sua música, sua dança, tudo tinha uma pegada totalmente black, enquanto que ele se transfigurou naquela triste caricatura branca.
Se transformou naquela figura frágil, envolta em uma mítica doentia de Peter Pan, solitário e sucumbindo a escândalos. Longe de ser visto como o artista de talento absurdo que foi, aparecia na imprensa por conta das bizarrices, sobre as quais falava com aquela voz de castrati.
Eu só sei que cresci cantando e dançando MJ. Só digo que realmente fiquei muito triste.
Só digo para vocês que na quinta-feira, esse fato me fez lembrar que a vida é ridiculamente curta.
'Bora aproveitar.
**** Eu pensei muito antes de escolher o vídeo para colocar aqui, porque afinal, são muitos os clipes clássicos de MJ.
Enfim, escolhi a apresentação de 1983, onde ele faz o moonwalk em público pela primeira vez. Acontece no final da apresentação, depois de 3min39, vejam como o público grita, é demais.;0)