12 outubro 2008
O livro da Paula
A Paula Lee fez a gentileza de me mandar seu livro através do Branco Leone.
Li em dois dias mais ou menos, o livro é ágil, claro, objetivo e interessante. Narra a trajetória de Paula ainda no Brasil e seu ingresso na prostituição, já em Portugal. Baseado em duas frentes de flash back diferentes, a narrativa tem um tom cinematográfico, onde o leitor pode acompanhar concomitantemente a vida de Paula no Brasil e sua chegada em Portugal, sem uma linearidade simples, abusando da ação, das cores e da vivacidade da história.
Durante a leitura, me lembrei muito de dois livros: A Romana, de Alberto Moravia, onde o escritor italiano retrata o ingresso de uma linda jovem na prostituição e seu olhar modificado sobre a vida e sobre as pessoas e Os prazeres da noite, prostituição e códigos da sexualidade feminina em São Paulo (1890-1930), da historiadora Margareth Rago, que resgata as relações sociais existentes nos bordéis brasileiros.
A pesquisa de Margareth, cuja defesa de tese tive a alegria de assistir, aponta para o caráter cultural e social que havia na relação entre as "francesinhas" e os ricos coronéis brasileiros, sedentos de compania e conversa, além dos serviços habituais das cortesãs.
O livro de Paula Lee mostra várias facetas masculinas, pessoas gentis, pessoas deprimentes, pessoas alegres, pessoas agressivas. A relação da autora com os homens que passaram a ser personagens é descrita de forma tão natural que é impossível continuar com a mesma visão sobre as meninas de "vida fácil"(!), seu texto límpido, inteligente, articulado, descarta qualquer papel de vítima, ainda que a pobreza tenha sido árdua no seu caminho.
Paula não se define por seu sofrimento, tampouco se define por sua sedução, para além disso, o texto apresenta uma jovem franca e firme, que vê o mundo de forma sagaz e contundente.
Paula preserva a privacidade de seus clientes, não mencionando nomes, mas substituindo por apelidos divertidos como o Maracujá Fardado e outros, que vocês vão conhecer lendo o livro.
O interessante também é bater de frente com nossos preconceitos e o texto da Paula faz isso de forma brilhante.
Quer um bom programa? Leia a Paula Lee.
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Vivien, querida, muito, mesmo muito obrigada pela resenha, ma-ra-vi-lho-sa!
ResponderExcluirTe mandei um e-mail enorme, respondendo aquelas perguntas. Mas ó, não tem nada de importante não, eu que viajei na escrita, quando vi estava assim, gigante.
Vivien, mais uma vez muitíssimo obrigada, de coração!
Li e amei... Inacreditável como uma mulher consegue contar a sua história com uma dignidade a todos os níveis comovente...
ResponderExcluir***Paula, acho hiper bacana seus emails gigantes. Já li e já respondo.
ResponderExcluirbeijão.
***Jorge, concordo totalmente com vc. Volte sempre, beijocas.
Ela é o Máximo
ResponderExcluirbj
Guga, ela faz parte do rol de pessoas muito bacanas que conheci na blogosfera. Beijos.
ResponderExcluirOlá, Vivien, obrigada, vou esperar o e-mail...
ResponderExcluirPaula, estou com problemas com minha senha, não consigo comentar no seu blog!
ResponderExcluirbeijos.
Vivien, recebi um e-mail avisando que você tinha trocado a senha. Caso tenha algum problema me avise, que eu mudo a senha manualmente e mando para você, aí depois é só você mudar para outra que quiser...
ResponderExcluirBeijo enorme.
Ah, esqueci de dizer: Guga e Jorge, muitíssimo obrigada, vocês são o máximo!
ResponderExcluirVivien,
ResponderExcluirVim visitar a casa. Ainda não li o livro da Paula mas lerei. Vou falar com o Albano.
Beijo
***Paula, me mande outra senha, ok?
ResponderExcluirJá respondi seu email, beijos.
***Lord Caco, a casa é sua. beijocas.
Oi Vivi (Foca- mor hahahha)
ResponderExcluirVim aqui te ver!
Beijão
Carol- foquinha! quanto tempo, menina...já vou linkar seu blog novo.
ResponderExcluirBeijos.
Um bom programa mesmo, tem um certo tempo que estou experimentando, acho que três meses, no blog. Vou comprar o livro agora,estou ansioso!
ResponderExcluirAdmiro ela!