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Queridos leitores e amigos, vou dar uma saidinha daqui, mas volto em breve.
Não se trata de nenhuma crise com a blogosfera, continuo adorando postar, mas tenho que colocar uns projetos em ordem.
Beijocas e todos.
Assisti "Cazuza" ontem. Já tinha visto no cinema, já tinha gostado e já tinha me desmilinguido de chorar.
(Não sou crítica de cinema, não tenho nem saco pra papos muito profundos, quando a pessoa começa a falar sobre a fotografia,
hummmm...durmo. Confesso: se a pessoa diz que o filme é "bárbaro" , eu tendo a não assistir, porque quem fala "bárrrrbaro" é sempre chato pra burro. E se gostar de Tarkowiski então.....zzzzzzzzzzzzzzz.................................)
Voltando ao filme: vou pelo óbvio, o Cazuza baixou no Daniel de Oliveira, só tem essa explicação. O garoto estava incorporado, a expressão, o tom de voz , o gestual, Cazuza, Cazuza puro.
Eu ainda acho que o Cazuza era um filhinho de papai chato pra diabo, mas gente, um artista com poucos. Gosto incrivelmente de praticamente tudo que ele escreveu e/ou cantou, me toca horrores. Já postei Exagerado outro dia, provavelmente eu coloque outras ainda, porque todo mundo merece Cazuza.
A angústia do tempo passado e perdido, o medo constante e irremediável da morte estão presentes de forma tão intensa no filme, que dói. Com isso, não posso e nem consigo negar, me identifico muito. Uma amiga uma vez me disse que tenho pressa de viver, acho que tenho mesmo. Acho que esse medo impulsiona essa pressa exagerada.
O Tempo Não Pára
Composição: Cazuza / Arnaldo Brandão
Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara
Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára
Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára
Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando uma agulha num palheiro
Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára
Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára